pub-9363386660177184 Pensando as Escrituras: Plena Satisfação em Deus
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INTRODUÇÃO
Chegamos em nosso último estudo. Espero que você tenha acompanhado desde o começo. O conteúdo da nossa última lição terá como base o capítulo 09 do livro, cujo tema é: “O que isso significa para as missões?”.
De acordo com o John Piper, o prazer em Deus tem um grito de guerra. E o grito de guerra é missões mundiais. De que maneira fazemos missões mundiais? Fazemos missões mundiais sacrificando o conforto e a segurança. Isso é feito para que o evangelho chegue aos povos não alcançados. Isso pode parecer penoso, mas, na verdade, é algo paradoxal. As alegrias são mais profundas onde os sacrifícios são maiores:

“Em verdade lhes digo que não há ninguém que tenha deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos ou campos por minha causa e por causa do evangelho, que não receba, já no presente, cem vezes mais casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições; e, no mundo por vir, receberá a vida eterna.” (Marcos 10.29-30) [1]

I. ABNEGAÇÃO

O texto nos ensina que Deus recompensa a abnegação feita por causa do Evangelho. Todo cristão, sem exceção, é chamado à renúncia. Todavia, alguns são chamados a uma renúncia maior. Esse é o caso do missionário. Muitos missionários abandonaram sua carreira, seus projetos pessoais, sua cidade, sua família. Nem todo chamado ministerial implica abandonar tudo isso. Mas a Bíblia nunca escondeu de nós a realidade da renúncia. Jesus disse:

“Se alguém quer vir após mim, negue a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida a perderá; e quem perder a vida por minha causa e por causa do evangelho, esse a salvará.” (Marcos 8.34-35)

A verdade é que, se o nosso coração estiver no Senhor, as renúncias não parecerão prejuízos. David Livingstone (1813—1873) foi um famoso missionário britânico. Durante um discurso aos alunos da Universidade de Cambridge, ele disse:

As pessoas falam do sacrifício que fiz em gastar tanto tempo da minha vida na África... Longe de mim esteja tal palavra, tal visão, tal pensamento! Não é, verdadeiramente, sacrifício algum. Eu digo que é um privilégio. A ansiedade, a doença, o sofrimento, ou o perigo, tanto agora quanto no futuro, de vez em quando, com a ausência das conveniências e carinhos comuns desta vida, podem fazer com que paremos, com que nosso espírito vacile e a alma afunde; mas que seja só por um momento. Tudo isso não é nada quando comparado com a glória que será revelada em nós e por nós. Eu jamais fiz sacrifício algum. [2]

O apostolo Paulo escreveu sobre isso:

“Mas o que para mim era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo. Na verdade, considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor. Por causa dele perdi todas as coisas e as considero como lixo, para ganhar a Cristo [...] O que eu quero é conhecer Cristo e o poder da sua ressurreição, tomar parte nos seus sofrimentos e me tornar como ele na sua morte.” (Filipenses 3.7-8, 10)

A renúncia é loucura para o mundo, mas não é loucura para o cristão. Muitos missionários já testemunharam da alegria que experimentaram após renunciar algo para levar pessoas a Jesus. Lottie Moon (1840—1912), missionária batista do Sul da China, disse algo extremamente verdadeiro:

“Não pode haver certamente alegria maior do que salvar almas.” [3]

II. LUCRO NA PERDA

Quem se sacrifica pelas missões, entendeu que missões é lucro. John Piper relata o sofrimento experimentado por Samuel Zwemer (1867—1952), um missionário que foi apelidado de “Apóstolo do Islã”:

Em 1897, Samuel Zwemer, sua esposa e duas filhas navegaram para o Golfo Pérsico para trabalhar entre os muçulmanos de Bahrain. Seu esforço evangelístico foi, em grande parte, infrutífero. Em julho de 1904, ambas as suas filhas, com quatro e sete anos, morreram; uma delas morreu oito dias depois da outra. Ainda assim, cinquenta anos depois, Zwemer olhou para trás, lembrando dessa época de sua vida e disse: “A alegria pura de tudo que aconteceu volta à memória. Eu repetiria tudo outra vez jubilosamente. [4]

Que exemplo de coragem e fé! Mas os exemplos não param por aí. Você já deve ter ouvido falar de Jim Elliot (1927—1956). Jim atuou como missionário, e foi assassinado no dia 08 de janeiro de 1956 por índios Aucas do Equador. Ele não morreu sozinho. Outros quatro companheiros de missão foram mortos também, deixando suas jovens esposas precocemente viúvas. O mundo olhou para o martírio desses jovens e chamou tal acontecimento de tragédia. Elisabeth Elliot (1926—2015), a esposa de Jim, disse que o mundo não havia entendido a frase dita por ele, que se tornou conhecida e citada por muitos:

“Não é tolo quem entrega o que não pode reter para ganhar o que não pode perder.”

De fato, Jim não guardou o Evangelho para si e, como consequência, foi martirizado. Mas não olhe para isso como algo trágico. Jim tinha prazer em Deus e, por isso, ele ofereceu esse mesmo prazer às pessoas por meio da pregação do Evangelho. Cristo é o prazer do Evangelho. Mas, por que será que Deus colocou esses missionários no mundo, e deixou que fossem martirizados? Não foi simplesmente para mostrar ao mundo a tribulação pela qual passaram. Deus fez isso para despertar, em nós, a paixão em imitá-los.

“[...] considerando atentamente o fim da vida deles, imitem a fé que tiveram.” (Hebreus 13.7)

“Desejamos que cada um de vocês continue mostrando, até o fim, o mesmo empenho para a plena certeza da esperança, para que não se tornem preguiçosos, mas imitadores daqueles que, pela fé e pela paciência, herdam as promessas.” (Hebreus 6.11-12)

“Portanto, se você sente em sua alma um anseio pelo tipo de satisfação em Deus que libertou esses santos para o sacrifício do amor, saboreie-o e coloque lenha no fogo através da oração antes que Satanás o apague. Esse pode ser um momento decisivo em sua vida.” [5]

Busquemos a plena satisfação em Deus através do sofrimento. Cristo é a luz que brilha no fim do túnel do nosso sofrimento. Lembre-se: Deus é mais glorificado em nós quando estamos mais satisfeitos nEle. Esse fato se torna ainda mais verdadeiro no sofrimento, do que em qualquer outra situação.

OBS: Assista esta aula, clicando no link abaixo:

PARA SE APROFUNDAR
Se você ainda não conhece a história de Jim Elliot, deixo, a seguir, alguns recursos que vão inserir você na breve história desse homem de Deus:

Livro: “Através dos Portais do Esplendor” (Elisabeth Elliot, 320 páginas) https://vidanova.com.br/590-atraves-portais-esplendor.html.

Filme: “Terra Selvagem” (1:51:21) https://www.youtube.com/watch?v=_HVYUF5OYUk.

Filme Infantil: “A história de Jim Elliot” (34:25) https://www.youtube.com/watch?v=90GZXN6Z178.

Documentário: “A História de Jim Elliot” (49:30) https://www.youtube.com/watch?v=9T3SSwwtmz8.



Fabrício A. de Marque

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Notas:
[1] Nova Almeida Atualizada (NAA).
[2] Citado por John Piper. Plena Satisfação em Deus: Deus glorificado e a alma satisfeita. São José dos Campos, SP: Fiel, 2009, pp. 84-85.
[3] Citado por John Piper. Ibid., p. 86.
[4] Ibid.
[5] Ibid., p. 88.


INTRODUÇÃO
Este estudo terá como base o capítulo 08 do livro, cujo tema é: “O que isso significa nas finanças?”.
O que uma pessoa faz com o dinheiro, pode destruir a sua felicidade para sempre. A atitude errada para com o dinheiro, pode gerar destruição. Querer ficar rico é o desejo de muitos, porém, essa busca visa uma felicidade pequena demais. Fomos criados para um prazer muito maior do que o dinheiro. Fomos criados para o prazer em Deus.

I. PENSANDO O TEXTO

Vamos refletir sobre a seguinte passagem bíblica:

“Se alguém ensina outra doutrina e não concorda com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo e com o ensino segundo a piedade, esse é orgulhoso e não entende nada, mas tem um desejo doentio por discussões e brigas a respeito de palavras. É daí que nascem a inveja, a provocação, as difamações, as suspeitas malignas e as polêmicas sem fim da parte de pessoas cuja mente é pervertida e que estão privadas da verdade, supondo que a piedade é fonte de lucro. De fato, grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento. Porque nada trouxemos para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele. Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes. Mas os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos insensatos e nocivos, que levam as pessoas a se afundar na ruína e na perdição. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e atormentaram a si mesmos com muitas dores.” (1 Timóteo 6.3-10) [1]

1.1. O verdadeiro lucro: contentamento
Observe a característica dos enganadores: eles usam a piedade para obter lucro financeiro (v. 5). Os enganadores usam o evangelho como forma de enriquecimento. Mas, de acordo com Paulo, qual é o verdadeiro lucro? O versículo 6 responde, afirmando que o verdadeiro lucro é a piedade com contentamento. A verdadeira piedade nos guarda do desejo de enriquecimento. A verdadeira piedade produz contentamento pelas coisas que já possuímos.

1.2. Razões para não buscar as riquezas
A sociedade é ávida por dinheiro. Pessoas fazem concurso público e ingressam em determinadas áreas profissionais por causa do dinheiro. Biblicamente falando, por que que não devemos planejar a nossa vida em torno do ideal de sermos ricos? Paulo nos apresenta três razões:

a. Não somos proprietários de nada.

“Porque nada trouxemos para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele.” (v. 7)

“Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei.” (Jó 1.21)

Com base nessa verdade bíblica, John Stott (1921—2011) escreveu:

“A vida na terra é uma breve peregrinação entre dois momentos de nudez.” [2]

Não existe caixão com gavetas, nem caminhão de mudança em cortejo fúnebre. Por isso, é tolice viver para ficar rico. Prestaremos contas a Deus de mãos vazias, e não com o bolso cheio.

b. Já temos o suficiente para viver.

“Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes.” (v. 8)

É possível vivermos bem possuindo apenas as coisas básicas da vida. Por que acreditamos na mentira de que uma vida satisfeita só é possível se estivermos rodeados de luxo material e conforto excessivo? Deus prometeu cuidar de nós:

“Seja a vossa vida isenta de ganância e contentai-vos com o que tendes; porque ele mesmo disse: Nunca te deixarei, jamais te desampararei. Desse modo, com plena confiança, digamos: O Senhor é quem me ajuda, não temerei. Que poderá me fazer o homem?” (Hebreus 13.5-6) [3]

Nas palavras de John Piper:

“Não importa em que direção o mercado de ações está indo, Deus é sempre melhor que o ouro. Suas promessas ajudam a minar as cordas que nos prendem ao amor ao dinheiro.” [4]

c. Buscar as riquezas resulta em destruição.

“Mas os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos insensatos e nocivos, que levam as pessoas a se afundar na ruína e na perdição. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e atormentaram a si mesmos com muitas dores.” (vv. 9-10)

Quem se ocupa em buscar o prazer em Deus, não se ocupará em buscar riquezas. Você não pode buscar Deus e o dinheiro ao mesmo tempo. Todavia, isso não significa que Jesus seja contra investimentos financeiros ou contra o salário de um trabalhador. O Senhor é contra o mau investimento, ou seja, Ele se opõe à atitude de colocar o nosso coração nas riquezas. John Piper esclarece:

“O que Paulo está nos advertindo não é contra o desejo de ganhar dinheiro para suprir nossas necessidades e as necessidades de outros. Ele está nos advertindo contra o desejo de ter mais e mais dinheiro para que ele forneça uma massagem no ego e traga o luxo material.” [5]

II. AJUNTANDO TESOUROS NO LUGAR CERTO

Se Jesus não é contra o investimento nem contra o recebimento de salário, em qual lugar devemos investir o nosso dinheiro? A Bíblia diz que devemos ajuntar tesouros no céu. Porém, como fazemos isso? Vejamos o texto bíblico:

“Não tenha medo, ó pequenino rebanho; porque o Pai de vocês se agradou em dar-lhes o seu Reino. Vendam os seus bens e deem esmola; façam para vocês mesmos bolsas que não desgastem, tesouro inesgotável nos céus, onde o ladrão não chega, nem a traça corrói, porque, onde estiver o tesouro de vocês, aí estará também o seu coração.” (Lucas 12.32-34) [6]

Em outras palavras, ajuntamos tesouros no céu usando o dinheiro para propósitos de misericórdia em nome de Jesus. Isso significa doar para quem tem necessidade. Uma das influências que já penetrou o arraial evangélico é o materialismo consumista:

“A lei do consumismo é tão irresistível que temos comprado mais e mais casas (e maiores), mais e mais carros (e mais novos), mais e mais roupas (e mais extravagantes), mais e mais alimento (e melhor) e toda sorte de bugigangas, quinquilharias, vasilhas, aparelhos e equipamentos para tornar a vida mais divertida” [7]

O materialismo consumista deve ser combatido pela simplicidade. Simplicidade significa viver modestamente, para ajudar quem tem menos. Não só a igreja deve optar pela simplicidade, mas o mundo todo. Se isso fosse feito, certamente muitas vidas seriam poupadas da morte resultante da fome. Observe os dados alarmantes do desperdício mundial de alimento:

Globalmente, um terço de todos os alimentos produzidos - no valor de 1 trilhão de dólares - são jogados fora a cada ano, segundo pesquisadores da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, e pesquisadores temem que o desperdício anual de alimentos aumente em um terço, para 2,1 bilhões de toneladas até 2030. [8]

Junto com a produção de alimentos desperdiçados, perde-se também água, energia e produtos químicos usados na produção alimentícia. Somente o volume de água ‘perdido’ nesse desperdício equivale ao fluxo anual do rio Volga, na Rússia, aponta o relatório da FAO. Esse desperdício de alimentos consome cerca de 250 quilômetros cúbicos de água e ocupa cerca de 1,4 bilhão de hectares, grande parte de habitats naturais transformados para tornarem-se território arável. [9]

Alguns podem objetar, dizendo: “Mas Deus não prometeu prosperar o Seu povo?” É claro que sim. Mas Deus prospera o Seu povo visando o bem de outros também. Deus dá prosperidade para que a doação misericordiosa seja praticada. As bênçãos que recebemos dizem muito, não apenas sobre o caráter generoso de Deus, mas principalmente sobre a condição de nosso coração.

“Utilize a moeda do prazer cristão de forma sábia: não deseje ficar rico; contente- se com aquilo que é necessário para uma vida em tempos de guerra; coloque a sua esperança inteiramente em Deus; proteja-se do orgulho; e deixe que o seu prazer em Deus transborde rica e generosamente para um mundo perdido e necessitado.” [10]


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Fabrício A. de Marque

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Notas:
[1] Nova Almeida Atualizada (NAA).
[2] STOTT, John. O Discípulo Radical. Viçosa, MG: Ultimato, 2011. p. 16.
[3] Almeida Século 21 (A21).
[4] PIPER, John. Plena Satisfação em Deus: Deus glorificado e a alma satisfeita. São José dos Campos, SP: Fiel, 2009, p. 75.
[5] Ibid. p. 74.
[6] Nova Almeida Atualizada (NAA).
[7] Ibid. p. 77.
[10] Ibid. p. 80.

INTRODUÇÃO
Esta lição terá como base mais dois capítulos do livro, a saber: “O que isso significa na adoração?” (Capítulo 06) e “O que isso significa no casamento?” (Capítulo 07).

I. O PRAZER EM DEUS NA ADORAÇÃO

De modo geral, as pessoas carregam pensamentos errados acerca de muitas coisas. Muitos acreditam que o prazer e a adoração não podem andar juntos. John Piper diz que “a adoração é o banquete das perfeições gloriosas de Deus em Cristo[1]. Portanto, separar o prazer da adoração torna o ato de adorar uma atitude obrigatória. A adoração é a obediência ao mandamento: “Deleita-te no SENHOR” (Salmos 37.4). A Palavra de Deus diz que Deus recompensa aqueles que O buscam:

“De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que recompensa os que o buscam.” (Hebreus 11.6)

1.1. A motivação na adoração
Em sua opinião, as pessoas devem ir à igreja para receber algo ou para dar algo? As duas coisas. Porém, dar o quê e receber o quê? Devemos ir à igreja para oferecer a nossa vida como sacrifício vivo, mas também para recebermos o próprio Deus como recompensa. Esse deve ser o nosso anseio na adoração comunitária. Devemos ansiar como o salmista:

“Assim como a corça suspira pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma.” (Salmos 42.1)

1.2. O objeto na adoração
O objeto da adoração é o próprio Deus. Deus é glorificado quando adorá-lo é mais importante do que dinheiro ou do que qualquer outro benefício terreno. Quando abandonamos a busca pela satisfação em Deus, a nossa adoração regride terrivelmente. A adoração se transforma em ritual religioso, e deixa de ser comunhão profunda com o Deus Todo-Poderoso.

1.3. O objetivo na adoração
Podemos considerar a adoração um fim em si mesmo? Antes de responder, é importante definir o que é adoração. Podemos dizer que adoração é sinônimo de prazer em Deus. A essência da adoração é buscar o prazer em Deus. Sendo assim, a adoração pode ser considerada um fim em si mesmo. Nós não adoramos visando alcançar outras bênçãos. As pessoas, de modo geral, adoram visando várias coisas: um casamento melhor, uma igreja maior, um ministério frutífero, etc. Mas pense comigo. Seria correto eu dizer para minha esposa: “Eu sinto muito prazer em passar tempo na sua companhia, porque, depois, você faz aquele prato que eu adoro”? É claro que não. O meu prazer deve terminar nela, e não em algo que ela pode me proporcionar. Da mesma forma, a adoração deve terminar em Deus, e não em Suas bênçãos. John Piper conclui esse ponto, dizendo:

“Assim como sentimentos sinceros melhoram um casamento, assim a adoração genuína também melhora a vida da igreja. O que quero dizer é que se adorarmos por outros motivos, a adoração deixa de ser autêntica. Manter a satisfação em Deus como algo primordial nos protege dessa desgraça.” [2]

II. O PRAZER EM DEUS NO CASAMENTO

Por que existe infelicidade em muitos casamentos? Se você é casado (a), certamente já passou por momentos assim. Será que os cônjuges têm buscado demais o próprio prazer? Você pode achar que sim, mas isso não é necessariamente verdade. O problema é que os casais não buscam o próprio prazer no prazer do cônjuge.

2.1. O prazer pessoal no prazer do cônjuge
A ordem de Deus é que os cônjuges busquem o próprio prazer no prazer do outro. Diz a Palavra de Deus:

“Maridos, cada um de vós ame a sua mulher, assim como Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, a fim de santificá-la, tendo-a purificado com o lavar da água, pela palavra, para apresentá-la a si mesmo como igreja gloriosa, sem mancha, nem ruga, nem qualquer coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.” (Efésios 5.25-17) [3]

O texto diz que os maridos devem amar suas esposas como Cristo amou a Igreja. E como Cristo amou a Igreja? Ele “se entregou por ela”. Ele se entregou por ela visando qual propósito? Visando “santificá-la”. Mas por que Cristo fez isso? O texto prossegue: “para apresentá-la a si mesmo como igreja gloriosa”. Jesus (o Noivo) busca a Sua própria alegria no bem da Igreja (a Noiva). É justamente por causa dessa alegria que o Salvador suportou a cruz:

“[...] corramos com perseverança a corrida que nos está proposta, fixando os olhos em Jesus, o Autor e Consumador da nossa fé, o qual, por causa da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da vergonha que sofreu, e está assentado à direita do trono de Deus.” (Hebreus 12.1b-2)

Que alegria foi proposta a Jesus? A alegria do Seu casamento com a Igreja. John Piper afirma:

“E qual é a principal alegria da igreja? Não será a de ser lavada e santificada, e então apresentada como noiva ao soberano e glorioso Cristo? Então Cristo buscou seu próprio prazer, sim – mas Ele o buscou no prazer da igreja! É isso o que o amor faz: ele busca o seu próprio prazer no prazer do amado.” [4]

O texto bíblico continua:

“Pois ninguém jamais odiou o próprio corpo; antes, alimenta-o e dele cuida; e assim também Cristo em relação à igreja; porque somos membros do seu corpo.” (Efésios 5.29-30)

Por que Jesus alimenta e cuida da Igreja? O texto diz: “porque somos membros do seu corpo”. Em outras palavras, todo o bem que Jesus faz à Igreja, Ele está fazendo a Si mesmo. Cristo e a Igreja são um: Ele é a Cabeça, e nós somos os membros do Seu Corpo.

2.1. Buscando o prazer do cônjuge na prática

“O egoísmo busca sua própria felicidade particular à custa dos outros. O amor busca a sua própria felicidade na alegria do outro. Ele é capaz até mesmo de sofrer e morrer pelo amado para que sua alegria seja completa na vida e santidade do amado.” [5]

Cristo e a Igreja são um. Quando um homem e uma mulher se casam, eles também se tornam “um”. Na linguagem bíblica, eles se tornam “uma só carne”. Por isso, a Bíblia diz:

“Assim, o marido deve amar sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama sua mulher, ama a si mesmo.” (Efésios 5.28)

Portanto, visto que o marido e a esposa são uma só carne, quando eles fazem o bem um ao outro, eles estão abençoando a si mesmos. Buscar o bem do outro implica em buscar o próprio bem.

PARA REFLETIR
Você, casado (a), está buscando o bem de seu cônjuge? Você busca o crescimento do seu cônjuge, reconhecendo os dons que ele recebeu de Deus? Você respeita o papel que cada um desempenha no casamento? Você confronta os seus pecados quando necessário? Você é presente sexualmente? E emocionalmente? Vocês cultivam, juntos, a espiritualmente com oração e estudos bíblicos? Reflita nisso.


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Fabrício A. de Marque

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Notas:
[1] PIPER, John. Plena Satisfação em Deus: Deus glorificado e a alma satisfeita. São José dos Campos, SP: Fiel, 2009, p. 59.
[2] Ibid. p. 64.
[3] Almeida Século 21 (A21).
[4] Ibid. p. 67.
[5] Ibid. p. 68.


INTRODUÇÃO
O presente estudo tem como base o capítulo 05: “Busque a sua alegria na alegria do Amado”.
Vimos até o momento, que o propósito do homem é glorificar a Deus ao gozá-lo para sempre. Mas como fica o nosso relacionamento com o próximo? Buscar o prazer em Deus significa amar as pessoas? Seria errado amar o próximo para alcançarmos a nossa felicidade? Ou, talvez, devêssemos amar o próximo sem nos preocuparmos com a nossa felicidade? Observe a seguinte frase. Ela está certa ou errada?

“Para o cristão, a felicidade nunca é um alvo a ser buscado. Ela é sempre uma surpresa inesperada de uma vida de serviço.”

Esse é o paradigma que a maioria das pessoas carrega na mente. Será que a felicidade não deve ser buscada por nós? A busca por felicidade é uma busca pecaminosa?

I. DOIS TIPOS DE RECOMPENSA

1.1. O tipo errado de recompensa
A Bíblia diz que o amor “não busca os próprios interesses” (1 Coríntios 13.5). Se eu amo o próximo visando a minha felicidade, estou buscando os meus próprios interesses? Não necessariamente. O que significa buscar os meus próprios interesses? Significa lutar pelo que é meu, e não pelo que é do outro. É um egoísmo, um amor autocentrado. João Calvino (1509—1564) disse:

“[...] o amor está longe de ser-nos algo inerente, pois todos nós somos portadores de uma natural tendência de amar-nos e de cuidar de nós mesmos, buscando só o que nos interessa. Sim. Para falar com mais exatidão, nos atiramos de ponta cabeça para alcançar o que nos interessa. O amor é o único antídoto que cura essa tendência tão pervertida, pois ele nos faz ignorar nossas próprias circunstâncias e a preocupar-nos sinceramente com a sorte de nosso próximo, amando e cuidando dele.” [1]

1.2. O tipo certo de recompensa
Buscar a nossa felicidade não é a mesma coisa que buscar os próprios interesses. De que maneira buscamos a nossa felicidade, sem que isso signifique egoísmo? Jonathan Edwards (1703—1758) expressou da seguinte forma:

“De certa forma, a pessoa mais sincera e generosa do mundo busca sua própria felicidade em fazer o bem a outros, porque ela coloca a sua felicidade no bem do próximo. Sua mente é tão ampliada a ponto de tomar os outros para si. Portanto, quando os outros estão felizes, ela sente o mesmo; ela participa com eles e é feliz em sua felicidade.” [2]

Portanto, podemos buscar a nossa felicidade no bem do próximo, e para a glória de Deus.

II. EXPANDINDO O PRAZER EM DEUS

As pessoas compreendem errado o significado de “amar o próximo”. Amar o próximo não é fazer o bem em detrimento de si mesmo. Amar o próximo significa expandir sobre as pessoas o nosso prazer em Deus. Vemos isso na atitude das igrejas da Macedônia:

“Também, irmãos, queremos que estejam informados a respeito da graça de Deus que foi concedida às igrejas da Macedônia. Porque, no meio de muita prova de tribulação, manifestaram abundância de alegria, e a profunda pobreza deles transbordou em grande riqueza de generosidade. Porque posso testemunhar que, na medida de suas posses e mesmo acima delas, eles contribuíram de forma voluntária, pedindo-nos, com insistência, a graça de participarem dessa assistência aos santos.” (2 Coríntios 8.1-4)

O que essa passagem nos ensina?
(1) A generosidade é obra da graça de Deus;
(2) A obra da graça de Deus produz abundância de alegria;
(3) A abundância de alegria transborda em generosidade;
(4) Ser generoso para com as pessoas é uma forma de prazer em Deus.

Por isso, John Piper diz:

O amor é a expansão e o transbordar do prazer em Deus, que alegremente supre a necessidade de outros.” [3]

III. PRATICANDO O PRAZER EM DEUS EM FAVOR DO PRÓXIMO

Se o prazer em Deus nos leva a abençoar o próximo, como fazemos isso na prática?

3.1. Ajudando a carregar os fardos uns dos outros.

Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo.” (Gálatas 6.2)

3.2. Não negando o bem, mas colocando-se à disposição para ajudar.

Não deixe de fazer o bem aos que dele precisam, estando em sua mão o poder de fazê-lo. Não diga ao seu próximo: ‘Vá e volte mais tarde; amanhã eu terei algo para dar’, se você tem isso em suas mãos agora.” (Provérbios 3.27-28)

3.3. Orando uns pelos outros.

“Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros, para que vocês sejam curados. [...]” (Tiago 5.16a)

3.4. Enfrentando juntos as circunstâncias doces e amargas da vida cristã.

Alegrem-se com os que se alegram e chorem com os que choram.” (Romanos 12.15)

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Fabrício A. de Marque

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Notas:
[1] CALVINO, João. 1 Coríntios. São Bernardo do Campo, SP: Edições Parakletos, 2003. p. 401.
[2] Citado por John Piper. Plena Satisfação em Deus: Deus glorificado e a alma satisfeita. São José dos Campos, SP: Fiel, 2009, p. 45.
[3] Ibid. p. 49.