pub-9363386660177184 Pensando as Escrituras: O Insensato Merece o Silêncio ou Uma Resposta?

O Insensato Merece o Silêncio ou Uma Resposta?

O sábio autor bíblico afirmou: “Não responda ao insensato segundo a sua tolice, para que você não se torne semelhante a ele” (Pv 26.4). Mas no versículo seguinte, ele disse: “Responda ao insensato segundo a sua tolice, para que ele não seja sábio aos seus próprios olhos” (Pv 26.5). No início da minha fé, ao ler essas afirmações pela primeira vez, fiquei confuso. Eu lia e relia, mas tinha dificuldade de chegar a uma conclusão.

Havia pessoas insensatas à minha volta que zombavam da fé cristã, principalmente no local de trabalho. Eu deveria ficar calado? Eu deveria responder às zombarias? Foi um período difícil para mim. Creio que vários irmãos na fé se encontram, hoje, na mesma situação. Por isso, espero trazer instrução quanto ao significado destes textos.

Alguns rabinos questionaram a canonicidade do livro de Provérbios, pois se depararam com dilemas que, na opinião deles, resultavam em flagrantes contradições. Não devemos trilhar este caminho. Assim, para entender o que o sábio está afirmando, faz-se necessário observar, principalmente, a segunda metade de cada versículo. Comecemos pelo primeiro versículo.

A ordem é: “Não responda ao insensato segundo a sua tolice [...]”. Por quê? Eis a razão: “[...] para que você não se torne semelhante a ele”. A Bíblia está dizendo para não descermos ao nível do insensato. Em muitas ocasiões, é melhor deixá-lo falando sozinho. Não podemos entrar no jogo do insensato e cair em sua armadilha. O insensato é zombador, tolo e odeia o conhecimento (Pv 1.22).

O próprio Jesus, em certos momentos, optou pelo silêncio, ao invés de oferecer respostas: “E de muitas maneiras o interrogava, mas Jesus não lhe respondia nada” (Lc 23.9). Portanto, o primeiro versículo é uma orientação do céu para que não nos igualemos aos insensatos. Ficar em silêncio nem sempre é sinal de falta de respostas, mas sim, sinal de prudência e sabedoria, por amor ao Senhor.

Agora vamos analisar o próximo versículo. O conselho é: “Responda ao insensato segundo a sua tolice [...]”. Por quê? Eis o motivo: “[...] para que ele não seja sábio aos seus próprios olhos”. O texto está dizendo que, em certas ocasiões, o insensato precisa ser colocado em seu devido lugar. Usando palavras firmes e lícitas, devemos contrariá-lo e expor a sua tolice sem receio. É necessário agir assim, porque, se não fizermos isso, o insensato pensará que a sua tolice é sabedoria. Mas não, não é. Ele precisa ser envergonhado e perceber como é grande a sua tolice.

O apóstolo Paulo, em dado momento, precisou agir como um louco por causa da insensatez da igreja de Corinto: “Fiz-me louco, mas vocês me obrigaram a isso. Eu devia ter sido recomendado por vocês, pois em nada fui inferior a esses ‘superapóstolos’, ainda que nada sou” (2Co 12.11). Portanto, o segundo versículo é um conselho para que o insensato seja desmascarado. Ser enérgico e duro nem sempre é sinal de falta de amor, mas sim, a manifestação do amor, mostrando a sua face indignada.

Sendo assim, como devemos agir diante de um insensato? Devemos ficar em silêncio ou dar uma resposta? Bem, devemos fazer as duas coisas. Cada versículo apresenta um lado diferente da mesma moeda. O ponto mais difícil que envolve tudo isso é: quando devemos ficar em silêncio e quando devemos dar uma resposta? O problema maior não é como agir, mas quando agir.

O momento certo de agir será determinado pela sabedoria. O sábio conseguirá discernir qual postura adotar em cada situação. Eu preciso de muita sabedoria. Se você também precisa, a Bíblia, então, nos diz: “Se algum de vocês necessita de sabedoria, peça a Deus, que a todos dá com generosidade e sem reprovações [...]” (Tg 1.5). Que Deus nos conceda sabedoria do alto, pois só assim saberemos o “tempo de ficar calado e o tempo de falar” (Ec 3.7).

 

 

 

Fabrício A. de Marque




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