pub-9363386660177184 Pensando as Escrituras: Minha Dívida Minha Vida: O que fazer?

Minha Dívida Minha Vida: O que fazer?

Você já ficou endividado em algum momento da vida? Angustiou-se por estar com o nome sujo na praça? Ou, talvez, ficou devendo para alguém sem preocupar-se muito com isso? Infortúnios financeiros podem acontecer com as pessoas mais organizadas do mundo. Ninguém que vive honestamente está isento de enfrentar crises e apertos no tocante ao dinheiro. Prometo não escrever nada do tipo: “Cinco passos para quitar as dívidas” ou “Três maneiras de limpar o seu nome do SPC e Serasa”. Eu poderia dizer muitas coisas que me vem à mente agora, mas limitarei o artigo a conselhos fundamentais que ajudarão você a lidar responsavelmente com as dívidas. Contudo, antes disso, quero contar uma experiência pessoal para reafirmar que ninguém está livre de problemas financeiros.

MINHA DÍVIDA
Há alguns anos – não me lembro exatamente quantos – contraí uma dívida junto ao banco. Na época as parcelas de meu carro eram debitadas automaticamente na conta corrente. Antes do dia do vencimento o valor da parcela deveria estar na conta, apenas aguardando a “coleta” automática do banco. Durante vários meses eu fui muito bem: nenhuma parcela atrasada, o dinheiro sempre redondinho antes mesmo do vencimento e aquela consciência tranquila de “dever cumprido”.
No entanto, problemas surgiram durante a trajetória e os imprevistos vieram numa força jamais planejada. De repente, a primeira parcela ficou para trás sem pagar, depois a segunda, e a terceira. Foi quando, então, recebi a temida cartinha do Serasa informando que as coisas não estavam muito boas para o meu lado: “Comunicamos que consta em nosso banco de dados uma pendência financeira em seu CPF...”. Puxa! Eu não podia acreditar, mas infelizmente era verdade. E agora? Como vou sair dessa?
Como cristão bastante ativo na obra de Deus e preocupado com o escândalo que isso poderia produzir aos olhos de crentes e incrédulos, resolvi ausentar-me temporariamente das atividades eclesiásticas a fim de colocar a vida em ordem. Eu não poderia agir diferente. Eu fui engolido por imprevistos jamais imaginados? Sim, fui. Mas a ordem bíblica me compeliu à prudência mesmo assim: “Abstende-vos de toda a aparência do mal.” (1 Ts 5:22).
Depois de deixar as atividades eclesiásticas de lado, fui ao banco, cancelei minha conta corrente para colocar um ponto final nos juros abusivos, conversei com meu gerente e, por fim, parcelei aquela bola de neve em algumas parcelas. O tempo passou, regularizei toda a pendência atrasada e meu nome foi retirado do Serasa, para total alívio do meu coração [1]. Aprendi, na prática, que não podemos ignorar os imprevistos e jamais pensar que estamos imunes a eles. Basta pouca atenção da nossa parte para que os imprevistos entrem e comecem a nos dar uma tremenda dor de cabeça. Dito isso, vamos aos conselhos práticos.

CONSELHOS E ATITUDES
1. Assuma as suas dívidas: Se você deve para alguém, você tem uma dívida e, portanto, você é um devedor. Não há meio termo. Quando ficamos devendo para um banco ou para qualquer instituição formal, logo somos notificados e até ameaçados a respeito disso. Alguns, por medo de não poder comprar mais nada no próprio nome, resolvem pagar a dívida a fim de lançar esse problema para bem longe. Mas, como será que algumas pessoas agem quando o seus credores são informais, ou seja, quando não há um contrato formal com termos e condições? A verdade é que, em casos assim, muitos devedores diminuem a gravidade da situação. Ignoram o credor com desculpas bem elaboradas dizendo, em outras palavras, que ele não é uma prioridade. Ora, não é mais sensato assumirmos a nossa dívida e nos esforçarmos para pagar tudo que devemos? Recentemente, na primeira semana de 2018, encontrei na rua uma das pessoas que tem uma dívida comigo. Pensei que a pessoa pelo menos me cumprimentaria acenando com a mão. Ela ficou me olhando durante três segundos e depois virou o rosto. Por um momento, pensei: “Parece até que eu sou o devedor nessa história”. Lembre-se: fugir propositadamente das dívidas é característica de irresponsabilidade ou de mau-caratismo.

2. Coloque as cartas sobre a mesa: Suponhamos que você queira pagar a sua dívida e no momento não tem condição financeira para isso. Pode ser que você esteja desempregado e o seu credor não saiba disso. Ele pode estar nutrindo raiva em relação a você porque você não demonstra preocupação em falar com ele. Percebe a gravidade? O que precisa ser feito? Saiba, de uma vez por todas, que fugir do credor não é a solução. Converse com ele, seja franco e exponha suas condições. Você pode ir pagando de pouco em pouco? Você pode prestar algum serviço para diminuir o prejuízo? Procure o seu credor, não espere ser procurado por ele. Quando você quebra a confiança de um fornecedor é muito difícil conquistar essa confiança novamente.

3. Se possível, evite os parcelamentos até que a dívida antiga seja quitada: O cartão de crédito é mais inimigo do que amigo. Ele nunca nos concederá desconto. O máximo que ele pode fazer de bom é aumentar o prazo de pagamento do produto, dando aquela falsa sensação de que a compra saiu “baratinho”. Observe a expressão “se possível” do terceiro tópico. Isso indica condicionalidade, pois nem sempre é possível abrir mão do parcelamento, especialmente quando se trata de uma necessidade de alto preço. Entendo que é bastante complicado quando necessitamos comprar algo caro bem no momento que estamos tentando quitar aquela dívida antiga. Todavia, sempre que possível, não faça parcelamento. Não assuma dívidas para o futuro, pois o futuro sempre trará os seus imprevistos. Por exemplo, você precisa de um sofá e não pode pagar à vista? Espere um pouco. Dê atenção à dívida antiga e vai ajuntando dinheiro mês a mês para, futuramente, comprar o sofá. O sofá não é uma necessidade tão séria quanto à necessidade de comer e vestir.
Mas lembre-se de algo. Abrir mão do parcelamento implicará outras atitudes de nossa parte, tais como: ser mais econômico pesquisando preços melhores, ser mais organizado anotando o dinheiro que entra e sai, e assim por diante.

CONCLUSÃO
Eu gostaria de escrever muito mais sobre os tipos de dívidas e tipos de devedores que há por aí, mas vou interromper o texto por aqui para que você reflita nesses conselhos. Meu desejo é que você assuma suas dívidas e trabalhe para apertar os parafusos que estão soltos. A presença ou ausência do domínio próprio e de outras qualidades são claramente percebidas na maneira como lidamos com as dívidas. Que você tenha sabedoria para sempre andar de modo íntegro.


Fabrício A. de Marque

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Nota: [1] Enquanto escrevia o artigo fiz questão de pesquisar sobre a minha situação junto ao Serasa. A bendita informação ainda está lá: “Seu nome está limpo!”.


2 comentários:

  1. Excelente Fabrício... Parabéns 😊👏 Deus abençoe

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    1. Obrigado pelo tempo dedicado na leitura do texto, meu irmão! Abraço para você!

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