pub-9363386660177184 Pensando as Escrituras

 

Eu gostaria de iniciar apresentando, brevemente, o autor do livro. Alexander Whyte (1836-1921) foi um pastor e teólogo escocês que marcou a sua geração com sua grande capacidade de ensinar a Bíblia de forma clara. Ele nasceu em uma família simples. Trabalhou como sapateiro e professor, mas sentiu o chamado para o ministério e se formou em Teologia. Serviu por mais de 40 anos como pastor na cidade de Edimburgo, e depois se tornou diretor e professor de Novo Testamento em um importante seminário, onde ajudou a formar novos líderes cristãos.


Alexander Whyte também foi moderador da Assembleia Geral da Igreja Livre da Escócia em 1898. Esse é um cargo de grande honra e responsabilidade. Ser moderador é como ser o presidente da maior reunião da denominação, liderando os debates, orientando as decisões importantes e representando a igreja em assuntos públicos. É uma função que reconhece não só a sabedoria teológica do líder, mas também o seu exemplo de vida cristã. Isso mostra o quanto Whyte era respeitado entre os irmãos, tanto como pastor quanto como homem de Deus.


O livro de Alexander Whyte é uma obra pastoral sobre os quatro temperamentos: sanguíneo, colérico, fleumático e melancólico. Não é um manual técnico, mas uma reflexão que mostra como cada temperamento pode ser uma bênção ou uma armadilha, dependendo se está sob domínio de Deus ou não. Whyte mostra cada temperamento em sua forma “extrema” para nos revelar o que somos sem a graça de Deus. A mensagem central é: os nossos temperamentos foram dados por Deus e devem ser cultivados para a Sua glória. Todos, mesmo os mais difíceis, são campos que precisam ser lavrados com disciplina, graça e fé.


Começando pelo temperamento sanguíneo, o autor mostra que o sanguíneo é o temperamento do entusiasmo, da empolgação e da esperança. Pessoas sanguíneas são calorosas, cheias de vida, espontâneas e geralmente animadas. Elas têm facilidade para se alegrar, fazer amigos, começar novos projetos e motivar os outros. São abertos ao que é novo e otimistas por natureza. Quando bem dirigidos, os sanguíneos são líderes naturais, comunicadores eficazes e cheios de fé e coragem para empreender grandes coisas no reino de Deus. São como o fogo da juventude. Eles aquecem o ambiente ao seu redor.


Por outro lado, o sanguíneo é conhecido pela sua inconstância. O entusiasmo costuma durar pouco. O sanguíneo troca rapidinho de direção e se deixa levar pelas emoções. É impulsivo, fala demais e pensa depois. Ele pode abraçar ideias boas com paixão, mas também pode abandonar tudo na primeira dificuldade. No campo espiritual, pode parecer fervoroso, mas com pouca profundidade. Falta-lhe perseverança, firmeza e raiz. O coração do sanguíneo comanda a sua cabeça. E isso o torna vulnerável às distrações e modismos.


O próximo temperamento abordado é o colérico. O colérico é o mais enérgico dos temperamentos. É o homem de ação, de visão e de conquista. Ele tem uma mente focada, uma vontade firme e coragem de sobra. É decidido, estratégico e trabalhador incansável. Quando convertido e dominado pelo Espírito, o colérico se torna um guerreiro do bem, assim como o apóstolo Paulo, que era consumido pelo zelo da casa de Deus. O colérico enxerga longe. Ele começa o que outros têm medo de começar e permanece firme mesmo quando ninguém mais aguenta. Quando o fogo da ira é controlado, o colérico se torna uma força propulsora para o reino de Deus.


Em contrapartida, o colérico sem domínio próprio é um perigo. Ele é orgulhoso, autoritário, impaciente e, muitas vezes, cruel com os mais fracos. O seu temperamento tende à ira, ao ressentimento e até mesmo à violência, seja física, verbal ou emocional. Ele não precisa de muito para explodir. O colérico pode destruir lares, igrejas e ministérios com seu temperamento inflamado. Além disso, a pior forma da cólera é a religiosa. O autor chama isso de “ódio teológico” que usa Deus como desculpa para atacar os outros. Por isso, o colérico precisa cultivar humildade, mansidão e controle espiritual diário.


O terceiro temperamento comentado é o fleumático. O fleumático é o homem calmo, sereno e constante que raramente se abala. Ele é observador, prudente, equilibrado. É uma pessoa excelente em tempos de crise. Ele não se precipita, pensa antes de agir e transmite segurança às pessoas. Essa “frieza” emocional é, muitas vezes, a sua maior virtude. O fleumático é o tipo de pessoa que pode ser âncora em um ambiente caótico, um bom conselheiro e um excelente administrador. A fleuma o protege das paixões e das decisões tolas. Dessa forma, ele é como uma rocha firme em meio às tempestades emocionais dos outros.


Apesar disso, o fleumático também tem os seus perigos. A frieza do fleumático pode virar apatia e sua calma pode virar preguiça profunda. Ele é muito tentado ao comodismo, à procrastinação e à passividade. Ao invés de prudente, o fleumático pode se tornar indiferente. Ele sabe o que tem que fazer, mas empurra com a barriga. No ministério, por exemplo, o fleumático pode se tornar um pastor relaxado. No lar, ele pode se tornar um pai ausente. E na vida cristã, ele pode se tornar um servo “morno”. A sua maior luta é contra o ócio. Portanto, o desafio do fleumático é sair da zona de conforto e fazer o que precisa ser feito, mesmo sem nenhuma vontade.


Por fim, o último temperamento é o melancólico. O melancólico é profundo, sensível e reflexivo. Ele tende à introspecção, ao pensamento sério e à busca por sentido. É o temperamento dos pensadores, dos poetas e dos teólogos profundos. As pessoas melancólicas sentem as coisas com intensidade e vivem com profundidade. Elas são idealistas, éticas e leais. Quando santificados, os melancólicos se tornam intercessores poderosos, conselheiros empáticos e verdadeiros homens e mulheres de Deus. O melancólico carrega o peso da alma do mundo e transforma a dor em oração.


Entretanto, visto que todo temperamento tem o seu lado negativo, o melancólico também tem. O melancólico pode mergulhar profundamente na tristeza, no pessimismo e no isolamento. A sua visão crítica o faz enxergar mais os problemas do que as soluções. Além disso, o melancólico tende mais à culpa exagerada, à baixa autoestima e às crises existenciais. Ele é tentado à inércia por causa do desânimo. Quando mal conduzido, o melancólico pode viver em constante reclamação, tristeza e autopiedade. De fato, a maior batalha do melancólico é interna. Por isso, ele precisa aprender a se alegrar no Senhor e manter a mente fixada na esperança.


Alexander Whyte nos lembra que não existe temperamento ruim. Todos os temperamentos são dons de Deus, mas, mesmo assim, todos precisam ser redimidos. O segredo está em conhecer a si mesmo, identificar as próprias tendências e lutar espiritualmente para glorificar a Deus com o que somos. Nas palavras do autor, Deus nos colocou numa “hospedaria”. Os temperamentos são “a pele da alma, a hospedaria em que nossa alma habita no presente”. Portanto, cabe a nós cultivá-la como terreno fértil. Com a ajuda do Espírito Santo, podemos transformar a fraqueza em força, as paixões em frutos e os temperamentos em instrumentos úteis para o reino de Cristo.

 

Recentemente, assisti a um pequeno vídeo que tem circulado nas redes sociais que afirma que o fenômeno natural da aceleração mínima da rotação da Terra estaria ligado à profecia de Jesus em Mateus 24.22, onde lemos: “E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias”.

Diante disso, o vídeo tenta conectar um dado científico — o registro de dias ligeiramente mais curtos devido a variações na rotação da Terra — com uma interpretação escatológica do texto bíblico. Porém, essa ligação é equivocada, anacrônica e desrespeita o contexto imediato e histórico das palavras de Jesus. Vamos analisar isso de forma lógica, bíblica e responsável.

 

Mateus 24 não fala do nosso futuro, mas do passado

O contexto nos mostra que Jesus está respondendo à pergunta dos discípulos sobre a destruição do Templo de Jerusalém (Mt 24.1-3). O Senhor descreve os eventos que ocorreriam na geração deles (Mt 24.34). A linguagem de todo o capítulo aponta para a Grande Tribulação que ocorreu no cerco e destruição de Jerusalém no ano 70 DC pelos romanos.

A porção de Mateus 24.15-28 apresenta os horrores da Guerra Judaico-Romana em que milhares de judeus morreram e a Cidade Santa foi devastada. Assim, a “abreviação dos dias”, referida por Jesus, não tem nada a ver com o tempo cronológico (a duração dos dias físicos), mas sim, com a duração dos eventos da Grande Tribulação.

 

A expressão “abreviação dos dias” é teológica e não astronômica

No contexto de Mateus 24, os “dias abreviados” significa que Deus, em Sua misericórdia, não deixou que o sofrimento se estendesse indefinidamente. Ele colocou um limite à destruição e poupou os Seus eleitos, ou seja, Deus preservou os cristãos judeus daquela geração, muitos dos quais escaparam da destruição de Jerusalém ao fugirem da cidade, conforme o aviso de Jesus (Mt 24.16-20).

A palavra grega usada aqui — κολοβθησαν: ekolobōthēsan (“abreviados”) — carrega o sentido de reduzir, encurtar, limitar e restringir. Não há nenhuma relação com os segundos a menos em um dia solar. Trata-se da intervenção soberana de Deus para encurtar o período da Grande Tribulação. Portanto, o uso dessa expressão para falar da rotação do planeta é um grave erro de interpretação.

 

É muito perigoso misturar fenômenos naturais com textos proféticos fora do contexto

A ciência, de fato, observou variações ínfimas no tempo de rotação da Terra. Mas são variações extremamente pequenas, coisa de milissegundos, e não de minutos ou horas. Isso é normal e explicado por fatores naturais. Não há nada de sobrenatural nisso.

Agora, tomar esses dados para afirmar que “o tempo está passando mais rápido” no sentido bíblico de Mateus 24:22 é uma forma de sensacionalismo escatológico que distorce tanto a ciência quanto as Escrituras. O texto bíblico fala de um acontecimento específico com destinatários históricos reais, e não de alterações físicas no planeta dois milênios depois.

 

A Bíblia não precisa de especulações para ser poderosa

A profecia de Jesus foi cumprida com exatidão no primeiro século. Ele prometeu que aquelas coisas ocorreriam naquela geração, e elas ocorreram. A fé cristã não depende de tentar “provar” a Bíblia com manchetes de jornal ou descobertas científicas mal interpretadas. A força da Escritura está em seu próprio testemunho histórico, profético e redentor.

Assim, concluímos que Mateus 24.22 não fala da rotação da Terra, nem de milissegundos perdidos, nem do “tempo passando mais rápido” em um sentido científico. A declaração de Jesus foi uma palavra de consolo e aviso para os cristãos do primeiro século, a fim de prepará-los para a crise que viria sobre Jerusalém. Cremos que o Sermão Profético de Jesus já se cumpriu na história, o que nos dá confiança no poder e na veracidade da Palavra de Deus.

Aplicar esse texto fora do contexto para gerar uma falsa sensação de “fim dos tempos” só enfraquece a leitura séria da Bíblia, além de alimentar, ainda mais, a confusão escatológica na mente das pessoas. Não aceitamos teorias sensacionalistas e distorcidas. Ficamos com as Escrituras!

 

Você já ouviu falar sobre a batalha do Armagedom? Que batalha é essa? Trata-se de uma batalha que já aconteceu ou que ainda acontecerá? O que a Bíblia diz a respeito disso? Acompanhe o texto até o final para saber a resposta.

Vários comentaristas bíblicos e estudantes da Palavra de Deus afirmam que a batalha do Armagedom acontecerá em algum momento no futuro. De acordo com eles, após os 7 anos de Grande Tribulação na Terra, as nações ímpias vão se aliar ao Anticristo e cercarão a nação de Israel no monte Megido para a grande Guerra Final, ou seja, para a batalha do Armagedom. No entanto, a nação de Israel será especialmente protegida pelo próprio Cristo que descerá do céu, montado em um cavalo branco, acompanhado de um grande exército de anjos celestiais.

E então, neste exato momento, a sétima taça da ira de Deus, descrita em Apocalipse 16.17-21, será derramada sobre a Terra. Em seguida, o próprio Cristo lançará o Anticristo e o Falso Profeta no fogo do inferno. E todos aqueles que se aliaram a essas duas figuras serão comidos pelas aves dos céus. Na sequência, Jesus prenderá o Diabo e inaugurará o Milênio, ou seja, o reino de mil anos na Terra. Durante esses mil anos Jesus reinará com a igreja e com aqueles que resistiram ao Anticristo durante os 7 anos de Grande Tribulação.

Essa interpretação escatológica é bastante comum entre os evangélicos e amplamente ensinada em vários livros, igrejas e seminários teológicos. Todavia, respeitando quem pensa dessa forma, particularmente eu não creio que esse seja o ensino bíblico a respeito da batalha do Armagedom. Como podemos entender essa profecia bíblica?

Vamos começar refletindo sobre a palavra “Armagedom”. A própria Bíblia afirma que essa palavra é de origem hebraica: Então ajuntaram os reis no lugar que em hebraico se chama Armagedom” (Apocalipse 16.16). No hebraico, temos a expressão הַר מְגִידוֹ (har meggîdô), que significa “monte de Megido” ou simplesmente “monte Megido”. Quando consultamos o Antigo Testamento, descobrimos que Megido foi uma região onde muitas batalhas decisivas da história foram travadas. Por exemplo, foi ali que Israel derrotou o exército do rei cananeu chamado Jabim, bem como o chefe de seu exército, chamado Sísera (cf. Jz 4 e 5).

Também foi em Megido que o rei Josias morreu durante uma batalha contra o rei do Egito (cf. 2Cr 35.22-24). Além dessas narrativas de guerra, várias outras também aconteceram em Megido: a vitória de Gideão sobre os midianitas (cf. Jz 7); a última batalha do rei Saul contra os filisteus (cf. 1 Sm 31); e a morte do rei Acazias, de Judá, após ser ferido pelo exército do rei Jeú (cf. 2Rs 9.27).

Assim, é evidente que o monte Megido — o Armagedom — representa um lugar de batalha, julgamento e morte. O Armagedom também passou a representar na consciência de Israel um lugar relacionado à dor e à tristeza. Sendo assim, quando João menciona o Armagedom em Apocalipse, ele tem em mente esse imaginário de guerra extraído das batalhas do Antigo Testamento que aconteceram no monte Megido. Da mesma forma que o monte Megido foi o palco de batalhas históricas — marcadas por julgamento, morte, dor e tristeza — assim também seria o juízo de Deus sobre a nação de Israel do século I. Ao rejeitar e crucificar o Messias prometido, a nação de Israel estava fadada a enfrentar um juízo igualmente implacável e desolador.

Perceba que esse juízo contra Israel, ocorrido no ano 70 DC, já tinha sido profetizado há séculos pela boca do profeta Zacarias: E sobre a casa de Davi e sobre os moradores de Jerusalém derramarei o espírito da graça e de súplicas. Olharão para aquele a quem traspassaram. Prantearão por ele como quem pranteia por um filho único e chorarão por ele como se chora amargamente pelo primogênito. Naquele dia, o pranto em Jerusalém será tão grande como o pranto de Hadade-Rimom, no vale de Megido” (Zacarias 12.10-11). Portanto, a batalha do Armagedom se cumpriu no século I da era cristã na época do apóstolo João. Quando o exército de Roma invadiu Jerusalém, destruiu o templo, incendiou a cidade e assassinou mais de 1 milhão de judeus, a palavra profética se concretizou.

Para encerrar, quero mencionar um detalhe muito interessante dessa batalha. Em Apocalipse, quando o sétimo anjo derrama a taça da ira de Deus, vários fenômenos acontecem. Entre eles, destaca-se uma tempestade de granizo que cai dos céus, contendo pedras com mais de 30 quilos. Obviamente, o texto não se refere a uma pedra de gelo ou iceberg. Quando João fala de pedras de granizo, ele se refere às catapultas romanas, um tipo de arma de guerra que o exército romano utilizava durante as batalhas.

Curiosamente, o historiador judeu Flávio Josefo, que foi testemunha ocular da batalha do Armagedom, relatou que os romanos lançavam pedras com um peso impressionante, chegando a cerca de 40 quilos. Essas pedras tinham a cor branca. Assim, quando as pedras eram arremessadas, os vigias posicionados no alto das torres conseguiam avistá-las de longe à medida que se aproximavam. Esse alerta prévio permitia que os judeus se preparassem para o impacto e evitassem o golpe das pedras.

E então, o que aconteceu? Os romanos, ao perceberem a estratégia defensiva dos judeus, desenvolveram uma tática engenhosa para enganá-los: eles passaram a pintar as pedras brancas de preto. Dessa forma, quando as pedras eram arremessadas, os judeus não conseguiam prever a chegada delas. Por isso, muitos deles foram esmagados pelas pedras devido à estratégia de mudança de cores. João utiliza a imagem simbólica do granizo para descrever as catapultas romanas e o tipo de morte que muitos judeus experimentariam.

Portanto, a batalha do Armagedom é uma referência à Guerra Judaico-Romana que resultou na destruição de Jerusalém no ano 70 DC. O livro de Apocalipse utiliza o imaginário do monte Megido do Antigo Testamento e aplica à nação de Israel do século I. Por isso, a batalha do Armagedom não será uma batalha futura, porque ela foi uma batalha histórica que aconteceu no passado, no início do Cristianismo. Essa é mais uma profecia bíblica que se cumpriu com total precisão, conforme a vontade de Deus.

 

Nesta semana, me enviaram uma aula sobre Escatologia em que o professor se propôs a refutar a abordagem preterista das profecias bíblicas. A pessoa que me enviou o vídeo, me desafiou a refutar a “irrefutável” aula contra o Preterismo. Além de ser dispensacionalista fanática, a pessoa que me enviou o vídeo é também “inimiga” do Preterismo e do Pós-Milenismo. Inclusive, perdi as contas de quantas vezes essa pessoa proferiu críticas injustas e ofensivas contra mim. Conheço essa pessoa há muitos anos, mas ameacei bloqueá-la de minhas redes sociais, caso ela continuasse com essa postura indevida. Espero que ela tenha entendido o recado.

Bem, a aula tem pouco mais de uma hora de duração. Embora o professor não tenha dito a posição escatológica que ele defende, parece-me que ele é um pré-milenista histórico. No início da aula, ele cita passagens como Mateus 24.29-31 e Apocalipse 1.7, afirmando a literalidade desses textos. Segundo ele, os verbos “aparecer” e “ver” são literais. Além disso, quando o texto diz que o Filho do Homem virá com poder e grande glória, isso indica um evento visível aos olhos, visto que “glória” aponta para um “brilho” diante dos olhos físicos.

Mais adiante, o professor explica o significado da palavra “geração” de Mateus 24 e Marcos 13. De acordo com ele, essa é a geração que vai presenciar a abominação da desolação. Portanto, não se trata da geração que estava presente em Jerusalém naqueles dias. Em acréscimo a isso, ele diz que a “Vinda de Cristo” e o “Arrebatamento” não aconteceram naquela época, como se o texto bíblico estivesse profetizando esses eventos.

Com relação ao Anticristo, o professor critica a visão preterista de Daniel 9. O Preterismo não crê que o texto bíblico esteja falando do Anticristo, mas do próprio Cristo. Ele, então, tenta mostrar que o texto se refere ao Anticristo, sim. Além disso, esse Anticristo supostamente mencionado por Daniel não apareceu no cenário da história antes do ano 70 DC. Ao invés disso, trata-se de um personagem futuro que surgirá antes do fim do mundo.

Para fundamentar essa posição, o professor cita alguns pais da igreja, como, por exemplo, Irineu (130-200), que afirmou que o Anticristo “deve vir”. Dessa forma, o professor conclui que o Anticristo ainda não veio só porque um pai da igreja afirmou que o Anticristo “deve vir”. Ele apoia a sua visão futurista citando um autor futurista, como se isso fosse prova irrefutável de que o Preterismo está errado.

Em continuidade à aula, o professor cita Mateus 16.28: Alguns há, dos que aqui estão, que não provarão a morte até que vejam vir o Filho do homem no seu reino. Ele, então, indica outro vídeo em que esse versículo é explicado sob o ponto de vista futurista. Confesso que não interrompi a aula para assistir o vídeo. Por isso, deixarei esse ponto em aberto para uma futura consideração. Na sequência, outro texto é citado: Mateus 26.62-64. Jesus disse ao sumo sacerdote que vereis em breve o Filho do homem assentado à direita do Poder, e vindo sobre as nuvens do céu. Segundo o professor, o texto apenas diz que o sumo sacerdote “veria” o Senhor, mas não diz que ele veria com os olhos CARNAIS.

Na sequência, o professor passa a falar sobre o reinado milenar de Cristo. Como futurista, ele defende que o Reino de Cristo ainda não chegou. Como de costume, ele cita vários pais da igreja que eram pré-milenistas. Ele também afirma que o Amilenismo e o Pós-Milenismo não tinham adeptos durante esse período. Na verdade, essas vertentes ganharam adeptos somente a partir do 4º século por causa de uma “mutação doutrinária”, isto é, um tipo de “contaminação” negativa no pensamento doutrinário. Aqui, ele até cita negativamente o historiador Eusébio de Cesareia.

Para apoiar o futuro reino milenar de Cristo, o professor mescla várias passagens de Apocalipse. Por exemplo, segundo ele, Apocalipse 2.26-27 ensina que Jesus dará aos crentes poder sobre as nações, e isso durante o Milênio. Além disso, Apocalipse 3.21 e 5.10 utiliza uma linguagem própria de um reinado terrestre. O Senhor nos fez “reis”, nos assentaremos com Cristo em Seu trono e reinaremos sobre a Terra.

Mais adiante, o professor argumenta que o Apocalipse trata de profecias ainda futuras. João fala de coisas que hão de acontecer. Se as coisas ainda acontecerão, isso significa que elas ainda não aconteceram. Em seguida, o professor oferece uma explicação muito superficial acerca da expressão “em breve”. Ele afirma que esse é o ponto de vista de Deus, e não o ponto de vista humano. Para Deus, a profecia será “em breve”, pois Deus olha para o tempo de um modo totalmente diferente. Ele encerra o argumento aí e, então, comenta sobre a besta de Apocalipse 13. Mas ele também não explica a identidade da besta. Ele apenas diz: Isso aconteceu? É claro que não!”.

A seguir, o professor defende a tese de que Satanás ainda será preso, o que acontecerá, segundo o pré-milenismo, no início do reinado milenar de Cristo. Seria absurdo pensar que Satanás foi preso no século I (como defende o Preterismo). Afinal, Satanás impediu Paulo de visitar os irmãos de Tessalônica (1Ts 2.18), e o mesmo Paulo disse que não podemos ignorar as armadilhas do inimigo (2Co 2.11). Satanás está solto e muito ativo no mundo.

Para encerrar a aula, o professor aborda a datação do livro de Apocalipse. Obviamente, ele defende uma data tardia para a composição de Apocalipse (90-97 DC). Ele afirma que, se o livro de Apocalipse se cumpriu no ano 70, Deus deveria ter revelado as profecias antes do ano 70, e não na década de 90. Uma das “provas” de que o Apocalipse foi escrito depois do ano 70 é a menção de uma Nova Jerusalém. Segundo ele, a menção da Nova Jerusalém nos mostra que a antiga Jerusalém já tinha sido destruída. Após esse resumo, vamos considerar os argumentos.

Como eu já abordei todos esses argumentos futuristas em vídeos e textos que estão disponíveis no YouTube e no Instagram, eu vou comentar brevemente sobre os argumentos da aula. Primeiramente, Jesus disse que todos os sinais que Ele havia acabado de mencionar ocorreriam naquela geração (Mt 24.34). Logo, temos aqui a chave para interpretar os versículos precedentes. Assim, Mateus 24.29-31 se cumpriu no século I. O verbo "ver", em várias passagens, é uma figura de linguagem que significa "entender", enfatizando a compreensão espiritual (Jo 12.39-40). A Bíblia fala dos "cegos" espirituais e daqueles que tiveram os seus olhos "abertos" espiritualmente para compreender o evangelho da graça (At 26.17-18).

Quanto à palavra "geração", o seu significado é: "a multidão inteira de homens vivendo ao mesmo tempo". Junto com o pronome demonstrativo "esta", Jesus estava se referindo à audiência que estava presente naquele momento ouvindo o Seu discurso profético. Se o alvo fosse alguma geração futura, o Senhor não teria usado a palavra grega "genea". Em relação ao Anticristo, a Bíblia mostra que se trata de um movimento doutrinário herético que nega a encarnação de Cristo; especificamente o Gnosticismo do século I. O Anticristo não é um líder mundial de carne e osso. Não é o homem da iniquidade. Não é a besta. E não é o abominável da desolação. Enfim, não se trata de uma pessoa, embora, é claro, os falsos mestres sejam chamados de "Anticristos" (no plural).

Além do mais, citar um teólogo importante não garante a irrefutabilidade de uma teoria. Quem disse que os pais da igreja sempre acertaram? E que sentido faz citar um futurista para defender o futurismo? Esse argumento não se sustenta, pois, de fato, as profecias eram futuras, mas eram futuras para os habitantes do século I que viveram na iminência dos acontecimentos. Nós, do século XXI, estamos situados APÓS o cumprimento das profecias. Portanto, as profecias se tornaram passado para nós. Não estamos mais no século I.

Em relação ao Milênio, será mesmo que esse período ainda não chegou? Cristo ainda reinará ou Ele já é o Rei soberano de toda a Terra? A expulsão de demônios, por exemplo, foi uma evidência de que Jesus havia trazido o Reino de Deus à Terra (Lc 11.20). Já estamos no Milênio. Cristo é o Rei que reina a partir da destra do Pai nos céus. E somos a geração eleita, designada para a proclamação das virtudes do Rei (1Pe 2.9). Quanto ao "tempo de Deus" na profecia, é evidente que Deus olha para o tempo de maneira diferente. Deus não está limitado ao tempo cronológico, preso a um calendário. Todavia, Deus criou o tempo cronológico e inseriu o Universo e as pessoas dentro desse tempo. Ao revelar as profecias a João, Deus utilizou linguagem humana para que não ficasse dúvidas quanto ao significado da profecia. Aliás, o próprio termo "Apocalipse" significa "Revelação". O Senhor revelou para "mostrar" as coisas que em breve deveriam acontecer (Ap 1.1). Sendo assim, a expressão "em breve", cujo significado é "depressa", indica que os eventos aconteceriam após pouco tempo de espera. Não levaria milhares de anos para acontecer. É por esse motivo que João não deveria selar o livro profético (Ap 22.10).

E quanto à Satanás? Ele está solto ou preso? O professor não se atentou para o propósito da prisão de Satanás: "para não enganar as nações" (Ap 20.3). Isso quer dizer que Satanás não poderá enganar as nações durante o atual período do Milênio. Enquanto isso, o Pai está, progressivamente, entregando as nações como herança para o Seu Filho. Satanás não pode impedir a conversão das nações da Terra. Jamais afirmamos que Satanás não está mais atuando no mundo. Ele é o pai da mentira e continua disseminando tentações, heresias e toda sorte de males. Todavia, ele não é mais o "deus deste século", como o era antes da obra perfeita de Cristo na cruz. Hoje, é o Senhor Jesus quem tem toda autoridade no céu e na Terra (Mt 28.18).

Finalmente, o livro de Apocalipse foi escrito antes de 70 DC. A Nova Jerusalém não é prova de que a Velha Jerusalém tinha sido destruída. Ainda não tinha. Ora, na visão profética, João recebeu a ordem de medir o santuário, o altar e os adoradores (Ap 11.1), o que mostra que o Templo em Jerusalém ainda estava em pleno funcionamento. No entanto, a Jerusalém terrena em breve seria pisada pelos gentios por 42 meses (Ap 11.2). A Nova Jerusalém é uma figura da Nova Aliança que estava sendo trazida aos homens. É uma figura do Evangelho de Jesus. A Nova Jerusalém estava substituindo a Velha Jerusalém, isto é, a Antiga Aliança. Quando João recebeu a visão, esse fato ainda não tinha acontecido. Agora, porém, já aconteceu.

Para encerrar esse texto, eu quero ressaltar um ponto positivo da aula. O professor explicou que há dois tipos de Preterismo: o Parcial e o Completo. Muitos não explicam essa distinção e simplesmente colocam ambos no mesmo pacote "herético". Além disso, também destaco, positivamente, as refutações que o professor fez contra o Preterismo Completo. Por exemplo, Paulo repreendeu o Preterismo Completo de Himeneu e Fileto (2Tm 2.17-18). E quando Lucas disse que "esses dias serão de vingança, para que se cumpram TODAS AS COISAS que estão escritas" (Lc 21.22), o professor disse muito bem que a profecia se refere a todo o conteúdo que diz respeito à Queda de Jerusalém, e não a todo o conteúdo profético do início ao fim do mundo.

Espero que você tenha gostado dessas breves e objetivas considerações. Para um estudo mais detalhado sobre os temas mencionados nesse texto, eu te encorajo a acessar o meu perfil no Instagram ou o meu canal no Youtube (Pensando as Escrituras). Você encontrará vários conteúdos sobre Escatologia Bíblica, em geral, e sobre o Preterismo Parcial e Pós-Milenismo, em particular.

 

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Fabrício de Marque

 

A expressão "consumação dos séculos" aparece no Novo Testamento e se refere ao fim de uma era ou de um período específico. Diz o autor de Hebreus: “[...] Mas agora na consumação dos séculos uma vez [Cristo] se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo” (Hb 9.26).

A Primeira Vinda de Jesus ao mundo marcou o fim da era judaica, isto é, da Antiga Aliança. O encerramento dessa era se deu, de maneira definitiva, quando a cidade de Jerusalém e o Templo foram destruídos pelos romanos no ano 70 DC. Esse fato histórico representa o cumprimento das profecias escatológicas e a transição para uma nova fase da história da humanidade.

A morte e ressurreição de Cristo foram eventos históricos cruciais que trouxeram significado e cumprimento à história redentora. O apóstolo Paulo também compartilhou esse entendimento com os coríntios, ao afirmar que a época deles (o primeiro século) foi caracterizada pela “consumação dos séculos” ou “fim dos tempos”: “Tudo isso lhes aconteceu como exemplo e foi escrito como advertência para nós, sobre quem o fim dos tempos já chegou” (1Co 10.11).

O apóstolo Pedro reforçou essa ideia em suas epístolas. Ele afirmou aos seus leitores que eles foram resgatados pelo precioso sangue de Jesus, que foi manifestado “no fim dos tempos”: “Mas fostes resgatados pelo precioso sangue, como de um cordeiro sem defeito e sem mancha, o sangue de Cristo, conhecido já antes da fundação do mundo, mas manifestado no fim dos tempos em vosso favor” (1Pe 1.19-20).

Tudo isso mostra como o plano de Deus estava se desenrolando e os acontecimentos do primeiro século apontavam para um momento de mudança radical na história. Entretanto, além do fim da era judaica, a Bíblia também fala sobre o fim de outra “era”: a “era” do pecado e de suas consequências.

Essa “era” chegará ao fim no Dia da ressurreição final de todos os homens. A consumação dos séculos culminará em uma transformação completa dos nossos corpos. O pecado e a morte não mais existirão. Uma nova e superior realidade será introduzida para sempre: “[...] também gememos em nosso íntimo, aguardando ansiosamente nossa adoção, a redenção do nosso corpo” (Rm 8.23).

Assim, quando Jesus disse aos discípulos que estaria com eles “todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt 28.20), Ele estava se referindo, primeiramente, ao fim da era judaica. No entanto, em um segundo plano, Ele estava falando sobre estar com todos aqueles que creriam nEle no futuro, até o Dia da Ressurreição Final.

 

Fabrício A. de Marque

 

No Sermão Escatológico, Jesus disse: “E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo como testemunho a todas as nações, e então virá o fim” (Mt 24.14). Se você já ouviu uma pregação futurista dessa passagem bíblica, então é provável que o pregador tenha usado esse texto para incentivar os cristãos a pregarem o Evangelho pelo mundo, na esperança de que Jesus volte logo. No entanto, eu quero te apresentar uma abordagem que julgo ser mais coerente para compreender essa passagem profética. Inicialmente, note que Jesus afirmou que todos os eventos que Ele havia mencionado ocorreriam naquela geração do século primeiro (Mt 24.34).

Se levarmos as palavras de Jesus ao pé da letra, devemos entender como esse versículo se cumpriu naquela época. Uma abordagem séria das Escrituras requer a aplicação de princípios básicos de interpretação bíblica. Um desses princípios afirma que devemos considerar outras passagens bíblicas sobre o mesmo assunto antes de tirarmos conclusões sobre o significado de um texto específico. Dessa forma, permitimos que a Bíblia seja a sua própria intérprete. Isso, certamente, diminuirá as possibilidades de interpretações equivocadas.

Sendo assim, para compreendermos Mateus 24.14, devemos examinar as outras passagens bíblicas que falam sobre a pregação do Evangelho em todo o mundo. Depois de uma rápida pesquisa, descobrimos que há cinco passagens que abordam esse tema. Todas elas mostram como o Evangelho foi proclamado a todas as nações durante a geração dos apóstolos. Veja o que está escrito em Romanos 1.8: “Primeiramente, agradeço ao meu Deus por meio de Jesus Cristo, a respeito de todos vocês, pois a fé que vocês têm está sendo anunciada em todo o mundo”. Paulo diz que a fé dos irmãos estava sendo anunciada em todo o mundo enquanto ele ainda estava vivo. Essa ideia é reforçada mais adiante na mesma carta: “No entanto, pergunto: Não ouviram? Certamente, sim! A voz deles ecoou por toda a terra, e suas palavras foram ouvidas até os confins do mundo” (Rm 10.18). O texto é claro: a voz dos pregadores ecoou por toda a terra, alcançando os confins do mundo.

Paulo diz ainda: “[...] de acordo com o evangelho que prego, e a mensagem de Jesus Cristo, que agora é revelada e feita conhecida por meio das Escrituras proféticas, por ordem do Deus eterno, para que todas as nações creiam e obedeçam a ele” (Rm 16.25-26). O evangelho de Cristo estava sendo revelado e feito conhecido por meio das Escrituras proféticas com o propósito de alcançar todas as nações. Em Colossenses 1.5-6 lemos: “[...] a respeito da verdade do evangelho, que chegou até vocês. Assim como em todo o mundo, ele continua dando frutos e crescendo”. O texto revela que o evangelho estava produzindo frutos e crescendo em todo o mundo ainda na geração do apóstolo Paulo.

A quinta passagem é ainda mais clara. Paulo diz: “[...] contanto que permaneçam firmes na fé, estabelecidos e firmes, sem se afastarem da esperança do evangelho que vocês ouviram e que foi proclamado a toda criatura debaixo do céu, do qual eu, Paulo, me tornei ministro” (Cl 1.23). Paulo afirma que o evangelho foi proclamado a toda criatura debaixo do céu. Isso não é incrível? Diante disso, é natural surgirem questionamentos sobre o verdadeiro significado das expressões “em todo o mundo”, “confins do mundo”, “todas as nações” e “a toda criatura debaixo do céu”. Essas expressões se referem ao mundo como os discípulos o conheciam naquela época ou elas apontam para cada indivíduo do planeta Terra?

É importante notar que, nessas passagens, duas palavras gregas diferentes são utilizadas e traduzidas como “mundo”. Paulo usa a palavra grega “kosmosσμος) em Romanos 1.8 e em Colossenses 1.6. Essa palavra pode ser traduzida como “mundo” ou “terra”, incluindo, de qualquer forma, o mundo inteiro. A outra palavra grega para “mundo” é “oikoumenē(οκουμνη), que pode ser traduzida como “terra habitada” ou “terra civilizada”. Paulo utiliza essa palavra em Romanos 10.18, quando declara que a voz dos pregadores foi ouvida até os confins do “oikoumenē” (terra habitada). Jesus utilizou essa mesma palavra grega no Sermão Escatológico!

O conceito desse termo aponta para a expansão do evangelho dentro do mundo conhecido na época, especificamente o Império Romano e as regiões vizinhas. Isso quer dizer que tanto Jesus quanto Paulo não estavam falando do planeta Terra, abrangendo cada indivíduo da humanidade. Apesar disso, é importante ressaltar que, embora as palavras de Jesus e de Paulo tiveram um contexto geográfico limitado à sua época, o alcance do evangelho continuou a se expandir gradualmente além dessas fronteiras nos séculos seguintes. À medida que o cristianismo se desenvolveu e se espalhou, a mensagem do evangelho chegou a novas terras e culturas.

Hoje, o cristianismo é uma das maiores religiões do mundo, com seguidores em todos os continentes, demonstrando a amplitude alcançada pela mensagem do evangelho ao longo dos tempos. Portanto, embora o alcance global do evangelho seja inegável, as palavras de Jesus em Mateus 24.14 não se refere ao planeta Terra como um todo. Considerando o contexto histórico e a audiência original de Jesus, é evidente que Ele estava se referindo à pregação do evangelho nas regiões habitadas e alcançáveis pelos discípulos naquela época.

 

Fabrício A. de Marque