pub-9363386660177184 Pensando as Escrituras: Dicas de Leitura
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           O livro de Apocalipse é, para muitos, um verdadeiro enigma. Para outros, uma fonte de medo ou confusão. Mas o problema não está no texto bíblico, mas sim, na forma como ele é interpretado.


           Esse pequeno e-book foi escrito com o propósito de lançar um pouco de luz sobre as quatro principais abordagens utilizadas ao longo da história da Igreja para compreender o último livro da Bíblia.


           Com linguagem simples e acessível, mas sem abrir mão da profundidade, o professor Fabrício A. de Marque apresenta o conceito central e o ponto positivo e negativo de cada ferramenta de interpretação profética: historicismo, idealismo, futurismo e preterismo parcial. Assim, o leitor terá uma visão panorâmica, equilibrada e bíblica de cada abordagem profética.


           Se você deseja compreender melhor como os estudiosos têm interpretado as profecias do livro de Apocalipse, esse material é para você. Trata-se de um pequeno guia para te introduzir na longa caminhada da escatologia cristã.


Clique no link abaixo para fazer o download:

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O livro "The Truth About the Rapture" [A verdade Sobre o Arrebatamento], de Gary DeMar, vai direto ao ponto e confronta a ideia popular de um arrebatamento secreto pré-tribulacional. DeMar mostra que muitas crenças sobre o arrebatamento não têm base nas Escrituras, mas vêm de tradições recentes e interpretações equivocadas. Ele começa mostrando como a visão pré-tribulacional do arrebatamento (aquela que ensina que os cristãos serão levados ao céu antes da Grande Tribulação) depende de suposições não encontradas no texto bíblico. A questão principal é se existe ou não uma separação entre a 69ª e a 70ª semana da profecia de Daniel.


Gary DeMar argumenta que essa separação é artificial. Segundo ele, a ideia de um intervalo de milhares de anos entre a 69ª e a 70ª semana não está presente no texto original de Daniel. Ele escreve: “O que muitos cristãos não sabem é que a visão do arrebatamento pré-tribulacional depende da separação da 70ª semana das outras 69 semanas e da inserção de uma lacuna atemporal (agora com quase 2000 anos)”. Em outras palavras, para que essa doutrina funcione, é necessário criar um “parêntese” que a Bíblia nunca menciona.


Além disso, DeMar questiona a ideia de que o livro de Apocalipse “esquece” da igreja após o capítulo 3. Muitos defensores do arrebatamento pré-tribulacional afirmam que a ausência da palavra “igreja” nos capítulos seguintes indica que a igreja foi arrebatada da terra. No entanto, isso é apenas um argumento baseado no silêncio. Não é correto usar isso para ensinar uma doutrina. Como ele afirma em sua crítica, a ausência da palavra não significa ausência da presença.


Um ponto central do livro é que nenhuma passagem bíblica descreve claramente dois retornos de Cristo: um secreto para a igreja e outro visível para o mundo. O próprio Tim LaHaye, famoso defensor do arrebatamento pré-tribulacional, admitiu: “Nenhuma passagem ensina os dois aspectos da segunda vinda separados pela tribulação. Isso é verdade”. Ora, se nem os defensores da doutrina conseguem apontar uma passagem bíblica clara, isso não deveria servir de alerta para todos nós?


DeMar também enfatiza que a doutrina do arrebatamento, como é popularmente ensinada, é muito recente na história da igreja. Durante quase 1800 anos de Cristianismo, os cristãos nunca ouviram falar dessa ideia de um arrebatamento secreto antes da tribulação. Foi somente no século XIX, com figuras como John Nelson Darby, que essa doutrina ganhou força. Isso mostra que não estamos diante de um ensino apostólico, mas de uma inovação teológica moderna.


Outro ponto que o autor trabalha é como essa doutrina influencia negativamente a vida cristã. Ao esperar escapar da tribulação, muitos cristãos se tornam passivos, sem engajamento com os problemas do mundo. Eles ficam apenas esperando serem levados para o céu. DeMar alerta que isso contradiz o ensino bíblico da perseverança e da fidelidade no meio das provações. O verdadeiro chamado do cristão é resistir com coragem, e não fugir dos tempos difíceis.


O livro também refuta a ideia de que o arrebatamento é necessário para “retomar o plano com Israel”, como ensinam os dispensacionalistas. Eles dizem que a igreja é um “parêntese” na história da salvação, ou seja, algo não previsto pelos profetas do Antigo Testamento. Mas DeMar rebate com firmeza: “A ideia de que a Igreja é algo novo e separado do plano de Deus é estranha à narrativa bíblica. Deus sempre teve um só povo”. A promessa feita a Israel se cumpre em Cristo. A igreja é o Israel de Deus redimido.


O autor nos leva a considerar seriamente o contexto histórico e linguístico dos textos escatológicos. Muitos versículos usados para defender o arrebatamento são mal interpretados porque ignoram o público original e a urgência escatológica dos apóstolos. Por exemplo, Jesus disse que “esta geração não passará até que todas essas coisas aconteçam” (Mt 24.34). DeMar diz corretamente que devemos levar essa afirmação a sério e entender que a profecia se cumpriu no primeiro século.


Ao invés de um arrebatamento futuro, o foco do Novo Testamento é na vinda de Cristo em juízo contra Jerusalém em 70 DC. Esse evento encerrou a era do templo e do judaísmo sacrificial. Isso, segundo DeMar, é o verdadeiro cumprimento de muitas profecias apocalípticas. A linguagem simbólica de juízo e catástrofe era comum entre os profetas, e não se refere necessariamente ao fim do mundo. Portanto, muitos dos textos usados como prova do arrebatamento apontam, na verdade, para esse evento do passado.


DeMar também destaca que a ideia de um arrebatamento secreto não aparece nos Pais da Igreja. Homens como Irineu, Justino Mártir e Tertuliano escreveram sobre o fim dos tempos, mas nenhum deles ensinou que a igreja seria arrebatada antes da tribulação. Isso revela, mais uma vez, que essa doutrina não é uma tradição antiga, mas sim, uma invenção recente que surgiu num contexto de sensacionalismo profético e confusão interpretativa.


Um ponto importante no livro é a ênfase de que o povo de Deus deve estar preparado para a perseguição. Não há promessas de que seremos poupados do sofrimento, mas há promessas de que Deus estará conosco no meio do sofrimento. O próprio Jesus disse: “No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” (Jo 16.33). A igreja primitiva compreendia muito bem essa verdade. Ela não esperava escapar dos tempos difíceis.


Outra citação interessante do livro é a seguinte: “O fato de haver cinco visões diferentes sobre o arrebatamento, sem um único verso que as apoie diretamente, deveria levar qualquer pessoa sincera a estudar o tema com mais cuidado antes de afirmar que ‘está na Bíblia’”. DeMar nos chama à responsabilidade. Não devemos seguir doutrinas populares só porque elas são comuns e abraçadas por muitas pessoas. Devemos seguir a verdade mesmo que ela vá contra o senso comum evangélico.


A conclusão do livro é objetiva, mostrando que a Bíblia não ensina um arrebatamento secreto pré-tribulacional. Isso não significa que Cristo não voltará, mas que a forma como essa volta é descrita nas Escrituras não corresponde à narrativa sensacionalista popularizada por livros e filmes. A Segunda Vinda de Cristo será visível, gloriosa e transformadora. Não será uma volta secreta. DeMar chama os leitores a abandonar os mitos e retornar ao ensino claro da Palavra de Deus.


Portanto, o breve livro de Gary DeMar é uma obra muito boa de correção teológica e de orientação. Além de corrigir um erro doutrinário, o livro também nos chama a uma postura firme e fiel. Devemos trabalhar para transformar o mundo à luz do reino de Deus. A escatologia bíblica é uma mensagem sobre a vitória de Cristo na história.


Por fim, “The Truth About the Rapture” nos lembra que estudar escatologia com responsabilidade é essencial para a maturidade cristã. O ensino do arrebatamento pré-tribulacional pode até ser cativante para muitos, mas ele é vazio de base bíblica. Como povo de Deus, precisamos olhar para as Escrituras com reverência, buscando entender o que realmente está escrito, e não o que gostaríamos que estivesse escrito. O Retorno de Cristo é a nossa esperança, mas não precisamos de ilusões escatológicas para sustentar essa verdade.

 

 

A Editora Fiel abençoou o público cristão com a publicação desse excelente livro do pastor Tim Chester. Tim é pastor da Igreja Grace in Boroughbridge, North Yorkshire, na Inglaterra. Como escritor, vários de seus livros têm sido publicados no Brasil pela Editora Fiel e Edições Vida Nova.


A referida obra foi publicada no Brasil em 2020 e possui 224 páginas. Segue o sumário para você ficar por dentro do conteúdo:


¨     Prefácio

¨     Introdução: vamos falar de pornografia

¨     1. Vendo além da tela

¨     2. Libertos pela beleza de Deus

¨     3. Libertos pela graça de Deus

¨     4. A batalha da fé

¨     5. Libertos para a glória de Deus

¨     Conclusão: juntando tudo


Tim mostra que a pornografia tornou-se uma epidemia que afetou até mesmo a igreja. Antigamente, para que um jovem acessasse pornografia, ele tinha que ir a uma banca e comprar revistas. Isso era feito correndo o risco de ser visto por alguém conhecido. No entanto, a realidade atual é outra. Hoje, um jovem pode ter acesso à pornografia na solidão do seu quarto, bastando um computador com internet nas mãos.


A pornografia é uma epidemia que atinge não apenas homens, mas mulheres também. Não atinge apenas homens casados, mas mulheres casadas também. Muitos solteiros e casados estão presos no vício da pornografia e da masturbação. Do início ao fim do livro, Tim cita o testemunho de pessoas que estavam presas na pornografia. Elas contam o que esse vício causou em suas vidas pessoais e em seus relacionamentos, e como Deus lhes libertou dessa terrível prisão sexual.

 

O autor apresenta 12 razões para desistirmos da pornografia [1]: 1. Pornografia destrói sua visão do sexo; 2. Pornografia destrói sua visão sobre as mulheres [e sobre os homens, se você é mulher]; 3. Pornografia destrói a visão das mulheres sobre si mesmas; 4. A indústria pornográfica abusa das mulheres; 5. Pornografia é pecado contra sua esposa [ou contra seu marido, se você é mulher]; 6. Pornografia destrói famílias; 7. Pornografia é escravizante; 8. Pornografia corrompe seu caráter; 9. Pornografia desperdiça seu tempo, energia e dinheiro; 10. Pornografia enfraquece seu relacionamento com Deus; 11. Pornografia enfraquece seu serviço e 12. A ira de Deus é contra as pessoas que consomem pornografia.


Muitos consomem pornografia e colocam a culpa nas circunstâncias. Aliás, tem gente que diz que pornografia é o resultado do “espírito de luxúria” que está atuando na pessoa. Tim diz muito bem que “não há evidências bíblicas a sugerir que os demônios possam habitar um filho de Deus. O Espírito Santo não divide sua casa!” [2]. Nas palavras de Tiago, se consumimos pornografia, isso acontece devido à cobiça do nosso coração (Tg 1.13-15). [3]


A pornografia oferece muitas coisas boas para a carne e para o ego. Todavia, como todo pecado, a pornografia conduz à morte, pois “o salário do pecado é a morte” (Romanos 6.23). Deus oferece muito mais que a pornografia. Tim mostra que “para cada falsa promessa de pornografia, há uma verdadeira promessa de Deus[4]. Assim, o autor apresenta quais são essas promessas.


Como a pornografia deve ser combatida? É verdade que instalar bloqueadores de sites pornográficos é importante. Recusar-se a contemplar vídeos e fotos indecentes também é fundamental. Todavia, a solução é mais profunda. Tim mostra que o primeiro passo para livrar-se da pornografia é render-se ao Senhor: “Precisamos começar nos humilhando. Precisamos desistir de nossa justiça própria e de nossa autoconfiança e, em vez disso, olhar para a justiça de Cristo. Precisamos parar de esperar até sermos dignos de Deus e, em humildade, receber sua graça”. [5]


Além do mais, se a pornografia é prazerosa, precisamos de algo ainda mais prazeroso, mas que seja puro ao mesmo tempo, e que realmente satisfaça nosso coração. Que prazer é esse? É “o prazer em Deus, que ele nos dá por meio de Jesus[6]. A verdade é que quem está satisfeito no Senhor, não buscará satisfação e preenchimento no pecado da pornografia. E isso não significa que as lutas contra a pornografia não serão intensas. Serão, sim. No entanto, o prazer em Deus subjugará o prazer pelo pecado.


Quero incentivá-lo a comprar essa belíssima e edificante obra de Tim Chester. De fato, de suas palavras flui a sabedoria pastoral, bem como a graça de Deus que usa o texto escrito para nos trazer instrução. Encerro com mais uma porção do livro para você: “A pornografia promete muito, mas não satisfaz e cobra um preço alto: vidas destruídas, relacionamentos destruídos, esperanças destruídas. No fim, o salário da pornografia é a morte. Mas Deus nos oferece um banquete que satisfaz, um deleite para nossas almas. A motivação para a mudança e a santidade é esta: o banquete de Deus é muito melhor!”. [7]


 

Fabrício A. de Marque

 

 

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Notas:

[1] pp. 20-41 (Edição Kindle).

[2] p. 47.

[3] “Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta. Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte” (Tiago 1.13-15, ARA).

[4] p. 52.

[5] p. 89.

[6] p. 97.

[7] p. 98.

 

Nesta semana, participei de um verdadeiro banquete literário que me foi servido pela editora Fiel. Refiro-me ao livreto Separados pela Verdade, publicado há muito tempo em nosso idioma. Acredito que esse livreto não é mais impresso. Felizmente, porém, o encontrei escondido em minha biblioteca pessoal e, imediatamente, tomei nas mãos e iniciei a leitura.


Apesar do pequeno tamanho (56 páginas), o conteúdo é valioso e indispensável para todo cristão que, de fato, zela pela verdade. O autor é Peter Masters, pastor e conferencista. Inclusive, há uma informação bem interessante acerca dele. Peter Masters pastoreia a Metropolitan Tabernacle (Tabernáculo Metropolitano), na Inglaterra, há várias décadas. Caso não saiba, Peter ocupa o mesmo púlpito que o príncipe dos pregadores, Charles H. Spurgeon, ocupou no século XIX.


Bem, o propósito central do livreto é responder a algumas perguntas fundamentais no âmbito doutrinário: “Devemos servir em denominações apóstatas, que negam o evangelho?” “Devemos participar de campanhas e empreendimentos ecumênicos?” “Devemos reconhecer, nos envolver e apoiar os não-evangélicos?”


O autor, então, mostra que o evangelho está em jogo quando decidimos nos unir às pessoas que não abraçam a mesma verdade doutrinária. Muitos se uniram ao Catolicismo e ao Liberalismo num esforço inútil de, juntos, promoverem a verdade. No entanto, como é possível que visões doutrinárias divergentes promovam a verdade?


Os evangélicos estão apagando a linha de separação que distingue o salvo do não-salvo e destruindo a barreira que separa a verdade do erro. Nem toda separação é pecaminosa e maléfica. Como diz o autor: Separação não é negativa, e sim positiva” (p. 20). Há inúmeros prejuízos que decorrem da não-separação. Por exemplo, aqueles que não se separam, encorajam os falsos ensinadores em sua infidelidade e pecado e, portanto, os fortalecem em sua obra” (p. 25).


Em suma, o autor comenta sobre 10 textos bíblicos que são usados para defender a não-separação, bem como analisa e refuta os 10 argumentos mais comuns daqueles que são a favor do ecumenismo. Não deixe de ler esse livreto. Você será muito enriquecido. Termino com as palavras do autor: Nosso evidente dever bíblico é nos mantermos e permanecermos separados de todas as formas de falsa doutrina, a fim de prestarmos um distintivo testemunho do evangelho, para a glória de Deus e salvação de almas preciosas” (p. 54).


 

Fabrício A. de Marque

 

Publicado pela editora Fiel, o livro A Verdade da Cruz, do falecido teólogo R. C. Sproul, possui somente 152 páginas distribuídas em 10 capítulos. Em 2018 li a obra pela primeira vez. Visto que os livros bons devem ser revisitados, li novamente em 2021. A experiência, mais uma vez, foi marcante.

Sproul é um de meus escritores preferidos. Sua didática é cativante, e singular a sua habilidade em simplificar conceitos teológicos complexos. Nesta obra, ele explora o significado da cruz de Cristo. Por que a cruz é o símbolo do Cristianismo? A cruz é central em todo o Novo Testamento, pois ela aponta para a redenção de Jesus no Calvário.

Sproul utiliza vários fatos de sua vida como pontos de ilustração para clarear alguns conceitos cristológicos. À medida que você reflete com atenção, esses conceitos vão se tornando cristalinos em sua mente.

Muitos cristãos têm dificuldade em compreender alguns termos que estão presentes na Bíblia, como expiação, propiciação, etc. A razão dessa dificuldade é porque essas palavras não fazem parte de nossa conversa cotidiana. Sproul, então, fornece explicações muito claras sobre tais terminologias.

No decorrer da obra, algumas teorias equivocadas sobre a expiação são mencionadas e refutadas. Exemplo disso é a teoria do resgate pago a Satanás. Essa teoria diz que Satanás mantinha os homens presos em total servidão. Por isso, Cristo pagou o resgate a Satanás, por meio de Sua morte, a fim de libertar os homens do cativeiro. Sproul mostra que isso é loucura, pois, se o resgate foi pago a Satanás, então Satanás foi o verdadeiro vitorioso. Ele exigiu um pagamento e Cristo pagou por isso.

Em oposição à teoria do resgate pago a Satanás, Sproul se coloca em defesa da teoria do Christus Victor. Jesus esmagou a cabeça de Satanás na cruz (Cl 2.15), cumprindo assim, a profecia de Gênesis 3.15. Nesse sentido, o resgate foi pago não a Satanás, mas a Deus, porque Deus é quem deveria ser satisfeito.

Perto do fim, Sproul faz uma brilhante defesa da expiação particular, mostrando que Jesus morreu na cruz visando salvar um povo em particular, isto é, os eleitos de Deus. Jamais foi intenção de Deus salvar todos os homens. Se assim fosse, todos certamente seriam salvos.

Combatendo os argumentos arminianos, o autor mostra que crer na expiação particular faz todo sentido, e que isso é uma consequência lógica dos demais pontos do Calvinismo. Nas palavras de Lutero, é uma “lógica irresistível”. Sproul diz ainda que um “calvinista de quatro pontos” é inconsistente. Quem afirma crer nos outros quatro pontos, mas nega a expiação particular, não entendeu adequadamente os outros pontos.

Por fim, o último capítulo é dedicado a responder alguns questionamentos interessantes: Deus morreu na cruz? Existe conflito entre a eleição e a salvação por decisão? Quando uma pessoa é redimida? Como sempre, o autor responde com muita clareza e habilidade. Portanto, recomendo veementemente a leitura desse precioso livro. Você terá um entendimento muito melhor do significado e do propósito da cruz de Cristo.


 

Fabrício A. de Marque


 

Publicado pela editora Mundo Cristão, o livro Polêmicas na Igreja, do Rev. Augustus Nicodemus, possui 8 partes e 32 capítulos, abrangendo o total de 224 páginas. A obra é um compilado de artigos que o autor publicou nas mídias sociais.

O Rev. Augustus trata de vários temas, tanto teológicos quanto ateológicos. Muitos conceitos equivocados ocupam a mente de vários cristãos, o que contribui, infelizmente, para o enfraquecimento do Cristianismo ortodoxo.

Por exemplo, muitos líderes pensam que são intocáveis e completamente imunes às críticas. Para “fundamentar” essa ideia, muitos deles apelam para a frase “Não toque no ungido do Senhor”. Será que é correto usar a expressão dessa maneira?

E quanto ao julgamento? Não podemos julgar absolutamente nada nem ninguém? Jesus proibiu todo tipo de julgamento ou apenas o julgamento hipócrita? Estaria Jesus julgando erroneamente ao chamar os fariseus de “raça de víboras” (Mt 23.33)?

Além desses assuntos próprios do campo da interpretação, o autor também transita no campo da história, teologia, filosofia, ética, etc. Ele fala sobre dons espirituais (vale a pena conferir o diálogo fictício sobre Cessacionismo x Continuísmo), sobre a heresia do Universalismo propagada pelo influente Rob Bell, sobre cosmovisão, pesquisa científica, casamento, homossexualidade, apostolado, papado, e assim por diante.

O Rev. Augustus é sempre didático em suas explicações, seja pregando, dando aula ou escrevendo. Por isso, indico a leitura dessa excelente obra. Ao término, tenho certeza que algum conceito será modificado ou fortalecido em sua mente.

 

Fabrício A. de Marque


Foi difícil selecionar os livros que mais gostei de ler em 2020. Certamente, vários outros ficaram de fora da lista, embora a maioria deles tenha me edificado de alguma maneira. No entanto, os livros da lista abaixo foram aqueles que me influenciaram em proporções mais significativas. A lista não está em ordem de importância ou qualidade, mas sim, em ordem cronológica de leitura.


(1) A Evangelização e a Soberania de Deus: se Deus controla todas as coisas, por que evangelizar? J. I. Packer, 112 págs., Ed. Cultura Cristã.


(2) Eleitos de Deus: o retrato de um Deus amoroso que providencia salvação para seres humanos caídos: R. C. Sproul, 160 págs., Ed. Cultura Cristã.


(3) Esquizofrenia Intelectual: cultura, crise e educação: R. J. Rushdoony, 204 págs., Ed. Monergismo.


(4) Cristo Jesus, Homem: reflexões teológicas sobre a humanidade de Cristo: Bruce Ware, 238 págs., Ed. Fiel.


(5) A Inspiração das Escrituras: Loraine Boettner & Benjamim Warfield, 136 págs., Edições Vida Nova Leiria Portugal.


(6) O Credo dos Apóstolos: as doutrinas centrais da fé cristã: Franklin Ferreira, 280 págs., Ed. Fiel.


(7) Introdução à Pregação Reformada: uma investigação histórica sobre o modelo bíblico-reformado de pregação: Paulo Anglada, 216 págs., Knox Publicações.


(8) Escolhidos: uma exposição da doutrina da eleição: Sam Storms, 256 pág., Edições Vida Nova.


(9) Sobre Ombros de Gigantes: introdução aos grandes teólogos, de Lutero a Packer: Michael Reeves, 243 pág., Ed. Monergismo.


(10) Cinco Coisas Que Todo Cristão Precisa Para Crescer: R. C. Sproul, 104 pág., Ed. Bom Pastor.


(11) Comentário de Gênesis (volume 1): João Calvino, 630 págs., Ed. Clire.


(12) Futuros Homens: criando meninos para enfrentar gigantes: Douglas Wilson, 216 págs., Ed. Clire.


(13) Teologia Sistemática: Wayne Grudem, 1.104 págs., Edições Vida Nova.

 

 

Fabrício A. de Marque

 


Não, não é ostentação, caso você tenha me julgado ao ler esse título. É, na verdade, o compartilhamento de uma conquista, acompanhado de algumas dicas que poderão ser úteis para sua rotina de leitura. Em 2020, eu li mais livros do que em 2019. Todavia, em 2019, eu li muito mais artigos do que neste ano. Se você é competitivo, quero incentivá-lo a ser competitivo contra si mesmo. Tente superar as suas próprias metas anteriores. Tente melhorar hoje para ser melhor do que você foi ontem.

Compare você com você mesmo, e não com os outros. Assim, você conseguirá galgar novos patamares sem querer ser melhor do que as pessoas. Foi o que fiz. Há anos que venho tentando ler três dígitos de livros no período de 1 ano. Há 2 anos consecutivos que estou conseguindo fazer isso. No quesito leitura de livros, 2020 foi mais produtivo do que 2019. Mas, afinal, qual o tamanho desses livros? Em minha lista, não incluí os livretos. Particularmente, considero "livreto" aquele material inferior a 100 páginas. Li vários livretos também, mas não os incluí na lista de livros lidos.

Obviamente, como professor, ler faz parte da minha rotina, embora eu também leia nos períodos de descanso (não, não é a mesma coisa!). Mas não se engane. O professor não passa a maior parte do dia lendo confortavelmente, enquanto toma o seu delicioso café quentinho sentado na poltrona. O tempo gasto em pesquisas, montagem de aulas, leituras complementares, reflexão e oração, é imensamente maior. Isso significa que, a menos que tenha um bom planejamento, você não conseguirá ler vários livros enquanto cumpre os seus deveres diários.

Reconheço, é claro, que há vantagens em ser professor, pois determinadas aulas são dadas após a leitura de um ou mais livros inteiros. Contudo, você pode ler bastante, mesmo exercendo qualquer outra profissão. Confesso que as desculpas que algumas pessoas apresentam me irritam. Ora, durante anos eu trabalhei literalmente debaixo do sol, fazendo cobranças e entregas, sem jamais abandonar os meus livros. Eu lia mesmo depois de um dia absurdamente cansativo sob o calor de 40 graus. Não há espaço, aqui, para compartilhar todas as dicas que já implementei e outras que ainda implemento em minha rotina de leitura.

Talvez você acharia tudo muito chato e sistemático. Então, é melhor evitar esse tipo de impressão. Desse modo, deixarei quatro dicas importantes que, embora não sejam as únicas, certamente ajudarão você em sua caminhada como leitor: (1) Leia mais de um livro ao mesmo tempo. Comece lendo duas obras de uma vez. O tema pode ser o mesmo ou não. A escolha é sua. No início, pode ser que você fique um pouco "perdido", mas esse efeito colateral logo passa. Já cheguei a ler 12 livros ao mesmo tempo. Como eu estava lecionando em quatro lugares ao mesmo tempo, era impossível ler um livro de cada vez.

Além disso, dificilmente abro mão de ler o que eu quero. Ler somente o que é obrigatório pode ser desanimador; (2) Não dê pausas de muitos dias entre um livro e outro. Se você ficar com a mente muito sobrecarregada, é aconselhável "afrouxar as rédeas". Mas não faça isso durante uma semana, por exemplo. Um dia ou dois, no máximo, está de bom tamanho. Particularmente, começo minhas leituras no primeiro dia do ano e encerro só no último dia do ano. Durante o ano, há exceções, é claro. Há dias que não quero nem olhar para os livros, tamanha a necessidade de um descanso mental;

(3) Aumente a velocidade de leitura. O método de leitura tradicional foi útil em nossa alfabetização. Líamos devagar, palavra por palavra, e em voz alta. Esse método tem o seu valor, mas o tempo passou. Para ler de modo mais eficaz, é necessário ler mais rápido e em silêncio. A sua mente é mais rápida do que as palavras audivelmente verbalizadas. Por isso, colocar a mente e a voz para correrem na mesma velocidade, é altamente limitador. Para aumentar a velocidade de leitura, use uma caneta como guia.

Leia deslizando a ponta da caneta por baixo das palavras, percorrendo cada linha, e aumentando a velocidade de modo intencional. Você também pode usar a ponta do dedo indicador para fazer isso; e (4) Estabeleça metas. Sem metas, não é possível avaliar o progresso ou o regresso na leitura. Se a tua meta for 30 páginas por dia, não durma sem atingir esse objetivo. Se você fracassar, saiba que a leitura se acumulará, tornando a meta do dia seguinte ainda mais pesada. Por isso, aproveite cada pausa do dia para ler um pouquinho, ainda que seja somente uma página. Isso fará muita diferença à medida que você ficar cansado no decorrer do dia.

Diante disso, que tal mudar os hábitos e começar a ler mais? Todos sabem que a leitura influencia grandemente uma pessoa. Boa parte de quem somos, foi formada a partir da leitura que fizemos, ou a partir da leitura que deixamos de fazer. Muitas portas se abrem quando fazemos da leitura um hábito enraizado. Não só portas de emprego, mas também portas de relacionamentos, bem como oportunidades de forma geral. Fica, portanto, a excelente (porém triste) constatação do poeta brasileiro Mário Quintana (1906-1994): 


Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não leem.



Fabrício A.  de Marque


 


Este livro é o volume 2 da trilogia “Coleção Homilética”, do pastor Jilton Moraes. É o volume mais grosso da série, totalizando 416 páginas. A obra está dividida em três partes e 16 capítulos. Foi publicada em 2008 pela Editora Vida Acadêmica. 

Entre o sermão e o ouvinte existe um abismo que precisa ser superado. Superar tal abismo não é uma tarefa fácil. O pregador precisa trabalhar muito para atingir esse objetivo. Mas antes de impactar o público com a Palavra do Senhor, o pregador precisa viver diante do Senhor da Palavra. A melhor ilustração de um sermão é a vida que o pregador vive. Os fatores indispensáveis na vida do pregador são apresentados na primeira parte do livro: “Encurtando a distância”. 

Depois de o pregador preparar a própria vida, chegou o momento de preparar a melhor mensagem. Para isso, há opções à disposição do arauto do Evangelho. Na segunda parte, “À busca da forma mais adequada”, o autor nos fornece alguns tipos de sermões: expositivo, biográfico, narrativo, monólogo e segmentado. Há um esboço exemplificando cada tipo para que se compreenda bem a forma de cada um. 

Na terceira parte, “Pregação: um relacionamento”, o autor fala sobre o aperfeiçoamento do sermão. Aqui, são abordadas ocasiões especiais para sermões específicos: Dia de Ação de Graças, Ano-novo, Dia das Mães, Dia dos Pais, Culto Fúnebre, etc. 

Além disso, nesta última parte, o autor também aborda o tempo de duração do sermão. Quanto tempo deve durar uma pregação? A defesa é em favor da brevidade, especialmente em uma época como a nossa. 

Isso exige muito mais dedicação do pregador: “Mais tempo no gabinete, menos tempo no púlpito” (p. 339). Falar pouco não determina a qualidade do sermão: “O caminho para brevidade com profundidade é a objetividade” (p. 347). Pregadores não podem ser prolixos. 

Por fim, o autor aborda a ética no púlpito (excelente conteúdo para pregadores “sem noção”), e o apelo e feedback na pregação. O apelo deve estar presente em todo o sermão, e não apenas no final. Todavia, vale ressaltar que “a pessoa não é salva pela disposição de ir à frente, ficar em pé ou levantar a mão. Somos salvos pela fé em Jesus” (p. 386). Indico a leitura para todos, especialmente para aqueles que estão envolvidos com a pregação formal da Palavra de Deus. 

 

Fabrício A. de Marque


 


Uma das piores pragas da sociedade é o politicamente correto. Por trás dessa postura, encontramos a hipocrisia. É impossível fugir da hipocrisia procurando ser politicamente correto. 

O filósofo brasileiro Luiz Felipe Pondé ataca, de maneira certeira, essa “doença” tão apregoada em nossos tempos. Muitas temáticas são abordadas no livro. Podemos citar algumas: teologia da libertação, esquerda política, democracia, cultura afro, feminismo, autoajuda, “justiça social” (entre aspas mesmo) e muito mais. 

Tenho certeza que várias pessoas ficariam ofendidas com as declarações do autor. Ele fala sobre coisas que todos sabem que é verdade, mas tem medo de dizer.

Pense, por exemplo, no diálogo amigável entre as diversas religiões. O politicamente correto diz que temos que olhar para o “outro” sempre com bons olhos, e contemplar a beleza presente na diversidade cultural e religiosa. Será que uma pessoa politicamente correta permitiria que sua filha se casasse com um muçulmano zeloso? 

O politicamente correto simplesmente fecha os olhos, ignorando a realidade das coisas: “Muitas pessoas gostam de dizer que as diferenças culturais são lindas, mas isso nem sempre é verdade. E que dá para vier sempre em paz. Eu gostaria que isso fosse verdade” (p. 62). 

A obra foi publicada pela Editora Leya em 2012. São 232 páginas distribuídas em 26 capítulos (contando com Introdução e Apêndice). Vale mencionar que o acabamento do material é show de bola! É aquele tipo de material que instiga a leitura. 

 Indico o livro para quem gosta de boa ironia filosófica. Pondé é objetivo em suas declarações e, às vezes, não se preocupa muito em selecionar adjetivos bonitinhos para descrever pessoas politicamente corretas. 

 

Fabrício A. de Marque


 


Foi uma experiência muito boa ter lido este livro. Quem ama ensinar, certamente se identificará com muitas coisas ditas pelo autor. Atualmente, ele não leciona mais, porém, neste livro ele compartilha um pouco de suas experiências como professor. 

Infelizmente, os professores não são valorizados como deveriam ser. Muitos são injustiçados e há pouco reconhecimento de seus labores em prol da educação. O trabalho é árduo: “Há outra coisa que acontece quando os professores descobrem que sete horas de trabalho na escola exigem outras sete horas adicionais de trabalho fora da escola, preparando aulas e dando notas: eles se esgotam” (p. 90). 

Como observa o autor, além do trabalho ser pesado, a remuneração não faz justiça aos seus esforços: “Cinquenta por cento dos professores nos Estados Unidos se demitem nos primeiros cinco anos de carreira. É muito trabalho para pouco salário” (p. 90). 

Apesar disso, há muitas vantagens em ensinar. O verdadeiro professor deve ensinar por amor ao ofício e por amor aos alunos a quem ensina. É gratificante fazer parte do crescimento e do aprendizado das pessoas. 

Taylor Mali é, de fato, apaixonado pela profissão. No decorrer do livro, ele compartilha experiências felizes e tristes que vivenciou como professor. Seu objetivo, ao escrever a obra, foi mostrar a necessidade urgente de bons professores. Bons professores fazem a diferença e precisamos urgentemente deles. 

Taylor Mali escreveu o famoso poema O que os professores fazem. O poema foi escrito dia 1º de janeiro de 1998, após uma provocação que ele recebeu, um dia antes, durante a festa de réveillon de 1997. 

Na ocasião, um jovem advogado arrogante afirmou: “Os professores são tão explorados e desrespeitados, que qualquer pessoa que escolha essa profissão hoje deve ter sua inteligência questionada e portanto não poderia nem mesmo ser autorizada a ensinar”. Encorajo você a pesquisar e ler este poema. 

A Editora Sextante nos brindou com essa excelente obra no ano de 2013. Se você é professor, não deixe de ler este livro. Se você deseja ensinar um dia, leia-o agora. Se você respeita a nobre tarefa do professor, coloque este livro em sua lista de leituras. É uma obra indispensável. 

 

Fabrício A. de Marque