pub-9363386660177184 Pensando as Escrituras: Entendendo as Religiões Hoje
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No primeiro artigo dessa série, falei brevemente sobre o primeiro benefício de estudar as falsas doutrinas: a defesa pessoal. Dando prosseguimento, neste artigo vamos refletir sobre o segundo benefício do estudo apologético das falsas doutrinas. O segundo benefício é a proteção do rebanho.

Em certo sentido, o primeiro benefício está ligado ao segundo. A defesa pessoal é um tipo de proteção. No entanto, há uma diferença muito importante que devemos considerar. Enquanto a defesa pessoal implica em cada crente zelar pela sua própria fé, a proteção do rebanho aponta para a responsabilidade das lideranças eclesiásticas.

A função primordial de um pastor e de um mestre, por exemplo, é ensinar Bíblia para o povo de Deus. Um povo bem alimentado é um povo saudável. E um povo saudável não será contaminado pelas estranhas teologias que surgem de tempos em tempos. Mas o que acontece quando as lideranças negligenciam o ensino das Escrituras e da teologia? O povo é levado por todo vento de doutrina (cf. Ef 4.14).

Podemos afirmar com convicção que, quando a liderança de uma igreja ensina a Palavra de Deus com fidelidade e persistência, muitos problemas são evitados. Torna-se real a conhecida frase que diz: “É melhor prevenir do que remediar”. As horas que seriam gastas no gabinete pastoral para solucionar problemas são dedicadas ao estudo das Escrituras e a outras funções pastorais.

Quando observo algumas igrejas da atualidade, confesso que fico desapontado. Algumas abandonaram a Escola Bíblica Dominical para acrescentar mais um culto. O problema não é ter mais de um culto no domingo. O problema é retirar a Escola Bíblica e eliminá-la completamente da programação da igreja. Como cresceremos na graça e no conhecimento de Cristo sem o ensino da Palavra de Cristo?

Outro fator que tem ameaçado a proteção do rebanho é o abandono da pregação expositiva. Alguns pastores têm adotado uma pregação “conversacional”. O pregador bate um papo informal com as pessoas, dando conselhos superficiais e lançando frases clichês. Isso não é pregação. Se a liderança continuar oferecendo “sopa rala”, o povo não terá força nem conhecimento suficiente para resistir às seduções do mundo e das seitas.

A solução para esse problema é voltar às Escrituras e à teologia. As lideranças devem promover programações que contribuirão para o conhecimento bíblico e teológico do povo de Deus. Algumas sugestões incluem: Escola Bíblica Dominical, cursos teológicos presenciais pelo menos uma vez por semana (exemplo: estudar durante 3 meses os principais argumentos das seitas), grupos de estudo bíblico nos lares, doação de boa literatura (ou com preços mais acessíveis), etc.

Assim, por meio da exposição das Escrituras e do estudo teológico e apologético, o rebanho de Cristo será fortemente protegido. As falsas doutrinas não encontrarão espaço para entrar. As seitas perderão seu poder de sedução, porque, ao invés de encontrarem um povo ingênuo, elas encontrarão um povo forte e destemido que se opõe veementemente ao mal.

 

Fabrício A. de Marque

 

Quais são os benefícios em estudar as falsas doutrinas? Por que devemos dar importância a assuntos polêmicos? Ao invés de estudar as falsas doutrinas, não deveríamos nos dedicar ao estudo diligente da doutrina verdadeira? Muitos são incapazes de discernir a importância do estudo doutrinário, pois, segundo eles, a doutrina é muito teórica, sem implicações práticas para a vida cristã.

Pensar dessa forma é muito errado e também muito perigoso. Refletindo sobre a necessidade do estudo apologético, decidi escrever uma pequena série de artigos a fim de mostrar a importância de conhecer as falsas doutrinas. A série terá quatro artigos, cada um mostrando um benefício específico do estudo das doutrinas heréticas.

Quero destacar, primeiramente, que devemos conhecer muito bem a doutrina verdadeira antes de estudar a doutrina falsa. É o conhecimento adequado daquilo que é verdadeiro que formará o alicerce necessário para combatermos os ensinos falsos. Se uma pessoa entrar no campo de batalha doutrinário sem os devidos equipamentos, ela será atingida pelos dardos inimigos e poderá perder a batalha. Com isso, o nome de Deus será envergonhado.

Eu já li vários livros de seitas cristãs e não cristãs. Certa feita, enquanto lecionava o curso de Seitas e Heresias, eu li a conhecida obra O Evangelho Segundo o Espiritismo de Allan Kardec. Obviamente, eu não recomendei a leitura desse livro para outros irmãos, principalmente em se tratando de irmãos teologicamente ingênuos. Eu sei como isso poderia ser perigoso para eles. Contudo, eu li a obra, e fiz isso a fim de conhecer os ensinamentos kardecistas e refutá-los honestamente sem criar “espantalhos”.

Além disso, eu jamais me aprofundaria no estudo das falsas doutrinas sem estar firmado nas Sagradas Escrituras. Se eu assim procedesse, temo que estaria colocando minha fé em perigo. Portanto, guarde isso em seu coração: estude bem o ensino verdadeiro antes de estudar o ensino falso. Posto isso, consideremos agora o primeiro benefício do estudo das falsas doutrinas.

Devemos estudar as falsas doutrinas para a defesa pessoal da nossa fé. Há grupos heréticos que se especializam em ganhar adeptos específicos. Eles são treinados para atingir determinado grupo de pessoas. Por isso, é de suma importância construirmos cercas protetoras ao redor de nossa mente e de nosso coração. Afinal, a qualquer momento podemos ser abordados pelos membros de uma seita.

Quando estamos bem equipados, não é qualquer argumento que nos convence. Não é qualquer dardo que poderá abalar as nossas convicções. Ao estudar uma falsa doutrina à luz da Palavra de Deus, a espada do Espírito rasgará os falsos ensinamentos ao meio. Como resultado, seremos protegidos do mal e fortalecidos na fé verdadeira. É nossa tarefa zelar pela nossa espiritualidade. É nosso dever equipar a nós mesmos.

Portanto, guardemos a orientação bíblica que diz que o pastor (assim como todo cristão comprometido) deve “ser apegado à palavra fiel, que está de acordo com a doutrina, para que possa exortar pelo reto ensino e convencer os que contradizem este ensino” (Tito 1.9).

 

Fabrício A. de Marque


Como saber se determinada religião é bíblica ou não? Quais critérios devem ser estabelecidos para identificarmos o erro? Vamos considerar os símbolos matemáticos para nos ajudar nessa tarefa.

I. ADIÇÃO.

Toda seita acrescenta algo à Palavra de Deus.  Em outras palavras, a Bíblia não é seguida com exclusividade. As seitas, geralmente, possuem mais de uma fonte de autoridade escrita. As seitas não gostam da ideia de ter SOMENTE A BÍBLIA. O Adventismo diz:

Afirmações
2. Nós cremos que o cânon das Escrituras é composto somente pelos 66 livros do Antigo e Novo Testamentos.
7. Nós cremos que Ellen White foi inspirada pelo Espírito Santo e que seus escritos, um produto dessa inspiração, são aplicáveis e autoritativos, especialmente aos Adventistas do Sétimo Dia.
Negações 1. Nós não cremos que a qualidade ou nível de inspiração nos escritos de Ellen White são diferentes daqueles encontrados nas Escrituras. Nós concluímos, portanto, que um correto entendimento da inspiração e autoridade dos escritos de Ellen White evita dois extremos: (1) considerar esses escritos em nível canônico idêntico às Escrituras, ou (2) considerá-los como literatura cristã comum. [1]

Se as obras de Ellen White estão no meio-termo entre a Bíblia e a literatura comum, por que as obras foram inspiradas pelo Espírito Santo e são autoritativas? Agora veja a afirmação das Testemunhas de Jeová:

“Mas, Jeová Deus proveu também sua organização visível, seu “escravo fiel e discreto”, composto dos ungidos com o espírito, para ajudar os cristãos em todas as nações a entender e a aplicar corretamente a Bíblia na sua vida. A menos que estejamos em contato com este canal de comunicação usado por Deus, não avançaremos na estrada da vida, não importa quanto leiamos a Bíblia.” [2]

II. SUBTRAÇÃO

Toda seita subtrai algo da Pessoa de Jesus Cristo. A Pessoa de Cristo é distorcida de maneira clara ou sutil. As Testemunhas de Jeová subtraem a Divindade de Jesus, como foi visto em outro artigo dessa série. A Legião da Boa Vontade (LBV) subtrai tanto a Divindade quanto a Humanidade de Jesus. A LBV foi fundada por Alziro Zarur no dia 1º de janeiro de 1950. O atual diretor-presidente da LBV é José de Paiva Netto. Veja o que é ensinado:

“Agora, o mundo inteiro pode compreender que Jesus, o Cristo de Deus, não é Deus nem jamais afirmou que fosse Deus." [3]

“A presença de JESUS na Terra foi uma aparição espiritual tangível: o Espírito – segundo as leis naturais que acabamos de explicar – tomou todas as aparências do corpo. O perispírito, que o envolvia, foi feito tangível, de modo a produzir a impressão perfeita, na medida do que o reclamavam as necessidades. Mas Jesus Era Sempre Espírito.” [4]

III. MULTIPLICAÇÃO

Toda seita distorce o conceito bíblico de salvação. Algumas negam enfaticamente o sacrifício de Jesus, enfatizando apenas as obras. Mas a maioria multiplica a fé com as obras. Citaremos apenas um exemplo. Ellen G. White escreveu:

“Deus colocou o sábado ao final dos seis dias de trabalho, para que o homem aí se detenha e considere o que lucrou, durante a semana finda, em preparativos para aquele reino de pureza a que nenhum transgressor será admitido. Devemos cada sábado fazer um balanço para verificar se a semana finda nos trouxe lucro ou prejuízo espiritual. Santificar o sábado ao Senhor importa em salvação eterna.” [5]

IV. DIVISÃO

Toda seita divide o mérito da salvação. A glória não é dada inteiramente a Deus. As seitas, geralmente, ensinam que não existe salvação fora dela (sectarismo). Agindo assim, elas dividem a glória que pertence apenas a Deus. Veja a afirmação do famoso padre Paulo Ricardo:

“As pessoas que forem salvas, serão salvas através da Igreja Católica. De que modo? Ou através da explícita e clara incorporação através do batismo, da profissão de fé e da submissão ao Romano Pontífice ou por outros meios que só Deus conhece. O que é claro é que a Igreja Católica será sempre o meio de salvação do homem.” [6]

Além dessas características, várias seitas também possuem outras marcas. Geralmente emitem falsas profecias, marcando data para o fim dos tempos. Negam a ressurreição corporal de Jesus. Negam a Divindade e a Personalidade do Espírito Santo, etc.
Para encerrar esse breve artigo, cito a frase do reformador Martinho Lutero (1483-1546):

“Se não houvesse seitas, pelas quais o diabo nos despertasse, tornar-nos-íamos demasiadamente preguiçosos e dormiríamos roncando para a morte. A fé e a Palavra de Deus seriam obscurecidas e rejeitadas em nosso meio. Agora, essas seitas são para nós como esmeril para nos polir; elas nos amolam e estão lustrando nossa fé e nossa doutrina, para se tornarem limpas como um espelho brilhante. Também chegamos a conhecer Satanás e seus pensamentos e seremos hábeis em combatê-lo. Assim a palavra de Deus torna-se mais conhecida.”


Fabrício de Marque

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Nota:
[2] A Sentinela, 1º/8/1982, p. 27.
[3] A Saga de Alziro Zarur II. p.112.
[4] A Saga de Alziro Zarur II. José de Paiva Netto: 10ª edição, p.108.
[5] Ellen G. White Estate. Testemunhos Seletos 3, 2013, p. 22.
[6] https://padrepauloricardo.org/episodios/fora-da-igreja-existe-salvacao.


Quem são os Mórmons? Podemos considerar o Mormonismo uma religião cristã? Vamos analisar alguns ensinos desse segmento religioso.

I. RESUMO HISTÓRICO

Os mórmons são adeptos da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. A palavra “mórmon” significa muito bom. De dois em dois eles visitam as casas com o objetivo de ganhar adeptos. O fundador do Mormonismo foi Joseph Smith Jr. (1805-1844).
Joseph viveu num contexto de pobreza e superstição. Ele tinha muita confusão em relação à qual igreja pertencer, porque havia muitas igrejas e religiões diferentes. Smith se retirou em um bosque e lá pediu sabedoria a Deus, conforme a promessa de Tiago 1:5. Joseph teve uma visão sobrenatural nesse bosque, aos 15 anos de idade. Nessa visão, dois anjos lhe apareceram no ar: Deus e Jesus Cristo. Joseph perguntou aos seres celestiais sobre qual igreja deveria se unir, mas foi instruído a não seguir nenhuma, porque todas tinham se apostatado. Em seguida, foi dito que ele havia sido escolhido para restaurar a verdadeira igreja de Jesus Cristo. Anos depois, ele fundou a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Último Dias, em 6 de abril de 1830. Essa experiência é chamada de PRIMEIRA VISÃO.
A SEGUNDA VISÃO ocorreu três anos depois, aos 18 anos de idade. Um anjo chamado Morôni apareceu no quarto de Joseph dando-lhe instruções específicas. Um livro enterrado em placas de ouro desde 421 d.C. no monte Cumora, em Palmyra, Nova York, deveria ser desenterrado e traduzido. Nesse livro há o registro sagrado de Deus aos antigos habitantes da América. A literatura enterrada é o Livro de Mórmon. Joseph traduziu o livro depois de alguns anos sendo instruído pelo anjo Morôni acerca de como deveria proceder.

II. LITERATURA MÓRMON

Quais livros são utilizados pela seita? A Bíblia é a única regra de fé e prática?
1. Bíblia: Os mórmons afirmam que a Bíblia é a Palavra de Deus, mas contradizem essa afirmação através de seus ensinos.
2. A versão inspirada da Bíblia: Há uma versão elaborada por Joseph Smith e impressa em 1866. Dependendo da conveniência, a seita usa o texto canônico ou essa versão.
3. Livro de Mórmon: É uma literatura que narra a vinda do Cristo ressurreto à América. Ali Cristo pregou e nasceu a igreja cristã na América no século 1º. Essa igreja desapareceu no século 6 com a morte dos nefitas.
4. Doutrinas e Pactos: Nesta obra há 163 revelações dadas por Deus a Smith. Neste livro Deus é apresentado como tendo carne e osso.
5. Pérola de Grande Valor: A obra contém o livro de Moisés e Abraão. Possui ensino politeísta. Deus é apresentado como um Deus entre vários deuses.
6. Discurso do Ancião King Follett: É um discurso de Smith no funeral de Follet, ancião da seita e um amigo chegado de Joseph. A obra ensina a divinização do homem e a humanização de Deus, conforme a citação a seguir: “O que é o homem é agora, Deus já foi. O que Deus é agora, nós seremos depois”.

III. ENSINAMENTOS MÓRMON

1. O que os mórmons ensinam sobre Deus, o Pai?
Como é Deus, o Pai, para os mórmons? Primeiro, Deus tem carne e osso igual ao homem. Deus e Adão são a mesma pessoa:

“Quando Adão entrou no jardim do Éden, ele entrou com um corpo celestial e trouxe consigo Eva, uma de suas esposas [...] Ele é o nosso pai e nosso Deus – o único Deus que temos que tratar.”

Segundo, Deus está em evolução. Ele é poderoso porque evoluiu para esse estado. Através do autoaperfeiçoamento Deus atingiu a divindade. Joseph Smith escreveu:

“Deus foi anteriormente como somos agora, é um homem exaltado e senta em seu trono nos céus lá em cima! Esse é o grande segredo... Se o visse hoje, iria vê-lo na forma de homem... Vou contar-lhe como Deus veio a ser Deus. Imaginamos e supomos que Deus era Deus desde a eternidade. Rejeito essa ideia e removerei o véu de modo que você possa ver... Uma vez Ele foi um homem como nós... Essa é a vida eterna – conhecer o único Deus sábio e verdadeiro; vocês precisam aprender como também ser deuses.” [1]

Terceiro, Deus teve relações sexuais com Maria, que engravidou de Jesus. Não só com Maria, mas com Eva também. Portanto, Deus era bígamo, porque possui sexualmente duas mulheres.

2. O que os mórmons ensinam sobre Jesus?
Quem é Jesus para os mórmons? Primeiro, Jesus era polígamo. O Senhor Jesus casou-se com Marta, Maria e Maria Madalena. O milagre em Caná, relatado em João 2, foi operado em um de seus casamentos. Além de esposas, Jesus teve filhos na terra.
Segundo, Jesus foi criado. Ele nasceu fruto da relação sexual entre Elohim e Maria. James Talmage escreveu: “Entre os filhos espirituais de Elohim, o primogênito a nascer é Jeová, ou Jesus Cristo, a quem todos os demais seguiram” [2].
Terceiro, Jesus é irmão de Satanás. Se o Diabo e os demônios foram todos filhos do deus Elohim, então eles são irmãos de Jesus e nossos irmãos também: “Quanto ao diabo e seus espíritos companheiros, são irmãos do homem e também de Jesus e filhos e filhas de Deus, no mesmo sentido que nós” [3].
Quarto, a expiação de Cristo não é suficiente para expiar todos os pecados. Alguns pecados só podem ser expiados pelo sangue do próprio pecador. "Não há um homem ou mulher que quebre a aliança feita com Deus, que não seja requerido a pagar o preço. O sangue de Cristo nunca limpará; o seu próprio sangue terá que expiar por ele" [4]. E mais: "Eu poderia contar-lhes de muitos exemplos onde homens têm sido justamente mortos a fim de expiar pelos seus pecados. Isto é amar nosso próximo como a nós mesmos. Se ele precisa de ajuda, ajude-o, e se deseja salvação, e é necessário derramar seu sangue na terra para que seja salvo, derrame-o" [5].

3. O que os mórmons ensinam sobre a salvação?
Como alguém pode ser salvo dentro do Mormonismo? Primeiro, eles ensinam que há uma “salvação geral” chamada de “salvação pela graça”. Essa salvação, na verdade, só garante a ressurreição do corpo. Não é uma salvação que determina o lugar para onde alguém vai.
Segundo, ensinam uma “salvação individual” baseado nas obras. Essa salvação determina para qual dos três reinos uma pessoa irá. Também determina se a pessoa vai obter a vida eterna ou não.
Terceiro, há três reinos na glória. O menor “reino” chama-se telestial: lugar destinado aos perversos. O segundo “reino” é o terrestrial (terrestre): lugar destinado aos mórmons indiferentes e às pessoas boas que aceitaram o Mormonismo depois da morte. O terceiro reino é o mais elevado, chamado celestial: lugar dos obedientes à doutrina Mórmon. O reino celestial possui três partes ou compartimentos. A salvação no sentido completo se encontra na parte mais elevada desse reino. De acordo com a seita, a salvação significa alcançar a absoluta divindade e o progresso sexual eterno.
Quarto, além dos três reinos, alguns ensinam que há um lugar de perdição. É um lugar reservado para o Diabo e os demônios e para os mórmons que se apostaram da seita.

IV. RESPOSTA BÍBLICA

Em relação ao Pai:
Deus é Espírito, e não de carne e osso. Deus não é igual ao homem: “[...] eu sou Deus e não homem, o Santo no meio de ti [...]” (Oséias 11:9).

Deus não se aperfeiçoou porque Ele é Perfeito. Deus não pode mudar: “Porque eu, o Senhor, não mudo [...]” (Malaquias 3:6).

Deus, o Pai, nunca foi homem. Ele é Deus desde a eternidade: “Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, mesmo de eternidade a eternidade, tu és Deus” (Salmos 90:2).

Em relação a Jesus:
Jesus é Deus eterno e jamais foi criado: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez” (João 1:1-3).

Jesus não é irmão do Diabo; Jesus veio destruir as obras do Diabo: “[...] Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo” (1 João 3:8).

Jesus nunca foi casado nem teve filhos. Se Jesus fosse casado, antes de morrer Ele teria pedido aos discípulos para que cuidassem de sua esposa e de seus filhos. Mas Ele confiou apenas a sua mãe aos cuidados de João: “E junto à cruz de Jesus estava sua mãe, e a irmã de sua mãe, Maria mulher de Clopas, e Maria Madalena. Ora Jesus, vendo ali sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava presente, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa” (João 19:25-27).

Em relação à salvação:
Não precisamos derramar o nosso próprio sangue para sermos perdoados. O sacrifício de Jesus foi único e é suficiente: “Porque, por meio de um único sacrifício, ele aperfeiçoou para sempre os que estão sendo santificados” (Hebreus 10:14 NVI). “Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado” (1 João 1:7).

Precisamos confiar em Cristo para a salvação. As obras são podem justificar o homem: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Efésios 2:8-9).

A Bíblia não ensina que há três reinos diferentes e também não ensina que seremos deuses, nem ensina a perpetuidade do sexo. Na eternidade, o sexo e o casamento não existirão: “Porque na ressurreição nem casam nem são dados em casamento; mas serão como os anjos de Deus no céu” (Mateus 22:30).

Gostaria de concluir essa breve explanação do Mormonismo citando uma frase do príncipe dos pregadores, Charles H. Spurgeon (1834-1892), que disse:

“Ouvi falar dos Santos dos Últimos Dias. Prefiro os Santos de todos os dias.”


Fabrício A. de Marque

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Nota:
[1] J. F. Smith. Teachings of the Prophet. pp. 345-346.
[2] James Talmage. A Study of the Articles of Faith. Salt Lake City, UT: The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints, 1974. p. 471.
[3] J. H. Evans. An American Prophet (1933), p. 241, citado em The Four Major Cults, p. 54, Hoekema.
[4] JD, Brigham Young, vol. 3, p. 247.
[5] Ibid., vol. 4, pp. 219-220.

Negar a PERSONALIDADE e DIVINDADE do Espírito Santo é algo grave. Negar a realidade da Santíssima Trindade também é algo grave. Veremos como as Testemunhas de Jeová pervertem esses dois ensinos claros da Bíblia Sagrada.

I. A FORÇA IMPESSOAL DE JEOVÁ DEUS

O Espírito Santo não é uma PESSOA, mas “uma força controlada que Jeová Deus usa para realizar uma variedade de propósitos”. Jeová está limitado, pois possui um corpo espiritual, mas a força ativa de Deus não está limitada a nada. Na Tradução do Novo Mundo a expressão é traduzida com iniciais minúsculas: “espírito santo”. Além dessa tradução distorcida, eles citam eruditos FORA DO CONTEXTO. O alvo é usar o que for necessário para fundamentar as suas heresias. Veja a citação que afirma que o Espírito Santo é uma força:

“Mas, alguém talvez pergunte: ‘Se Deus é realmente uma pessoa que mora em certo lugar no céu, como é que ele pode ver tudo o que acontece em toda a parte? E como pode seu poder ser sentido em toda a parte do universo? (2 Crônicas 16:9) Ser Deus uma pessoa de modo algum limita seu poder ou sua grandeza. Tampouco deve diminuir nosso respeito por Ele (1 Crônicas 29:11-13). Para ajudar a compreender isso, pense nos efeitos de amplo alcance duma usina elétrica. A usina elétrica está em determinado lugar. Mas a sua eletricidade é distribuída em toda uma região, fornecendo luz e energia. Com Deus é similar. Ele está nos céus (Isaías 57:15; Salmo 123:1). Contudo, seu espirito santo, que é a sua invisível força ativa, pode ser sentido em toda a parte, em todo o universo. Por meio do seu espírito santo, Deus criou os céus, a terra e todas as coisas viventes. (Salmo 33:6; Gênesis 1:2; Salmo 104:30) Para criar essas coisas, Deus não precisava estar presente em pessoa. Ele pode enviar seu espírito, sua força ativa, para fazer o que quiser, mesmo que ele esteja longe.” [1]

 RESPOSTA BÍBLICA

O Espírito Santo é uma Pessoa ou uma força ativa? A Bíblia diz que Ananias mentiu ao Espírito Santo e, em seguida, diz que essa mentira foi contada a Deus: “Então perguntou Pedro: ‘Ananias, como você permitiu que Satanás enchesse o seu coração, a ponto de você mentir ao Espírito Santo e guardar para si uma parte do dinheiro que recebeu pela propriedade? Ela não lhe pertencia? E, depois de vendida, o dinheiro não estava em seu poder? O que o levou a pensar em fazer tal coisa? Você não mentiu aos homens, mas sim a Deus’." (Atos 5:3,4 NVI). Como que uma força ativa impessoal é capaz de discernir uma mentira? O discernimento é exercido por uma pessoa e jamais por algo impessoal.
Veja mais uma evidência bíblica. O batismo deve ser realizado em nome do Espírito Santo: “Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mateus 28:19). Eles dizem que esse versículo não prova que o Espírito Santo é uma Pessoa. Alguém pode, simplesmente, falar “em nome da lei”, sem que isso signifique que a lei não é uma pessoa. Todavia, a palavra grega νομα (nome) aparece 228 vezes no NT. Exceto em quatro passagens, todas as outras vezes a palavra é aplicada a PESSOAS. Além disso, a expressão idiomática “em nome da lei” é um terrível anacronismo, e não uma refutação. Trata-se de uma expressão moderna jamais usado na época do Novo Testamento.
A outra evidência bíblica revela que o Espírito Santo pode ser entristecido pelo pecado: “Não entristeçam o Espírito Santo de Deus, com o qual vocês foram selados para o dia da redenção” (Efésios 4:30). Você já viu uma energia ficar triste? A tristeza só pode ser experimentada por uma pessoa. Logo, o Espírito Santo é uma Pessoa.
O Espírito Santo também ama: “Recomendo-lhes, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito, que se unam a mim em minha luta, orando a Deus em meu favor” (Romanos 15:30). Uma força impessoal não é capaz de amar. O Espírito Santo ama porque Ele é uma Pessoa, e não uma mera força ativa. A personalidade do Espírito Santo é claramente afirmada nas Escrituras.

II. A TRINDADE PAGÃ

As Testemunhas de Jeová negam enfaticamente a Santíssima Trindade. Um dos argumentos afirma que não existe essa palavra na Bíblia. Além disso, dizem que o conceito de Trindade tem origem no paganismo, e não na Bíblia Sagrada. Vejamos duas citações sobre esses dois argumentos:

“Algumas religiões ensinam a Trindade, ou seja, que o Pai, o Filho e o espírito santo são um só Deus. Mas a palavra trindade não existe na Bíblia. A Bíblia diz que Jeová Deus é o Criador. Jeová criou Jesus antes de todas as outras coisas. (Colossenses 1:15, 16) Jesus é Filho de Deus. Jesus não é o Deus Todo-Poderoso e nunca disse que era igual a Deus. Jesus disse: “O Pai é maior do que eu (João 14:28; 1 Coríntios 15:28). Isso mostra que a Trindade é um ensino falso.” [2]

“Muitos ensinos e práticas que hoje são comuns na religião falsa se originaram muito tempo atrás em Babilônia. Por exemplo, os babilônios adoravam trindades, ou tríades, de deuses. Hoje, a doutrina central de muitas religiões é a Trindade. Mas a Bíblia ensina claramente que existe um só Deus verdadeiro, Jeová, e que Jesus Cristo é seu Filho (João 17:3).” [3]

Segundo eles, foi Tertuliano que trouxe essa crença para o Cristianismo, e não os apóstolos de Jesus Cristo.

RESPOSTA BÍBLICA

Como responder a esses ensinos? Primeiro, Tertuliano foi o primeiro a usar a expressão “Trindade”, por volta do século III. Embora a palavra em si não seja bíblica, o conceito é claramente ensinado na Bíblia. Não se trata de paganismo. Vejamos alguns exemplos.

A Trindade está presente no batismo de Jesus no Jordão:
“Depois de batizado, Jesus saiu logo da água. E viu o céu se abrir e o Espírito de Deus descer como uma pomba, vindo sobre ele. E uma voz do céu disse: Este é o meu Filho amado, de quem me agrado.” (Mateus 3:16-17, A21)

A Trindade está presente na Grande Comissão de Jesus:
“Portanto, ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.” (Mateus 28:19, A21)

A Trindade está presente na bênção apostólica:
“A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós.” (2 Coríntios 13:13, A21)

A Trindade está presente na eleição dos crentes:
“Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, pela santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo: Graça e paz vos sejam multiplicadas.” (1 Pedro 1:2, A21)

Os protestantes são acusados pela seita de politeísmo. Todavia, eles é quem beiram o politeísmo, porque ensinam que Jeová Deus é Todo Poderoso, e Jesus é um deus menor, apenas Poderoso (embora Jesus não seja adorado pela seita). Portanto, há dois deuses, um maior que o outro.
Os protestantes creem em um só Deus, que subsiste em três pessoas. Os protestantes também não são Triteístas, que adoram Três Deuses. E também não são Modalistas, que creem em três manifestações da mesma pessoa divina. Os protestantes são Trinitaristas: adoram UM DEUS que subsiste em TRÊS PESSOAS. A ilustração a seguir ajudará a entender o que é a Trindade Santa:


De acordo com o gráfico, a palavra “Deus” deve ser distinguida das Pessoas do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Quando você ler a palavra “Deus”, pense nos atributos da divindade: santidade, eternidade, glória, onisciência, amor, etc. Essas qualidades são a essência da Trindade. As três Pessoas da Trindade compartilham dessa mesma essência, de modo que o Pai é eterno, o Filho é terno e o Espírito Santo é eterno. O Pai é Santo, o Filho é Santo e o Espírito Santo é Santo, e assim por diante. Sendo assim, somos monoteístas trinitários. Cremos num só Deus que subsiste em três Pessoas.

Portanto, as Testemunhas de Jeová é uma seita perigosa. Estude a Bíblia para não ser enganado pelas suas ideias. Os ensinos das Testemunhas de Jeová foram refutados no passado, porque o ensino delas é parecido com o Arianismo do século IV. Estude essas refutações e considere as palavras de Salomão:

“[...] não há nada novo debaixo do sol” (Eclesiastes 1:9)


DICAS DE LEITURA
Se você deseja se aprofundar nesse assunto, a seguir há uma listra de livros que te ajudarão nesse objetivo:

(1) Esequias Soares - Testemunhas de Jeová: A Inserção de Suas Crenças no Texto da Tradução do Novo Mundo (2007), 194 p. Universidade Presbiteriana Mackenzie.

(2) Robert M. Bowman Jr. - Por que Devo Crer na Trindade: Uma Resposta às Testemunhas de Jeová (2008), 172 p. Arte Editorial/Candeia.

(3) David A. Reed - As Testemunhas de Jeová Refutadas Versículo Por Versículo (1990), 132 p. Editora JUERP.

(4) Aldo Menezes - Testemunhas de Jeová: Exposição e Refutação de Suas Doutrinas (2009), 366 p. Editora Vida Acadêmica.

(5) R. C. Sproul - O que é a Trindade? (2013), 70 p. Editora Fiel.

(6) R. C. Sproul - Quem é o Espírito Santo? (2013), 72 p. Editora Fiel.



Fabrício A. de Marque

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Nota:
[1] Poderá Viver Para Sempre no Paraíso na Terra. Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados. Cesário Lange, SP: 1983. p. 37.
[2] Você Pode Entender a Bíblia. Associação Torre de Vigia de Bíblias e Tratados. São Paulo, Brasil: 2016, p. 213.

[3] O Que a Bíblia Realmente Ensina? Associação Torre de Vigia de Bíblias e Tratados. São Paulo, Brasil: 2015, p. 152.


Quem são as Testemunhas de Jeová? Quando que o movimento teve início? Quais são os seus ensinos? Podemos chamar essa organização de seita?

I. BREVE HISTÓRICO

O fundador da seita se chamava Charles Taze Russell (1852–1916).  Tudo começou em Pittsburgh, Pensilvânia, Estados Unidos. Russell e sua família eram membros de uma igreja presbiteriana. Mais tarde, porém, Russell passou pela igreja Congregacional e pela Adventista. Em 1884 surgiu o Russelismo. Em 1916 Russell faleceu e Rutherford foi o seu substituto. Joseph Franklin Rutherford viveu de 1869 – 1942 (filho de pais batistas). Rutherford, sem dúvida, influenciou o movimento muito mais do que Russell. Depois da morte Rutherford, Nathan Homer Knorr assumiu a liderança. Knorr viveu de 1905 – 1977. Foi um dos principais tradutores da “Tradução do Novo Mundo das Escrituras”. Essa tradução foi lançada em 1961, considerada superior às demais traduções. As Testemunhas de Jeová passaram por algumas divisões, conforme relatado por Jaziel G. Martins:

“Algumas divisões aconteceram no grupo, sendo a primeira causada pelo divórcio de seu líder. O Russelismo tem mudado seu ‘evangelho’ por repetidas vezes e continuamente. Em 1884 foi inventado um Novo Evangelho por Russell – “Estudo das Escrituras”. Depois da morte de Russell, o novo presidente, o “juiz” Rutherford, rejeitou esse “Estudo” e lançou-o fora. Foram substituídos por outros livros de autoria do juiz. Depois da morte de Rutherford (1942) apareceram outros escritos por um oráculo conhecido como “Sociedade” que substitui os livros de Rutherford. Um membro pertencente à seita das Testemunhas de Jeová observou que as doutrinas da seita haviam mudado 148 vezes entre os anos de 1917 e 1926.” [1].

II. O QUE AS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ ENSINAM SOBRE DEUS E JESUS?

1. A Concepção de Jeová.
Os Testemunhas de Jeová reconhecem a existência de um Ser supremo. Porém, eles diminuem alguns atributos de Deus: a Onipresença e a Onisciência. Primeiro, eles ensinam que Deus está confinado no céu. Observe o que é dito em uma de suas obras:

“Na realidade, por ensinar que Deus é onipresente, a cristandade confundiu a questão e tornou mais difícil para Deus ser encarado como real por seus adoradores. Como é que Deus pode estar presente em todo lugar ao mesmo tempo? Deus é uma Pessoa espiritual, o que significa que não tem um corpo material, mas sim um espiritual. Será que um espírito tem corpo? Sim, pois lemos: “Se há corpo físico, há também um espiritual” (1 Coríntios 15:44; João 4:24). Deus como indivíduo, como Pessoa com um corpo espiritual, tem um lugar de residência, e assim não poderia estar em qualquer outro lugar ao mesmo tempo.” [2].

Esse falso ensino acabou levando a outro falso ensino. Observe: se Deus tem um corpo e um lugar de habitação, como Ele pode ver tudo que acontece em todo lugar? É impossível. Em outras palavras, se Deus não está em todos os lugares, Ele não pode saber de todas as coisas que acontecem em todos os lugares. Ao negarem a Onipresença divina, eles também negaram a Sua Onisciência. Veja mais uma citação:

“Jeová tem conhecimento de tudo, é todo-sábio — onisciente. Ele pode prever tudo o que deseja prever.” [3]

Observe atentamente a frase: “Ele pode prever tudo o que deseja prever”. Eles usam a palavra “onisciente”, como nós, porém, atribuem um sentido diferente a ela. Nós afirmamos que Deus sabe de tudo em todos os lugares no mesmo instante, ou seja, Deus possui Onisciência absoluta. Mas eles dizem que Jeová sabe apenas o que escolheu saber, ou seja, Deus possui Onisciência parcial. Dessa maneira, eles tentam dar uma explicação à Queda de Adão, dizendo que Jeová não sabia que Adão e Eva pecariam, porque Ele não desejou prever tal acontecimento. Agora, note que o sistema de pensamento das Testemunhas de Jeová é contraditório:

“Além disso, Jeová tem conhecimento de tudo, é todo-sábio — onisciente. Ele pode prever tudo o que deseja prever. Sobre ele se diz: “Não há criação que não esteja manifesta à sua vida, mas todas as coisas estão nuas e abertamente expostas aos olhos daquele com quem temos uma prestação de contas” — Hebreus 4:13.” [4]

Qual o problema com essa frase? Ora, se Jeová escolheu conhecer apenas algumas coisas, isso significa que as outras coisas ficaram encobertas de Seu conhecimento. Correto? Contudo, o versículo bíblico citado por eles diz que TODAS AS COISAS estão nuas e expostas diante dEle, e não ALGUMAS COISAS apenas. Portanto, o Jeová das Testemunhas de Jeová não é o mesmo Deus da Bíblia. Jeová conhece apenas o que deseja conhecer. O Deus da Bíblia conhece tudo, porque não há nada escondido de Seu perfeito conhecimento.

O QUE A BÍBLIA ENSINA SOBRE A ONIPRESENÇA E ONISCIÊNCIA DE DEUS?

A. A Bíblia ensina que Deus é um Ser ilimitado que está em todo lugar.
Deus não está limitado a um corpo físico ou espiritual. Deus não está confinado no céu, porque Ele enche toda a terra e céu: “[...] Não sou eu o que enche os céus e a terra?, diz o SENHOR” (Jeremias 23:24b). E mais: "Mas, na verdade, habitaria Deus na terra? O céu, e até o céu dos céus, não te podem conter; muito menos este templo que edifiquei!" (1 Reis 8:27).
O salmista reconheceu a impossibilidade de fugir da presença de Deus: “Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua presença? Se eu subir ao céu, lá tu estás; se fizer a minha cama nas profundezas, tu estás ali também” (Salmos 13:7-8, A21).

B. A Bíblia ensina que Deus conhece absolutamente todas as coisas.
Deus possui conhecimento perfeito: “Grande é o nosso Senhor, e de grande poder; o seu entendimento é infinito” (Salmos 147:5, ACF).
Deus sabe não apenas tudo o que acontece na história, mas também aquilo que acontece em nossos corações: “Se disseres: Não sabemos de nada. Por acaso aquele que sonda os corações não percebe? E aquele que guarda a tua vida não sabe? Não retribuirá a cada um conforme seus atos?” (Provérbios 24:12, A21).
O salmista tinha consciência da impossibilidade de algo permanecer oculto do conhecimento de Deus: “Sabes quando me sento e quando me levanto; conheces de longe o meu pensamento” (Salmos 139:2, A21).

“Diante dos homens somos opacos como uma casa de abelha. Eles podem ver os pensamentos entrando e saindo, mas o efeito deles dentro do homem, não podem dizer. Diante de Deus somos como uma casa de abelhas feita de vidro, e tudo o que nossos pensamentos estão fazendo ao nosso interior, Ele perfeitamente vê e entende.” [5]

2. A Concepção de Jesus.
A Pessoa de Cristo é gravemente distorcida pelas Testemunhas de Jeová. Não abordaremos todas as distorções cometidas pela seita. Veremos apenas algumas. Primeiro, eles ensinam que Jesus faz parte da criação de Deus. Tentam fundamentar essa heresia fazendo um péssimo uso da palavra “primogênito”, afirmando que Jesus foi a primeira criação, porque essa palavra, segundo eles, significa “primeiro gerado”. Confira a afirmação deles:

“Também em Colossenses 1:15 fala-se dele como a ‘imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação’. Deste modo está classificado entre as criaturas de Deus, sendo o primeiro entre elas e também o mais amado e mais favorecido entre elas. Ele não é o autor da criação de Deus; mas, depois de Deus o haver criado como seu Filho primogênito, usou-o como seu Obreiro associado ao trazer à existência todo o resto da criação.” [6]

Além disso, eles também distorcem o significado da palavra “unigênito”. Com isso, sustentam que Jesus foi criado DIRETAMENTE por Jeová. Veja:

“Ele é também o Filho "unigênito" de Deus, visto que é o único diretamente criado por Jeová Deus; todas as outras coisas vieram à existência por meio dele, como Agente Principal de Deus.” [7]

O QUE A BÍBLIA ENSINA SOBRE A PESSOA DE JESUS?

A. A Bíblia diz que Jesus é eterno.
O que vem à sua mente quando você ouve a palavra “Deus”? Deus é um TÍTULO que engloba todos os atributos da divindade: eternidade, onipresença, onisciência, onipotência, etc. Nesse sentido, o Pai é Deus, o Espírito Santo é Deus e Jesus é Deus. É importante ter essa distinção estabelecida em nossa mente, porque Deus não é um nome, mas um título. Observe que o a Pessoa do Pai afirmou que a Pessoa do Filho é Deus. As palavras em vermelho referem-se ao Deus Filho, e as palavras em azul ao Deus Pai:

“Mas ao Filho ele diz: ‘Teu trono, ó Deus, permanece para todo o sempre; tu governas com cetro de justiça. Amas a justiça e odeias o mal; por isso, Deus, o teu Deus, te ungiu. Derramou sobre ti o óleo da alegria, mais que sobre qualquer outro’." (Hebreus 1:8-9 NVT)

O Pai chamou o Filho de Deus muito claramente. Sabemos que só Deus possui o atributo da eternidade: “[...] de eternidade a eternidade, tu és Deus” (Salmos 90:2b A21). Se só Deus possui o atributo da eternidade, e se o Pai chamou o Filho de Deus, isso significa que Jesus nunca foi criado, mas é eterno. Portanto, Ele tem a mesma natureza eterna que Deus Pai.

B. A Bíblia diz que Jesus tem a primazia.
A palavra primogênito, no grego, é πρωττοκος. Essa palavra indica “primazia” e “preeminência”. Não tem nada a ver com primeira criação. O próprio contexto de Colossenses revela que Jesus é soberano sobre a criação. Vejamos duas provas bíblicas de que essa palavra significa primazia e preeminência, e não primeira criação.
A primeira prova está no Salmos 89:27, que diz: “Também o farei meu primogênito mais elevado do que os reis da terra” (ACF). O salmo está falando do rei Davi. Davi era o filho mais velho, o primeiro filho de Jessé? Sabemos que não. O primogênito de Jessé foi Eliabe. Então por que Davi é chamado de primogênito? Porque Davi teria um papel de preeminência como rei de Israel. O Messias veio ao mundo através da linhagem de Davi. Logo, a palavra não significa primeira criação, mas primazia ou preeminência.
A segunda prova está em Êxodo 4:22, que diz: “Então dirás a Faraó: Assim diz o Senhor: Israel é meu filho, meu primogênito” (ACF). Israel foi a primeira nação a existir na terra? Sabemos que não. Antes de Israel existia o povo sumério, acádio, amorreu, egípcio, etc. Então por que a nação de Israel é chamada de primogênito? Porque a nação de Israel foi escolhida por Deus para revelar o Messias à humanidade. Novamente, a palavra não significa primeira criação, mas primazia ou preeminência.
O que Colossenses 1:15 está dizendo é que Jesus, como Criador de todas as coisas, ocupa uma posição de preeminência e de primazia. Toda a criação deve render glória ao nome dEle. Ele é o centro de toda a criação. Ele é o Soberano da criação.

B. A Bíblia ensina que Jesus tem a mesma natureza que o Pai.
A palavra “unigênito”, no grego, é μονογενής. Esse termo ocorre no conhecido texto de João 3:16. Não significa “único gerado”, como as Testemunhas de Jeová ensinam para que pensemos que Jesus foi criado diretamente pelas mãos de Jeová. A palavra significa “do mesmo tipo”, “da mesma raça” ou “da mesma espécie”. Em outras palavras, Deus enviou ao mundo o Seu Filho – da mesma natureza divina que Ele – para encarnar e morrer no lugar dos pecadores. Ora, Jesus, por ser Deus, nunca recusou adoração, porque só Deus deve ser adorado. O próprio Tomé chamou Jesus de Deus quando o viu ressurreto: “Senhor meu, e Deus meu” (João 20:28).
Portanto, as Testemunhas de Jeová ensinam um Jesus diferente. O Jesus deles não é o mesmo Jesus ensinado pelos apóstolos. Não podemos tolerar esse tipo de ensino: “Pois, se alguém lhes vem pregando um Jesus que não é aquele que pregamos, ou se vocês acolhem um espírito diferente do que acolheram ou um evangelho diferente do que aceitaram, vocês o suportam facilmente” (2 Coríntios 11:4 NVI).

“QUANDO ALGUÉM CRÊ NUM JESUS ERRADO, EMBARCA NUMA SALVAÇÃO ERRADA E DESEMBARCA NUM CÉU ERRADO” (PAULO ROMEIRO)


Fabrício A. de Marque

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Nota:
[1] Jaziel Guerreiro Martins. Seitas: Heresias do Nosso Tempo. Curitiba: A.D. SANTOS EDITORA, 2000. p. 32.
[2] A Sentinela, 15/8/1981, p. 6.
[3] A Sentinela, 15/5/1986, p. 4.
[4] Ibid.
[5] Henry W. Beecher: 1813-1887.
[6] Seja Deus Verdadeiro. International Bible Students Association Brooklyn 1, N.Y., U.S.A., 1949, p. 35.
[7] A Verdade Que Conduz à Vida Eterna. Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados. São Paulo, SP: 1968, p. 47.