pub-9363386660177184 Pensando as Escrituras: E Se Jesus Não Fosse Homem?

E Se Jesus Não Fosse Homem?

O Deus Criador se fazendo humano é uma ideia bastante absurda para o senso comum. O conceito que algumas pessoas têm de Deus é que um Ser poderoso, autoritário e impessoal está no céu, mas despreocupado com a realidade dos pecadores na terra. Afinal de contas, Deus tem obrigações e deveres mais importantes para serem resolvidos.
Olhando para a Bíblia, vemos o Deus eterno despindo-se de Si mesmo, encarnando como um de nós, a fim de obter o que jamais poderíamos obter por esforço pessoal. O cerne do Evangelho é a encarnação do Deus Filho, o Deus presente e pessoal!
No decorrer da história da igreja, os debates em torno da humanidade de Jesus não foram tão intensos quanto os debates em torno de Sua divindade. Aliás, muitas religiões não veem problema em afirmar que Jesus é humano. Para muitos, Ele não foi mais do que um simples humano, mestre da religião ou da moral.
A encarnação de Jesus não foi uma teofania (aparição de Deus), e sim, foi o revestir-se plena e literalmente da humanidade. Héber Carlos de Campos disse muito bem:

“A encarnação do Verbo não foi uma teofania. Foi uma forma humana definitiva e permanente que o Verbo tomou para si. A encarnação lhe trouxe um corpo real que podia não somente ser visto e ouvido, mas também tocado, e que veio a ser passível de sofrimento, morte e ressurreição [1]”.

Precisamos rejeitar o pensamento de que a matéria é má, pois Jesus encarnou provando que a humanidade não é má, mas originalmente boa, todavia, por causa do pecado, a corrupção invadiu o DNA da humanidade e passamos a respirar o pecado.
A encarnação de Jesus foi necessária, pois carecíamos de um Sacerdote Perfeito para a expiação de nossos pecados, e Jesus assumiu esta posição (Hb 2.17). O nosso Sacerdote Perfeito experimentou as tentações humanas e, portanto, Ele é apto para compreender e nos ajudar em nossas fraquezas (Hb 2.18; 4.15-16).
Que maravilha saber que o Verbo se fez carne e expiou o pecado do Seu povo. Que consolo podemos receber dAquele que passou por tentações semelhante às nossas. A encarnação de Cristo é essencial para a compreensão do Evangelho, afinal, “a plena humanidade de Jesus Cristo é necessária para a plena redenção do homem [2]”.
Jesus é o modelo perfeito da vida cristã. Nele encontramos a real humanidade e humildade. Ele é o Deus que está acima de tudo, mas que é ao mesmo tempo o Deus pessoal que se compadece do Seu povo.
Mas, afinal, quais as implicações da humanidade de Jesus? Podemos aprender algumas coisas valiosas para a nossa espiritualidade.
Sem a humanidade de Jesus não haveria salvação para nós. O pecado deveria ser punido na carne de alguém inocente. E, visto que todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus (cf. Rm 3.23), como os pecadores poderiam receber a salvação e o perdão? O Verbo se fez carne (Jo 1.14) e conquistou a salvação para o Seu povo.
A humanidade de Jesus nos conforta em nossas fraquezas. É sempre melhor quando enfrentamos as nossas tentações junto de alguém que já passou pela mesma experiência. Jesus passou pela experiência da tentação, e Ele nos ajuda em nossas fraquezas.
Por fim, a humanidade de Cristo mostra que Deus é pessoal, compassivo e misericordioso. Apesar de nossos pecados, Cristo, o Verbo de Deus, conquistou eficazmente a nossa salvação e se relaciona maravilhosamente com o Seu povo, afinal, o véu se rasgou!
E se Jesus não fosse homem? Com certeza a nossa esperança jamais existiria.

Fabrício A. de Marque.

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Notas:
[1] Héber Carlos de Campos, A Pessoa de Cristo: as duas naturezas do Redentor, pág. 392.
[2] Teologia Sistemática: uma análise histórica, bíblica e apologética para o contexto atual, Franklin Ferreira e Alan Myatt, pág. 514.


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