pub-9363386660177184 Pensando as Escrituras: A Bíblia Responde
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Muitos cristãos já leram a Bíblia inteira mais de uma vez. Outros, ainda carregam esse “sonho” no coração. Eles adotam o “plano de leitura anual” para o novo ano, mas, muitas vezes, fracassam no meio do caminho e acabam abandonando a leitura, transferindo a meta para o ano seguinte. Apesar do fracasso, eles compreendem a importância da leitura diária das Escrituras. Eles têm razão. Ler diariamente a Palavra de Deus deveria ser uma prática normal do povo de Deus.

Agora, se você conseguir ler a Bíblia inteira uma vez, isso quer dizer que você cumpriu com o seu dever e, portanto, não deve lê-la de capa a capa novamente? Certa vez uma pessoa disse algo mais ou menos nesse sentido para mim: “Se você já leu a Bíblia inteira, por que vai ler de novo?” Não podemos ler a Bíblia como se a sua leitura completa fosse a linha de chegada da vida cristã.

Devemos ler a Bíblia hoje, amanhã e sempre por inúmeras razões. Destaco apenas três para refletirmos. Em primeiro lugar, somos inclinados ao esquecimento das verdades eternas. Quantos versículos você é capaz de recitar de memória? Posso afirmar que 90% dos versículos que memorizei foram fixados em minha mente através da leitura constante das Escrituras.

O salmista, por exemplo, não se esqueceu de Deus, porque ele havia guardado os mandamentos do Senhor no coração: “Lembrei-me do teu nome, ó Senhor, de noite, e observei a tua lei. Isto fiz eu, porque guardei os teus mandamentos” (Salmos 119.55-56). Não é sem razão que Deus ordena que meditemos frequentemente em Sua Lei, seja em público ou em privado (cf. Js 1.8; Ed 7.10; Sl 1.2; At 17.11; Rm 15.4).

Em segundo lugar, não existe santificação sem o conhecimento das Escrituras. É muito equivocado pensar que o crescimento espiritual pode ocorrer sem a leitura, meditação e obediência às Escrituras. O corpo físico não recebe os nutrientes necessários se apenas olharmos e cheirarmos o alimento. Precisamos consumi-los.

Semelhantemente, ninguém cresce em santificação por ter uma Bíblia em casa ou por carregá-la debaixo do braço. Precisamos ler a Bíblia e aplicá-la em nossa vida. A Bíblia aberta e lida é a boca de Deus aberta trazendo conselhos, orientações e repreensões para nós. Embora o conhecimento bíblico sem a obediência seja algo terrível, não podemos ignorar o fato de que a obediência sem o conhecimento da Bíblia é algo impossível de existir.

Por fim, em terceiro lugar, Deus quer ser amado com o nosso pensamento: Jesus deixou isso claro: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento” (Mateus 22.37). Não temos a liberdade de pensar sobre Deus por nós mesmos, ou seja, não podemos pensar o que achamos ser o correto (“Deus deveria ser assim”, “Esse preceito aqui não faz muito sentido”, etc.).

Deus revelou o que deve ocupar o nosso pensamento. Ele determinou o que devemos pensar e, quando pensamos de acordo com a Sua vontade revelada, estamos O amando. Sendo assim, quando você terminar a leitura da Bíblia, recomece. Leia em uma versão, depois em outra e mais outra. Você não ficará de “saco cheio”, a menos que leia com a motivação errada. Precisamos entender que a Bíblia não é um livro como qualquer outro. A Bíblia é diferente e fascinante!

 

Fabrício A. de Marque

 

O livro de Apocalipse fala sobre a prisão de Satanás (cf. Ap 20.1-2). Muita discussão envolve essa temática, especialmente em relação ao período e ao significado desse aprisionamento. A minha breve argumentação a seguir mostrará que a prisão de Satanás ocorreu no passado. Antes de tirar qualquer conclusão precipitada, quero que você leia o texto com reflexão, calma e atenção.

Afirmar que Satanás já foi aprisionado parece, de fato, um grande absurdo para a maioria das pessoas. Isso porque, ao olhar para o mundo, vemos acontecimentos que parecem lançar por terra qualquer ideia de que o nosso inimigo se encontra preso. Todavia, a despeito da descrença majoritária, há evidências bíblicas suficientes que corroboram em favor da tese de que Satanás foi aprisionado no primeiro século da era cristã.

Permita-me, então, explicar melhor o significado desse aprisionamento. Quando a Bíblia diz que Satanás foi preso, isso não quer dizer que Satanás foi absolutamente impedido de atuar em nosso mundo. É um grande equívoco — e até ingenuidade — pensar que Satanás está completamente inativo e impossibilitado de lançar os seus dardos e tentações sobre os homens.

Quando lemos com atenção o texto de Apocalipse, logo percebemos que a prisão de Satanás foi determinada tendo em vista um propósito específico: não enganar as nações. Observe com atenção: “Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos. E lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e pôs selo sobre ele, para que não mais engane as nações [...]” (Apocalipse 20.2-3a).

Isso significa que Satanás foi limitado em sua ação de enganar as nações. Ele não pode mais enganar as nações da terra como ocorria no período do Antigo Testamento, antes da Primeira Vinda de Cristo. E por que não? Porque há uma promessa bíblica de que Jesus herdará todos os povos da terra. O próprio Deus Pai entregou as nações da terra como herança a Jesus: “Pede-me, e eu te darei as nações por herança e as extremidades da terra por tua possessão” (Salmos 2.8).

Assim sendo, Satanás não pode enganar as nações, porque as nações pertencem, por direito, a Cristo Jesus. Jesus é o Senhor das nações! Eu concordo com você que há vários incrédulos, espalhados pelo mundo, habitando em todas as nações da terra. No entanto, em nenhum momento a Bíblia ensina algum tipo de universalismo soteriológico. Todas as nações serão rendidas aos pés de Cristo, e não cada membro, sem exceção, da humanidade.

O Diabo continua sendo o pai da mentira, o acusador dos crentes e ele continua espalhando suas falsidades por todos os cantos. Apesar disso, o Diabo perdeu o poder de enganar as nações. Deus salvará os Seus eleitos para a vida eterna. Quem pode resistir ao poder regenerador do Espírito Santo? Como pode Satanás ser mais poderoso do que o próprio Deus soberano? Isso é simplesmente impossível!

Em suma, a prisão de Satanás significa que o seu poder enganador quanto à salvação dos homens foi grandemente limitado por Deus e, por isso, todas as nações da terra se renderão a Jesus antes de Seu Retorno em glória. Você e eu recebemos a tarefa e o privilégio de participar dessa obra divina. Afinal, Jesus ordenou: “Ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.” (Mateus 28.19-20).

 

Fabrício A. de Marque

 

Fico impressionado com a tolice de algumas pessoas. Ao invés de corrigir os seus desvios de caráter, preferem justificar a sua postura reprovável e colocar a culpa de seus pecados nas outras pessoas ou nas circunstâncias da vida. Quem age assim, provoca a ira de Deus e coloca-se debaixo de Seu julgamento.

Pense, por exemplo, em uma pessoa “casca grossa”, difícil de lidar. Sabemos que, em certo sentido, todos nós, sem exceção, somos pessoas difíceis. Afinal, somos pecadores por natureza, e pecadores são problemáticos. Todavia, não me refiro à pecaminosidade humana que é comum a todos, mas sim, à arrogância de algumas pessoas que humilham o próximo sob o argumento de que “eu sou assim mesmo”.

Convenhamos que o respeito, a educação e a ética são qualidades que todos podem cultivar, seja cristão ou incrédulo. Um ímpio pode ter uma vida eticamente exemplar em casa, no trabalho e na vizinhança. Isso porque, a despeito de ser destituído da glória de Deus, o ímpio ainda carrega a imagem e semelhança do Senhor em sua essência. É por isso que os incrédulos concordam conosco em relação a várias posturas éticas e morais.

Assim sendo, quando lidamos com pessoas estúpidas e desrespeitosas, estamos diante de pessoas que se acham melhores do que as outras. Dentre os ímpios, esse é um dos piores tipos. Se você questioná-lo: “Você não tem respeito pelos outros?”, ele vai dizer: “Esse é o meu jeito e não vou mudar por causa dos outros. As pessoas têm que me aceitar do jeito que eu sou!”. Pobre ignorante! De onde essa pessoa tirou a ideia de que todos têm que aceitar o seu jeito de ser?

O problema não é que as pessoas não aceitam o jeito dela. O problema é justamente o jeito dela! Percebe o jogo? As pessoas que não querem mudar transferem a responsabilidade sobre os outros. É mais fácil culpar as pessoas do que assumir o próprio orgulho e trabalhar para mudar. Afinal, se o problema não está em mim, eu não tenho do que me arrepender.

É muito difícil corrigir pessoas assim. A Bíblia diz que “quem repreende o zombador traz afronta sobre si; e quem censura o ímpio será insultado” (Provérbios 9.7). A Palavra de Deus não está desencorajando a repreensão. O ponto é que, ao corrigir um ímpio zombador, corremos um sério risco de sermos hostilizados. Mas devemos correr esse risco.

No fim das contas, o ímpio é quem se dará mal, pois “quem teima em rejeitar a repreensão será destruído de repente sem que haja remédio” (Provérbios 29.1). O meu conselho para você é: fique longe dos zombadores. Não dê liberdade para eles. Não permita que eles tratem você de qualquer jeito. Se necessário, seja firme e enérgico. Para manter a “ordem”, precisamos de firmeza. Firmeza não é falta de amor, mas uma de suas facetas.

Se até mesmo o Senhor detesta os perversos (Pv 3.32) e derrama maldição sobre a casa deles (Pv 3.33), não vejo motivo para aplaudirmos e “passarmos a mão” em sua arrogância. Essas são palavras duras? Talvez. E quem disse que a vida cristã é repleta apenas de “palavras doces”? Há palavras duras e amargas também. Que o Senhor nos dê sabedoria e firmeza em proporções iguais.

 

Fabrício A. de Marque

 

É crença comum associar o fim do mundo com tragédias e sofrimentos. Basta uma rápida olhada na literatura e nos filmes para constatar esse fato. A crença na piora do mundo faz parte da cosmovisão de muitos cristãos e de quase todos os incrédulos.

Essa crença, embora seja majoritária, não condiz com a revelação bíblica acerca do futuro da história. Muitos concluem que o mundo vai piorar até o Retorno de Cristo, porque interpretam certas profecias de maneira equivocada. Não só isso. A credibilidade que dão aos jornais é algo assustador.

Dá impressão de que os noticiários são inspirados pelo Espírito Santo. Não percebem que boa parte da mídia faz parte do sistema manipulador. Um dos objetivos da mídia tendenciosa é disseminar o terror e o pessimismo no coração das pessoas. Assim, aos poucos, vamos perdendo a coragem e a ousadia.

Em pouco tempo, ficamos conformados com a situação do mundo e paramos de lutar com a força que Deus quer que lutemos. O pessimismo contamina a nossa perspectiva de mudança e transformação. Se você acha que tudo vai piorar, é inútil lutar por qualquer progresso no mundo.

Em oposição ao pessimismo acentuado, a Bíblia nos fala de um futuro glorioso na terra, que será estabelecido pelo próprio Deus antes da inauguração do estado eterno. Esse futuro prometido nas Escrituras será marcado por paz, justiça e prosperidade em toda a terra. Teologicamente, chamamos esse período de Milênio.

Esse período antecederá o Retorno de Cristo e, ao mesmo tempo, será uma preparação para isso. As nações serão convertidas e discipuladas, cumprindo, assim, a Grande Comissão delegada por Jesus (cf. Mt 28.19-20). Haverá paz sem igual entre as nações, culminando no fim das guerras. Assim, se cumprirá Isaías 2.4.

Cristo, o Príncipe da paz, estabelecerá Sua paz e Sua justiça em toda a terra. Segundo a Bíblia, esse processo teve início na Primeira Vinda de Cristo, quando Ele, o Verbo encarnado, trouxe o céu à terra, isto é, estabeleceu o Reino de Deus entre os homens (cf. Lc 11.20). Além disso, em virtude de Sua morte e ressurreição, Cristo destruiu o Diabo (cf. Hb 2.14).

Portanto, o nosso inimigo está incapacitado de continuar enganando as nações (cf. Ap 20.3). Isso aconteceu, porque as nações da terra pertencem a Cristo. Deus, o Pai, prometeu dar as nações como herança ao Seu Filho (cf. Sl 2.7-8).  Essas e outras evidências apontam para a vitória retumbante do Reino de Deus na terra e na eternidade. O futuro será de glória, não de caos.

 

Fabrício A. de Marque

 

É biblicamente coerente casar com um incrédulo? O sentimento e o afeto em um relacionamento são mais importantes do que a fé e as convicções doutrinárias? O relacionamento entre um crente e um incrédulo pode, porventura, dar certo? Vamos refletir brevemente sobre isso. Quero destacar, antes de tudo, que minhas argumentações estão baseadas na Bíblia. Minha “opinião”, na verdade, se apoia no ensino bíblico.

Na segunda carta aos Coríntios, Paulo fala sobre o julgo desigual com os incrédulos. Ele não fala especificamente sobre o “amor entre casais”, mas sobre a participação de cristãos em práticas cultuais pagãs. Contudo, o princípio pode ser aplicado aos relacionamentos também. Paulo escreve: “Não se ponham em jugo desigual com os descrentes [...]” (2Co 6.14a). Por que essa proibição? Paulo está sendo intolerante e frio?

Nada disso! Pense comigo. O crente é chamado de “filho de Deus”, “nova criatura” e “luz” (Jo 1.12; 2Co 5.17; Ef 5.8). O incrédulo, por outro lado, é chamado de “trevas”, além de estar debaixo da ira de Deus, e não de Seu amor salvador (Ef 5.8; Jo 3.36). À luz dessa realidade, Paulo questiona: “[...]Como pode a luz conviver com as trevas? Que harmonia pode haver entre Cristo e o diabo? Como alguém que crê pode se ligar a quem não crê?” (2Co 6.14b-15).

A pergunta é retórica. Envolver-se intimamente com uma pessoa incrédula pode comprometer sua ética e sua moralidade cristã. Aliás, as más companhias corrompem o bom costume (1Co 15.33). Quando um crente se casa com um incrédulo, essa pessoa está assumindo uma companhia que lhe causará muitas dores de cabeça, a menos que Deus, por misericórdia, decida salvar o incrédulo também. Mas isso não é regra. E se Deus não salvar? A pessoa terá que carregar as consequências de sua escolha para sempre.

Imagine, por exemplo, como será a rotina dessa união. O crente diz: “Vamos ler a Bíblia e aprender mais sobre o Senhor?”. O incrédulo rebate: “Ah não! Vamos fazer outra coisa”. No domingo, o crente diz: “Hoje é dia de culto. Vamos à igreja”. O incrédulo retruca: “Pode ir você. Eu vou ficar em casa descansando”. Sem contar aquelas situações mais complicadas em que o cônjuge incrédulo proíbe o cônjuge crente de servir a Deus.

Eu citei apenas dois exemplos. Poderíamos citar outras áreas, como dinheiro, criação de filhos, etc. Com isso, eu não estou dizendo que casamentos em julgo desigual não podem ter nenhum momento de prazer e tranquilidade. É claro que podem. No entanto, os bons momentos não podem compensar as brigas e os desentendimentos gerados pela escolha errada. Haverá sempre aquele pensamento: “Eu não deveria ter entrado nesse casamento. Se arrependimento matasse...”.

Particularmente entre os jovens, eu vejo bastante precipitação. Já que o sexo antes do casamento é errado, então muitos se casam na pressa de satisfazer os seus desejos. Ainda citam a Bíblia para justificar a precipitação: “É melhor casar do que arder em desejos” (1Co 7.9). O problema é que alguns não levam em conta outros fatores de maior importância que terão repercussão de longo prazo. Esses jovens vão sentir na pele o arrependimento à medida que o tempo passar.

Por fim, é importante esclarecer que a situação que apresentei é diferente daquela situação em que uma pessoa se tornou cristã depois de casada. Sendo assim, a Bíblia não aprova a decisão de um crente se casar com um incrédulo. Por mais que justificativas sejam apresentadas, elas não podem alterar o que está escrito na Palavra de Deus. Se você começou errado e está namorando um incrédulo, não prossiga. Coloque Cristo em primeiro plano. Não permita que esse relacionamento seja um obstáculo entre você e seu Senhor.

 

Fabrício A. de Marque

 

O que é “acaso”? Segundo o dicionário, acaso é um “acontecimento imprevisto; acidente; sequência de eventos cuja origem não depende da vontade; sorte”. Percebe-se que, de acordo com essas definições, o acaso é algo completamente impessoal.

Apesar disso, alguns tentam transformar esse conceito impessoal em algo pessoal e próximo do ser humano. Você vai se lembrar da famosa música “Epitáfio” do Titãs: “O acaso vai me proteger enquanto eu andar distraído...”.

Biblicamente falando, não existe acaso. Esse é um conceito pagão e desprovido de esperança. A Bíblia, por outro lado, ensina a doutrina da providência divina. Tudo o que acontece no mundo é orquestrado por Deus.

Deus pode fazer algo de maneira direta, o que é chamado de “causa primária”. Exemplo disso são os milagres. Mas às vezes Deus pode fazer algo indiretamente, o que é chamado de “causa secundária”. Nesse ponto, pense na ação de Deus através das leis da natureza, das pessoas, e assim por diante.

A doutrina da providência ensina que o controle de Deus não se limita às circunstâncias cotidianas. O controle de Deus também abrange o coração e as ações humanas. Por exemplo, Deus pode endurecer o coração daqueles que se recusam a se arrepender dos seus pecados. Um coração teimoso pode ser endurecido mais do que já está (cf. Rm 1.24-26, 28).

A doutrina da providência não deve gerar medo em nós, mas temor. Medo e temor são ideias diferentes. Se o mundo fosse governado pelo acaso, aí sim teríamos motivos para nos preocupar. Afinal, que consolo e proteção haveria numa força impessoal e indiferente ao sofrimento humano?

Sendo assim, descanse no cuidado soberano de Deus. O governo de Deus é regado com graça, amor e cuidado. Não é soberania nua e crua, sem bondade. O Senhor cuida dos animais, da vegetação, dos mares, dos pássaros e dos homens. Ele está no trono conduzindo todas as coisas conforme a Sua vontade.

 


Fabrício A. de Marque


Vários cristãos, mesmo crendo que a Bíblia é a Palavra de Deus, nutrem certo receio quanto à integridade das Escrituras quando comparadas com as descobertas científicas. Em outras palavras, alguns crentes temem que o progresso da ciência possa “provar” que a Bíblia está errada em algum ponto, ainda que tal ponto seja secundário. Seria isso possível? Pense comigo.

Sendo Deus onisciente, isso significa que Ele é conhecedor de todos os fatos do passado, do presente e do futuro. Certamente Ele conhece até mesmo as descobertas científicas que os estudiosos nem imaginam que um dia poderão descobrir.

Deus conhece todos os fatos, porque Ele criou tudo que há no universo. Muitos fatos ainda serão descobertos pela ciência. Não há dúvidas quanto a isso. Todavia, nenhuma descoberta será capaz de “refutar” a Palavra de Deus.

Isso porque o Deus da Bíblia também é o Senhor de toda a ciência. Se, porventura, algum fato científico contrariar uma suposta afirmação bíblica, precisamos reavaliar a interpretação teológica da suposta afirmação bíblica. O problema pode estar na interpretação que fizeram da Bíblia, e não na declaração divina.

Cremos piamente que a Bíblia não possui erros, mas reconhecemos que a interpretação dos teólogos pode estar errada. A Palavra de Deus é perfeita (Salmos 19.7). Deus não pode mentir (Tito 1.2). Portanto, a Palavra de Deus é perfeita e jamais pode mentir também.

Assim, quando surgir algum crítico pretencioso com suas “evidências” científicas, abracemos o fato de que a Bíblia sempre estará certa. Em seguida, pesquisemos a fundo o assunto em discussão e mostremos que a Bíblia é a Palavra de Deus e que toda a verdade do universo, no fim das contas, é a verdade de Deus.

 

Fabrício A. de Marque

 

Em nossas Bíblias em português, o último capítulo do evangelho de Marcos termina no versículo 20: “E eles foram e pregaram por toda parte, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra por meio de sinais, que se seguiam”. Todavia, no original grego, o evangelho termina no versículo 8: “E, saindo elas, fugiram do sepulcro, porque estavam tomadas de temor e assombro. E não contaram nada a ninguém, porque estavam com medo”.

Isso significa que a porção de Marcos 16.9-20 não aparece em nenhum dos manuscritos mais importantes dos primeiros séculos. Os críticos afirmam que o estilo do grego dessa pequena porção é diferente do restante do evangelho, o que indica que o final do evangelho talvez não tenha sido escrito por Marcos. Sugerem que, antes de terminar a obra, Marcos foi martirizado e, por isso, a obra foi concluída por outra pessoa. Ou talvez, que, em algum momento, sobrou somente uma cópia do evangelho de Marcos, e o finalzinho do texto foi arrancado dessa cópia.

Os críticos também alegam que a porção final de Marcos foi acrescentada por algum escriba no intuito de “amenizar” a conclusão brusca da obra. As críticas não encerram por aí. Dizem ainda que há ensinos estranhos na porção final de Marcos. Por exemplo, os críticos acusam o texto de ensinar que o batismo é necessário para a salvação (Mc 16.16), que Jesus apareceu em forma diferente depois da ressurreição (Mc 16.12) e que pegar em cobras e beber veneno sem sofrer consequências (Mc 16.18) é um ensino estranho.

Dessa forma, os críticos concluem que a porção final do Evangelho de Marcos não foi inspirada por Deus. Apesar disso, os estudiosos, em sua maioria, têm defendido a autenticidade do final de Marcos. As críticas levantadas podem ser rebatidas. Quanto ao estilo da linguagem, vale destacar que a mudança de assunto a partir do versículo 9 levou o autor à mudança de linguagem também. Em outras palavras, a linguagem mudou porque o foco do assunto mudou.

Quanto às objeções teológicas, o texto não ensina que o batismo é requisito imprescindível para a salvação. O versículo diz: “Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado”. Observe que a palavra “batismo” é omitida na segunda parte do versículo. Se o texto estivesse ensinando que o batismo é necessário para a salvação, a segunda parte do versículo deveria estar assim: “mas quem não crer E NÃO FOR BATIZADO será condenado”. Portanto, o texto não ensina que o batismo é necessário para a salvação. O autor apenas relaciona a salvação ao batismo. O batismo é uma declaração pública de fé que acontece após a salvação, e não antes ou concomitante à salvação.

Em relação à aparência de Jesus após a ressurreição, é importante observar que os discípulos no caminho de Emaús não reconheceram o Senhor, pois os seus olhos foram impedidos de reconhecê-lo (Lc 24.16). A aparência do Senhor, possivelmente, não foi alterada. Mas os olhos deles foram impedidos de ver. Em outros relatos da ressurreição, o Senhor Jesus foi reconhecido imediatamente pelas pessoas que o viram. Sendo assim, me parece que Marcos 16.12 esteja simplesmente relatando que Jesus apareceu aos dois discípulos.

Finalmente, quanto a pegar em cobras e beber veneno sem sofrer danos, esse ensino não é estranho ao evangelho. Ora, o apóstolo Paulo foi picado por uma víbora na ilha de Malta, enquanto ele acendia uma fogueira. Apesar disso, nada lhe aconteceu, o que causou espanto nas pessoas (Atos 28.1-6). É claro que não devemos sair por aí pegando em cobras só para mostrar que somos pessoas de fé. Certo pastor imaturo fez isso e acabou morrendo.   

Portanto, apesar das objeções levantadas contra a porção final de Marcos, não há razão para descartarmos esse trecho da Palavra de Deus. O estudo avançado sobre esse assunto revela que o peso em favor da autenticidade dessa porção é muito maior do que as provas contrárias.

 


Fabrício A. de Marque

 

Você conhece alguém que não acredita em milagres? Desde o final do século 17, algumas críticas foram apresentadas com o objetivo de negar a realidade dos milagres. O filósofo David Hume (1711—1776) foi um dos mais ferrenhos opositores dos milagres. No círculo cristão, fato é que todo crente genuíno acredita que Deus opera milagres. Não me refiro ao debate entre Cessacionismo e Continuísmo, pois ambos acreditam em milagres.

Ao invés disso, refiro-me a certos milagres bíblicos que Deus operou no passado, mas que não se repetem nos dias atuais. Por que não vemos os mesmos milagres da Bíblia acontecendo nos dias de hoje? Por que não vemos mais maná caindo do céu, mares se abrindo e pães se multiplicando? Sendo Todo-Poderoso e Imutável, por que Deus não opera novamente os milagres do passado?

Eu já ouvi pessoas dizendo que os milagres bíblicos não acontecem hoje, porque as pessoas não têm a mesma fé que as pessoas da Bíblia tinham. Ora, será que essa afirmação faz sentido? Esse argumento carrega alguns pressupostos errados. Um deles é achar que toda a história bíblica está repleta de milagres. Isso não é verdade.

É claro que a Bíblia registra muitos milagres. Na Bíblia, houveram milagres em mais de 250 ocasiões diferentes. No entanto, todos os milagres bíblicos aconteceram dentro de um período histórico muito específico. Por exemplo, os milagres da Bíblia aconteceram em três períodos diferentes: 1. No período de Moisés, Elias e Eliseu; 2. No período de Jesus e 3. No período dos apóstolos.

Por que os milagres foram predominantes nesses três períodos? Porque Deus estava entregando uma nova revelação à humanidade através desses homens: a Sua Palavra escrita. Assim, depois da época dos apóstolos, a história mundial não experimentou milagres na mesma proporção. Isso porque não havia mais necessidade disso.

Todavia, isso não significa que Deus parou de operar milagres depois do período apostólico. Deus é Deus de milagres. O ponto é que os milagres que ocorreram depois dos apóstolos foram diferentes. Aliás, os milagres foram diferentes em cada período histórico. Depois de Moisés, nenhum maná caiu do céu e nenhum Mar Vermelho se abriu. Depois de Pedro, ninguém andou sobre as águas. Depois de Paulo, ninguém foi chamado por Cristo, pessoalmente, para o apostolado.

Apesar disso, quero reiterar que Deus continua operando milagres em nossos dias. Podemos clamar para que milagres aconteçam. Um cristão que não crê em milagres não pode ser um cristão. Afinal, a Bíblia que o cristão lê foi inspirada sobrenaturalmente por Deus. O Deus que o cristão serve criou o universo sobrenaturalmente (ex nihilo). O Jesus em quem o cristão crê ressuscitou sobrenaturalmente dos mortos. E a salvação experimentada pelo cristão é uma obra sobrenatural do Espírito Santo no coração.

 

Fabrício A. de Marque


Como saber se você foi batizado com o Espírito Santo? Será que é necessário falar em línguas estranhas? Todo cristão genuíno já foi batizado com o Espírito Santo ou será que apenas uma parcela recebeu essa bênção?

Existe uma doutrina bastante difundida em alguns círculos que ensina que existe uma “segunda bênção” ou uma “segunda obra da graça” na vida do crente, obra essa que acontece depois da conversão. A “primeira bênção” seria a própria conversão, enquanto a “segunda bênção” seria a santificação completa. Essa santificação completa pode ser alcançada aqui na terra, antes da morte física e da glorificação. Essa doutrina ficou conhecida como perfeccionismo.

No entanto, com o passar dos anos, os pentecostais começaram a ensinar diferentes graus e tipos de perfeccionismo. Assim, a “primeira bênção”, segundo eles, continua sendo a conversão do pecador. Todavia, a “segunda bênção” não é a santificação completa (como diz o primeiro grupo), mas sim, um “revestimento de poder” ou “a capacitação especial” para o exercício ministerial.

Essa “segunda bênção”, então, passou a ser chamada de batismo no Espírito Santo. Mas, afinal, qual é o sinal de que uma pessoa recebeu essa segunda bênção? Os próprios defensores dessa doutrina discordam entre si com relação ao sinal do batismo do Espírito Santo.

De um lado, alguns dizem que o sinal no batismo do Espírito Santo é o falar em línguas estranhas. Se você fala em outras línguas, então você recebeu o batismo no Espírito Santo. Contudo, se você não fala em línguas, então você não foi batizado no Espírito Santo.

Do outro lado do debate, dizem que o falar em línguas não é “obrigatório”, por assim dizer. Se você não fala em línguas estranhas, não tem problema nenhum, pois o batismo no Espírito Santo pode ser acompanhado pelo fenômeno de falar em línguas ou não.

Apesar dessa divergência entre os dois grupos, ambos acreditam que existe um intervalo entre a conversão de uma pessoa e o recebimento do batismo no Espírito Santo. Isso quer dizer que uma pessoa pode ser cristã e, mesmo assim, não ser batizada no Espírito Santo.

Diante disso, eu te pergunto: esse ensino tem fundamentação bíblica? E a resposta é não! O batismo no Espírito Santo não significa falar em outras línguas e também não significa capacitação ministerial. Vejamos o que o apóstolo Paulo disse sobre esse batismo: “Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um só corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só Espírito” (1Coríntios 12.13) [1].

Paulo está dizendo que, quando uma pessoa nasce de novo, o Espírito Santo introduz essa pessoa no Corpo de Cristo, que é a Igreja. Esse ato de introduzir a pessoa no Corpo de Cristo é o batismo no Espírito Santo. Isso significa que todo convertido a Cristo foi batizado no Espírito Santo. O texto é claro: “quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. A todos foi dado beber de um só Espírito”.

Portanto, se você é uma nova criatura em Cristo, você já foi batizado no Espírito Santo. Você foi enxertado no Corpo de Cristo e feito membro da família de Deus. Por isso, quando alguém te perguntar se você foi batizado no Espírito Santo, simplesmente responda que sim, pois isso aconteceu quando você nasceu de novo e depositou sua fé em Cristo.

O nosso dever, como cristãos, não é buscar o batismo no Espírito Santo, como muitas igrejas, equivocadamente, encorajam os seus membros a fazer. Algumas, inclusive, pressionam tanto que acabam trazendo culpa sobre as pessoas. Você não precisa buscar o batismo no Espírito Santo, porque isso já aconteceu. Ao invés de buscar o batismo, devemos buscar o enchimento do Espírito Santo, que é algo totalmente diferente.

O batismo já aconteceu, mas o enchimento deve acontecer todos os dias da nossa vida: “E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito” (Efésios 5.18) [2]. O enchimento do Espírito acontece à medida que usamos os meios de graça que foram concedidos por Deus: leitura bíblica, oração, jejum, etc. Todo cristão genuíno foi batizado no Espírito Santo. Pertencemos ao mesmo Corpo. Portanto, não fique desesperado atrás de uma nova experiência; apenas reconheça uma realidade já concedida e se alegre com isso.


Confira a reflexão em vídeo:

https://youtu.be/HKkZx1srU7Y


Fabrício A. de Marque

 

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Notas:

[1] Nova Almeida Atualizada (NAA).

[2] Almeida Corrigida Fiel (ACF).


Será que o Diabo tem poder para saber no que estamos pensando? Se ficarmos em total silêncio, sem dizer nenhuma palavra, será que, mesmo assim, o Diabo consegue descobrir os nossos pensamentos? O inimigo de nossa alma consegue ou não penetrar em nossa mente?

Algumas pessoas têm receio de que o Diabo consiga ler os seus pensamentos. Isso porque, muitas vezes, as tentações que o Diabo lança contra elas correspondem exatamente aos pensamentos e desejos que elas nutrem dentro de si. Assim, elas acabam alimentando certo medo do Diabo e atribuem ao Maligno um poder exagerado que, na verdade, ele não possui.

Na teologia cristã, quando estudamos a natureza de Deus, nos deparamos com uma palavra chamada “onisciência”. O que é onisciência? Vejamos uma definição dada pelo teólogo Augustus H. Strong: “[A onisciência de Deus] significa que Deus conhece perfeita e eternamente todas as coisas que são objeto do seu conhecimento quer reais ou possíveis, passadas, presentes ou futuras” [1].

A onisciência, portanto, é uma qualidade exclusiva da divindade. Somente Deus, na Pessoa do Pai, do Filho e do Espírito Santo, conhece todas as coisas. O salmista disse que o Senhor conhece de longe os seus pensamentos: “Sabes quando me sento e quando me levanto; mesmo de longe, conheces meus pensamentos” (Salmos 139.2) [2].

Isso significa que, antes mesmo de pensarmos em alguma coisa, Deus já sabe qual será o nosso pensamento. Além do mais, o sábio do AT afirmou que Deus — e mais ninguém — conhece os pensamentos dos homens: “[...] porque tu, só tu, és conhecedor do coração de todos os filhos dos homens” (1Reis 8.39b) [3].

Entretanto, o Diabo não tem esse poder. Se o Diabo fosse eterno, ele seria onisciente e, por isso, ele teria poder para conhecer os nossos pensamentos. A verdade, porém, é que o Diabo é um ser limitado e finito, ainda que seja um ser espiritual. Ora, nem mesmo os anjos bons são oniscientes. Se um anjo bom não tem onisciência, é evidente que um anjo mau também não tem.

Portanto, afirmar que Satanás conhece os nossos pensamentos significa colocá-lo no mesmo patamar de Deus. É evidente que o Diabo não pode ser comparado ao Senhor. Diante disso, uma dúvida pode surgir: se o Diabo não pode conhecer os nossos pensamentos, por que, às vezes, parece que ele sabe exatamente no que estamos pensando?

 A resposta é que o Diabo conhece muito bem os anseios e as fraquezas do ser humano. Ele conhece a humanidade desde sua origem e ele vem acompanhando a trajetória do homem desde Adão e Eva. Lembre-se de que o Diabo foi homicida desde o princípio do mundo (cf. João 8.44). Então, através da observação, o Diabo identifica as fraquezas humanas e, partir disso, ele monta armadilhas para nos levar ao pecado.

Por exemplo, o Diabo se aproveitou da fraqueza física de Jesus durante o período de jejum no deserto: “A seguir, Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo. E, depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome. Então o tentador, aproximando-se, disse a Jesus: — Se você é o Filho de Deus, mande que estas pedras se transformem em pães” (Mateus 4.1-3) [4].

Perceba que, através da observação, o Diabo soube que Jesus estava com fome. Então, ele esperou o momento certo para lançar a sua tentação. Não podemos esquecer também que o Diabo tem inúmeros aliados (os demônios), os quais trabalham para o avanço das trevas e para a destruição da humanidade. Satanás é inimigo dos homens. Por isso, em nossa batalha contra ele, precisamos tomar dois cuidados importantes.

Primeiro, não devemos superestimar o Diabo, como se ele fosse mais poderoso do que Deus ou possuísse um poder igual ao de Deus. E segundo, não devemos subestimar o Diabo, como se ele fosse fraco e inofensivo. Deus nos entregou armas espirituais para lutarmos contra o nosso inimigo espiritual: “Sejam fortes no Senhor e em seu grande poder. Vistam toda a armadura de Deus, para que possam permanecer firmes contra as estratégias do diabo. Pois nós não lutamos contra inimigos de carne e sangue, mas contra governantes e autoridades do mundo invisível, contra grandes poderes neste mundo de trevas e contra espíritos malignos nas esferas celestiais. Portanto, vistam toda a armadura de Deus, para que possam resistir ao inimigo no tempo do mal. Então, depois da batalha, vocês continuarão de pé e firmes” (Efésios 6.10-13) [5].

Assim, voltando à pergunta inicial: o Diabo é capaz de ler os nossos pensamentos? E a resposta é não. Somente Deus conhece perfeitamente tudo aquilo que pensamos, porque somente Deus é onisciente. Se Deus sabe tudo que pensamos, esse fato deveria gerar temor em nosso coração, pois, além de saber de tudo, Deus tem todo o poder, e a nossa vida está em Suas mãos.

O Diabo, por outro lado, é observador e astuto o suficiente para lançar sugestões e pensamentos perversos em nossa mente. Por isso, devemos preencher os nossos pensamentos com a Palavra de Deus. Fazemos isso lendo, meditando e praticando as Escrituras Sagradas (cf. Sl 1.2; Js 1.8; Fp 4.8; Cl 3.2; Tg 1.22).

 

Veja o estudo em vídeo:

https://youtu.be/bxAr5orymJw

 

Fabrício A. de Marque

 

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Notas:

[1] STRONG, Augustus H. Teologia Sistemática. São Paulo: Hagnos, 2003. p. 421.

[2] Nova Versão Transformadora (NVT).

[3] Nova Almeida Atualizada (NAA).

[4] Ibid.

[5] Nova Versão Transformadora (NVT).



O apóstolo João, em sua primeira carta, disse: “Amados, não deem crédito a qualquer espírito, mas provem os espíritos para ver se procedem de Deus; porque muitos falsos profetas têm saído mundo afora” (1João 4.1). O que significa “provar os espíritos”? Olhando com atenção para o versículo, percebemos que João menciona, lado a lado, duas expressões: “espírito” e “falsos profetas”.

Fica evidente, portanto, que o versículo está falando de falsos ensinamentos e falsas doutrinas. Para fins didáticos, podemos parafrasear o versículo da seguinte maneira: “Amados, não deem crédito a qualquer ensino, mas provem os ensinos para ver se procedem de Deus”. Diante disso, levantamos uma questão: qual é o significado do verbo “provar”? O que João quer dizer com “provar os espíritos”?

João utiliza a palavra grega δοκιμάζω (dokimazō), que traz a ideia de testar, examinar e escrutinar. Em outras palavras, assim como o metalúrgico testa a integridade do metal, devemos testar os ensinos que ouvimos/lemos para saber qual é a sua verdadeira procedência. João está declarando: “Irmãos, examinem os ensinos!”. O objetivo desse exame é verificar se o ensinamento procede de Deus ou não.

Mas por que os leitores da época de João deveriam fazer isso? Porque muitos falsos profetas haviam surgido no meio deles. E pior do que isso: algumas pessoas começaram a dar crédito ao falso ensino do gnosticismo. Essa heresia negava a real humanidade de Jesus. É por isso que mais adiante João afirma que todo ensino que não confessa que Jesus veio em carne não é de Deus (cf. 1Jo 4.3). Quem nega a verdadeira humanidade de Jesus procede do Diabo.

Até aqui vimos que “provar os espíritos” significa “testar os ensinamentos”. Diante disso, quero levantar uma questão pessoal: você tem testado os ensinamentos que chegam até você? Ou será que você aceita, sem questionamento, tudo que ouve e lê? É imprescindível discernir o Espírito Santo dos espíritos malignos; o espírito da verdade do espírito do erro.

Só porque um pregador fala em nome de Deus não significa que o ensino dele procede de Deus. Lembre-se de que Satanás levanta falsos profetas para enganar os ingênuos que carecem do conhecimento das Escrituras. Ora, sabemos que a incredulidade é um problema grave. No entanto, acreditar em tudo também é. Quem acredita em tudo, cedo ou tarde será enganado e ludibriado.

Por isso, procure conhecer a Bíblia com profundidade. A Bíblia é a espada poderosa do Espírito Santo (cf. Ef 6.17b; Hb 4.12). Isso quer dizer que você deve batalhar contra os falsos ensinos através da espada do Espírito que é a Palavra de Deus.

Com sabedoria e discernimento, questione todos os ensinos que chegam até você. Não aceite os ensinamentos sem primeiro analisá-los. Tome cuidado com a internet, com as pessoas e até mesmo com certas igrejas. A verdade é libertadora, mas um falso ensino pode arruinar a sua vida para sempre.


Confira o estudo em vídeo:

https://youtu.be/1-UqtF_X9uQ

 


Fabrício A. de Marque

 

Para ser mais exato, eu não creio no arrebatamento conforme a concepção de quase todas as correntes escatológicas. Não creio no arrebatamento antes da Grande Tribulação, nem no arrebatamento no meio ou depois da Grande Tribulação. A razão é simples: não haverá Grande Tribulação na terra. A Grande Tribulação, profetizada por Jesus, ocorreu no século 1º, na geração do próprio Cristo.

A hermenêutica correta de Mateus 24 mostra isso claramente. Depois de Jesus citar inúmeros sinais de Sua vinda (que não é o Retorno Final no fim da história), Ele declarou enfaticamente: “Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas estas coisas aconteçam.” (Mateus 24.34). A geração de Jesus passou? É evidente que sim. Logo, todos os sinais profetizados se cumpriram naquela época.

Alguns apelam para a teoria do duplo cumprimento profético, na tentativa de “provar” que haverá uma Grande Tribulação no futuro também. Isso não faz sentido. Não existe base para defender isso, a menos que você use algum documento extrabíblico para fundamentar essa crença. As profecias bíblicas que tiveram duplo cumprimento profético estão documentadas na própria Bíblia.

Quando ocorre duplo cumprimento profético, o escritor bíblico cita a profecia e sua ocorrência primária no Antigo Testamento, e só então ele mostra o duplo cumprimento em sua época. As profecias sobre a obra de Cristo são exemplos disso. No entanto, não encontramos essa referência duplicada em relação à Grande Tribulação. Portanto, fica claro que a Grande Tribulação não se repetirá na história do mundo.

Diante desse fato, não faz sentido crer no arrebatamento antes, no meio ou depois de uma suposta Grande Tribulação. O arrebatamento ensinado pela Bíblia é totalmente diferente, sem qualquer ligação com a Grande Tribulação. A passagem encontra-se em 1Tessalonicenses 4.16-17. Ali é dito que os cristãos que estiverem vivos no dia do Retorno de Cristo, serão arrebatados e, nos ares, eles se encontrarão com o Senhor e estarão para sempre com Ele.

Cadê os 7 anos de Grande Tribulação? Onde está o arrebatamento antes, no meio ou depois da Grande Tribulação? Não tem nada disso. E não tem, porque a Bíblia não ensina isso. Precisamos interpretar a Palavra de Deus com cautela e responsabilidade, pois, uma ideia errada, depois que cria raízes, demanda um trabalhão para ser reformulada.

Para muitos, pensar que a Grande Tribulação já ocorreu é, de fato, um pensamento perturbador. Na verdade, isso deveria ser motivo de alívio, pois, pensando a longo prazo, o futuro será glorioso, e não caótico. Um cristão escatologicamente pessimista é um cristão biblicamente inconsistente. Afinal, a Bíblia revela que o evangelho de Cristo triunfará na terra, derrotando todos os inimigos de Deus (1Co 15.25). E tudo isso será a bendita preparação para o glorioso Retorno de Cristo.

 

Fabrício A. de Marque