pub-9363386660177184 Pensando as Escrituras: ESTUDO 07: Três Privilégios do Povo de Deus

ESTUDO 07: Três Privilégios do Povo de Deus


LEITURA DO TEXTO:

1. Ao Senhor pertence a terra e a sua plenitude, o mundo e os que nele habitam. 2. Porque ele fundou-a sobre os mares e sobre as correntes a estabeleceu. 3. Quem subirá ao monte do Senhor? Quem há de permanecer no seu santo lugar? 4. O que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à falsidade, nem faz juramentos com a intenção de enganar. 5. Este receberá do Senhor a bênção e a justiça do Deus da sua salvação. 6. Esta é a geração dos que o buscam, dos que buscam a face do Deus de Jacó. 7. Levantem as suas cabeças, ó portas! Levantem-se, ó portais eternos, para que entre o Rei da glória. 8. Quem é o Rei da glória? O Senhor, forte e poderoso, o Senhor, poderoso nas batalhas. 9. Levantem as suas cabeças, ó portas! Levantem-se, ó portais eternos, para que entre o Rei da glória. 10. Quem é esse Rei da glória? O Senhor dos Exércitos, ele é o Rei da glória” (Salmos 24.1-10, NAA)

INTRODUÇÃO

O povo de Deus é o povo mais privilegiado da terra. Fomos escolhidos, chamados, justificados, estamos sendo santificados e seremos glorificados. No entanto, junto com os privilégios, o Senhor também nos deu deveres e responsabilidades. O salmo 24 revela três privilégios-deveres do povo de Deus, como veremos a seguir.

SOBRE O SALMO 24

Antes de prosseguir, cabe uma breve reflexão sobre o salmo. O salmo 24 era cantado no templo todo sábado de manhã, durante a oferenda do vinho. É provável que o salmo fosse cantado por um coro musical que ficava na porta do templo. Por isso, os teólogos o chamam de salmo litúrgico. Todavia, além de litúrgico, o salmo 24 também é um salmo messiânico, pois retrata, profeticamente, a ascensão de Cristo após a sua bendita ressurreição.

ESTRUTURA DO SALMO 24:

Somos Mordomos de Deus
(vv. 1-2)
Somos Adoradores de Deus
(vv. 3-6)
Somos Vencedores Para a Glória de Deus
(vv. 7-10)

I. SOMOS MORDOMOS DE DEUS (vv. 1-2)

O verso 1 começa afirmando que Deus é o Dono de absolutamente tudo. Curiosamente, o apóstolo Paulo citou esse primeiro verso em 1 Coríntios 10.26 ao tratar dos alimentos sacrificados aos ídolos. O Senhor é o Dono da criação e o Dono dos habitantes da terra. A fauna, a flora e todas as riquezas do mundo são do Senhor. Mais do que isso. Cada ser humano também pertence a Deus. E dentro desse vasto universo, Deus colocou o ser humano para ser o seu mordomo:

26. E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme nossa semelhança; domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre o gado, sobre os animais selvagens e sobre todo animal rastejante que se arrasta sobre a terra. 27. E Deus criou o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. 28. Então Deus os abençoou e lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos; enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que rastejam sobre a terra. 29. Disse-lhes mais: Eu vos dou todos os vegetais que dão semente, os quais se acham sobre a face de toda a terra, bem como todas as árvores em que há fruto que dê semente; eles vos servirão de alimento” (Gênesis 1.26-29, A21)

Somos mordomos de Deus. Mas, afinal, o que é um mordomo? Mordomo é a pessoa responsável por toda a administração de uma casa. A doutrina da mordomia foi ensinada por Jesus no NT:

« Servo Vigilante (Lucas 11.35-48);
« Dez Minas (Lucas 19.11-27);
« Os Trabalhadores na Vinha (Mateus 20.1-16);
« Parábola dos Talentos (Mateus 25.14-30).


Se você recebeu algum dom da parte do Senhor (e todos nós recebemos), então você é um mordomo de Deus. Pedro falou sobre a mordomia dos dons:

“Servi uns aos outros conforme o dom que cada um recebeu, como bons administradores [οκονμος] da multiforme graça de Deus” (1 Pedro 4.10, A21)

APLICAÇÕES:

Nessa primeira parte do salmo, aprendemos algumas verdades importantes para a nossa caminhada cristã:

1. Devemos colocar o Senhor em primeiro lugar em nossa maneira de viver. Sendo Ele o Dono de tudo e de todos, logo, Ele merece a primazia e exclusividade. Cada área de nossa vida deve visar a glória do nome do Senhor.

2. Precisamos entender que nós não damos nada para Deus, pois tudo pertence a Ele. A nossa contribuição é apenas uma expressão de confiança e dependência. É triste quando encontramos líderes e liderados tentando comprar o favor de Deus através de barganhas. Eles pensam: “Senhor, eu te dou tanto, se o Senhor fizer isso e assado”. Ora, Deus não precisa de nada, porque tudo foi criado por Ele. Pensar que Deus precisa de nós é uma tremenda ignorância quanto ao atributo divino chamado independência. Veja o entendimento correto que Davi tinha a respeito do Senhor:

“Mas quem sou eu, e quem é o meu povo para que pudéssemos contribuir tão generosamente como fizemos? Tudo vem de ti, e nós apenas te demos o que vem das tuas mãos” (1 Crônicas 29.14)

3. Tudo aquilo que possuímos (dons, bens, posições) nos foi dado temporariamente. De que maneira temos administrado as bênçãos de Deus? Se tudo nos foi dado temporariamente, isso significa que devolveremos ao Senhor. Quando esse dia chegar, será que Ele se agradará de nossa administração?

II. SOMOS ADORADORES DE DEUS (vv. 3-6)

O verso 3 lança duas perguntas que exigem resposta: “Quem subirá ao monte do Senhor?” e “Quem poderá permanecer no seu santo lugar?”. Em outras palavras, que tipo de adorador pode se aproximar da santa e gloriosa presença de Deus? A resposta é dada no verso 4. Note que o adorador que se aproxima de Deus deve ter quatro características em sua vida:

a. Pureza de ação.

O que é limpo de mãos [...]” (v. 4a)

Mãos limpas indicam pureza e integridade de atitude. As mãos devem ser usadas com pureza, seja no trabalho, na obra de Deus e em atos de bondade. A nossa adoração é genuína quando as nossas ações são puras diante de Deus.

b. Pureza de desejo.

[...] e puro de coração [...]” (v. 4a)

Jesus disse que os puros de coração verão a Deus (cf. Mt 5.8). O coração é a sede dos pensamentos, das emoções e da vontade. Devido ao pecado, nosso coração se tornou a fonte de todo o mal. Ele é enganoso e corrupto (cf. Jr 17.9; Mc 7.2-23). Por isso, precisamos que o nosso coração receba purificação. Quando somos regenerados, recebemos um novo coração, temente ao Senhor. Com esse novo coração, adoramos a Deus com pureza de desejo. Você precisa estar em Cristo para que isso seja uma realidade em sua vida.

c. Adoração ao único Deus.

“[...] que não entrega a sua alma à falsidade [...]” (v. 4b)

A palavra “falsidade” (NAA) ou “vaidade” (ACF) diz respeito à idolatria. Ninguém pode subir ao monte santo do Senhor adorando vários senhores. Existe ídolos de barro e também ídolos abstratos ou mentais. A. W. Tozer (1897—1963) pontuou isso muito bem:

“Um ídolo na mente é tão ofensivo a Deus quanto um ídolo na mão”

Deus exige adoração exclusiva. Subirá ao monte santo do Senhor quem adora o único Senhor verdadeiro, e tão somente Ele.

d. Lábios verdadeiros.

“[...] nem faz juramentos com a intenção de enganar” (v. 4c)

Esse versículo se refere a todo tipo de hipocrisia, mentira e difamação. A língua é uma das armas mais perigosas que existe. Benjamim Franklin (1706—1790) disse corretamente que o animal mais terrível do mundo tem sua toca atrás dos dentes. Deus não recebe orações e louvores de línguas caluniadoras:

“A língua ninguém é capaz de domar; é mal incontido, cheio de veneno mortal. Com ela, bendizemos o Senhor e Pai; também, com ela, amaldiçoamos as pessoas, criadas à semelhança de Deus. De uma só boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, isso não deveria ser assim. Por acaso pode a fonte jorrar do mesmo lugar água doce e água amarga?” (Tiago 3.8-11)

O verso 5 do salmo diz que o adorador que se aproxima do Senhor com tais características, receberá uma bênção, e também a justiça de Deus. Ou seja, o adorador íntegro será abençoado e recompensado por Deus. O mesmo Deus que dá a salvação, também recompensa a verdadeira adoração.
No verso 6, o salmista diz: “Esta é a geração dos que o buscam, dos que buscam a face do Deus de Jacó”. Davi está dizendo que aquelas quatro marcas são próprias dos verdadeiros adoradores de Deus.  Quem busca a Deus de verdade, terá essas qualidades impressas em sua vida. Sendo assim, busquemos (1) pureza de ação, (2) pureza de desejo, (3) adoração ao único Deus e (4) lábios verdadeiros.

APLICAÇÕES:

Depois da exposição da segunda parte do salmo, precisamos refletir seriamente sobre algumas questões:

1. De que maneira adoramos ao Senhor fora do culto público? Apesar dos fracassos, perseguimos a vida de santidade? A nossa busca por santidade é genuína ou cheia de vanglória? Jesus conhece a hipocrisia alojada em corações que praticam o bem apenas de maneira externa e visível aos olhos. Tomemos cuidado.

2. O que falamos a respeito do próximo em nossas conversas pessoais? Temos prazer em enfatizar os seus pecados e as suas fraquezas? Ficamos empolgados com as fofocas? Deveríamos enfatizar mais as qualidades e o acerto das pessoas, do que os seus pecados. Com isso, não estou encorajando fazer vista grossa ao pecado. Ele deve ser pontuado e confrontado. Mas quando há arrependimento, não deveríamos enfatizar a graça?

III. SOMOS VENCEDORES PARA A GLÓRIA DE DEUS (vv. 7-10)

Na última parte desse glorioso salmo, deparamo-nos com expressões poéticas bastante interessantes. Prossegue o salmista:

“Levantem as suas cabeças, ó portas! Levantem-se, ó portais eternos, para que entre o Rei da glória [...]. Levantem as suas cabeças, ó portas! Levantem-se, ó portais eternos, para que entre o Rei da glória” (vv. 7, 9)

Davi fala das portas da cidade que foram levantadas para a entrada da arca. Quando a procissão se aproximava da cidade, essas palavras de júbilo foram pronunciadas. A arca simbolizava a presença de Deus, por isso é dito: “Para que entre o Rei da glória”.
Por outro lado, existe um sentido profético nessas palavras. O Rei da Glória, Jesus Cristo, deixou a glória no céu, encarnou, morreu pelos pecados e ressuscitou (cf. Filipenses 2.5-11). Depois de 40 dias ressurreto, Ele voltou à glória celestial. Esse acontecimento é chamado de ascensão. Sendo assim, essas palavras do salmo se aplicam à ascensão de Cristo: “Abram-se os portais do céu, o Rei chegou!”.

CONCLUSÃO

Por fim, para concluir o nosso estudo, quais são os atributos do Rei da Glória? Ou seja, quais são as qualidades desse Rei, conforme o salmo 24? Observe o texto:

“Quem é o Rei da glória? O Senhor, forte e poderoso, o Senhor, poderoso nas batalhas [...]. Quem é esse Rei da glória? O Senhor dos Exércitos, ele é o Rei da glória” (vv. 8, 10)

a. Ele é Forte: nunca nos deixará na mão.
b. Ele é Poderoso: vencerá por nós todas as batalhas.
c. Ele é Glorioso: sua beleza e o seu encanto jamais acabam.

Ao Rei da Glória, Jesus Cristo, seja dada toda honra, glória e louvor!



Fabrício A. de Marque



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