pub-9363386660177184 Pensando as Escrituras: Aprendendo a Criticar Com Sabedoria

Aprendendo a Criticar Com Sabedoria


Com certa regularidade vejo pessoas levantando a bandeira da tolerância. Elas afirmam que as críticas precisam ser eliminadas de nosso diálogo, de modo que haja mais empatia com aqueles que pensam diferente de nós. Ironicamente, na maioria das vezes, o protesto pela tolerância é feito intolerantemente.
Muita gente, atualmente, idolatra a tolerância na tentativa de tornar a sua prática ou crença aceitável. Não querem saber de divergência. Não suportam o fato de existir pessoas que pensam diferente. Afinal, ser confrontado machuca o ego.
Não estou supondo que devemos contrariar todo e qualquer tipo de tolerância. A tolerância equilibrada é saudável. A tolerância, para ser equilibrada, precisa de limites. Devemos ser tolerantes com quem pensa diferente de nós. Devemos respeitar a escolha que difere da nossa. Contudo, não podemos amordaçar as pessoas na intenção de fazê-las jogar em nosso time. É aqui que a tolerância cai em contradição, pois transforma-se em intolerância cega.
Visto que a tolerância equilibrada é saudável, quero encorajar você a criticar com sabedoria. Gostaria que as pessoas aprendessem melhor a arte de criticar ideias e pensamentos, mas com sabedoria e equilíbrio, sem criar contendas e provocar graves divisões [1].
Ser acrítico não é uma qualidade; é um defeito com sérias implicações. As pessoas podem até elogiar alguém que concorda com tudo, mas isso não significa que o elogio tenha fundamento. A pessoa acrítica, inexperiente, sofre as consequências de sua falta de discernimento: “O prudente percebe o perigo e busca refúgio; o inexperiente segue adiante e sofre as consequências.” (Provérbios 22:3; cf. 27:12) [2]. O prudente, aqui, é o crítico sábio que não ignora o perigo diante de si. Já o inexperiente é aquele que não consegue enxergar a luz vermelha acesa em sinal de alerta. Resultado: ele quebra a cara.
O que fazer para desenvolver a habilidade crítica de discernir as coisas que estão diante de nós?
(1) Tenha temor a Deus. Você só temerá a Deus se confiar em Jesus e segui-lo de todo o coração. O temor a Deus produzirá sabedoria prática: “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento, mas os insensatos desprezam a sabedoria e a disciplina.” (Provérbios 1:7).
(2) Tenha prazer na Palavra de Deus. O certo e o errado são determinados pela Bíblia Sagrada, e não pelos sociólogos de nosso tempo ou pela cultura secular que muda a cada amanhecer. Você será feliz e sábio quando decidir obedecer à Palavra do Senhor: “Bem-aventurado o homem que teme ao SENHOR, que em seus mandamentos tem grande prazer.” (Salmos 112:1) [3].
(3) Tenha referências saudáveis. Estou sendo bem abrangente aqui. As boas referências a que me refiro são os livros que você lê, os programas e filmes que você assiste e os amigos que você tem. Fique longe das más companhias: “Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.” (Salmos 1:1). Se você convive com alguém acrítico, tome cuidado, porque logo você ficará igual. Se você convive com alguém muito crítico e sem sabedoria, tome cuidado, porque esse comportamento também é maléfico. Quem mais nos influencia são aqueles que estão mais perto de nós: “Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes.” (1 Coríntios 15:33).
Portanto, cultive essas práticas para que elas se transformem em hábitos. Cuidado com os extremos de jamais criticar algo e criticar qualquer coisa que aparecer na sua frente. Haverá momentos em que manter o silêncio será a atitude mais sábia a ser tomada [4]. Esteja em contato com o Senhor, com Sua Palavra e com boas referências. Assim, você saberá o modo e o tempo certo de emitir um julgamento.


Fabrício A. de Marque

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Notas:
[1] Pela sabedoria, podemos, em algumas situações, diminuir o impacto da divisão. Todavia, evitar qualquer tipo de divisão é simplesmente impossível. Pensar diferente – seja em qual  área for – implica em divisão, ainda que seja uma divisão meramente conceitual, e não física.
[2] Nova Versão Internacional (NVI).
[3] Almeida Corrigida Fiel (ACF).
[4] “Até o tolo, quando se cala, é reputado por sábio; e o que cerra os seus lábios é tido por entendido.” (Provérbios 17:28).



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