pub-9363386660177184 Pensando as Escrituras: Por que Deus matou?

Por que Deus matou?


A Bíblia narra a história de um sacerdote-juiz chamado Eli que tinha dois filhos, também sacerdotes, chamados Hofni e Finéias. Apesar de ocuparem a posição de sacerdotes, esses rapazes eram ímpios e, por isso, desprezavam a Deus na forma de viver e de conduzir o ministério sacerdotal. Sem dúvida, o pecado desses rapazes era muito grande aos olhos de Deus. Afinal, a oferta sagrada estava sendo completamente profanada. O relato completo acerca da atitude desses rapazes está registrado em 1 Samuel 2.13-16. Leia para familiarizar-se com a história.

O tempo passou, Eli ficou velho, mas os seus dois filhos, Hofni e Finéias, continuavam vivendo de maneira reprovável. A Bíblia ainda diz “[...] que eles se deitavam com as mulheres que serviam na entrada da Tenda do Encontro” (1Samuel 2.22) [1]. O pecado desses rapazes era conhecido por todos. Todos comentavam a respeito disso. Quando os fatos caíram nos ouvidos de Eli, ele foi conversar com os filhos a fim de obter um esclarecimento. Sabemos que Eli honrava os filhos mais do que a Deus. No entanto, nessa conversa com Hofni e Finéias, Eli deixou claro que eles estavam correndo um sério perigo [2]: “[...] Por que vocês fazem estas coisas? De todo o povo ouço a respeito do mal que vocês fazem. Não, meus filhos; não é bom o que escuto se espalhando entre o povo do Senhor. Se um homem pecar contra outro homem, os juízes poderão intervir em seu favor; mas, se pecar contra o Senhor, quem intercederá por ele? [...]” (1Samuel 2.23-25). O grande problema é que o pecado dos dois já tinha endurecido completamente o coração, de modo que “[...] não deram atenção à repreensão de seu pai, pois o Senhor queria matá-los” (1Samuel 2.25).

Como assim? Deus queria matar Hofni e Fineias? É isso mesmo? Sim, é isso mesmo. Deus queria matá-los. A paciência de Deus tinha se esgotado. A única coisa que faltava era derramar o Seu julgamento sobre os dois. Mas como pode um Deus cheio de amor e misericórdia querer matar os filhos de um sacerdote de Israel? Saiba que Deus é misericordioso com o arrependido e contrito de coração, e não com aqueles que zombam dEle. Ora, não foi isso que Paulo escreveu? “Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá” (Gálatas 6.7). Porventura, a atitude de Eli, Hofni e Finéias não era uma zombaria? Deus disse que era: “Por que vocês zombam de meu sacrifício e de minha oferta que determinei para a minha habitação? [...]” (1Samuel 2.29). Deus tinha decidido matar Hofni e Finéias. E o pai deles, Eli, tinha sido desenganado em relação a esse plano do Senhor: “E o que acontecer a seus dois filhos, Hofni e Finéias, será um sinal para você: os dois morrerão no mesmo dia” (1Samuel 2.34).

Posto isso, agora podemos responder à pergunta: por que Deus matou? Deus matou Hofni e Finéias, porque: (1) eram ímpios; (2) eram zombadores das coisas sagradas; (3) eram imorais; e (4) não queriam se arrepender. Deus não matou porque gosta de matar. A morte do ímpio não produz prazer em Deus: “Teria eu algum prazer na morte do ímpio?, palavra do Soberano Senhor. Pelo contrário, acaso não me agrada vê-lo desviar-se dos seus caminhos e viver?” (Ezequiel 18.23).

Todavia, um fato curioso é que Deus havia decidido matar os dois rapazes antes mesmo de Eli repreendê-los. A Bíblia diz, claramente, que eles não deram ouvidos a Eli porque Deus queria matá-los. Deus já havia sentenciado o juízo em Seus planos por causa dos três primeiros motivos. Assim, a rejeição de Hofni e Finéias ao conselho de Eli (o quarto motivo) não CAUSOU o juízo divino, mas foi um EFEITO do juízo divino. Em outras palavras, visto que Deus tinha decidido matá-los, era impossível que dessem ouvidos ao conselho de Eli. Dessa forma, não é correto pensar: “E se eles dessem ouvidos ao conselho de seu pai? Será que Deus os pouparia?”. Essa hipótese é falsa, porque eles não dariam ouvidos ao conselho de jeito nenhum. A sentença já tinha sido irreversivelmente emitida. Deus foi paciente com eles durante muitos anos.

Acompanhe o raciocínio. Anualmente, Ana subia a Siló junto com seu marido Elcana para adorar ao Senhor. Nessa época, Hofni e Finéias já eram sacerdotes. Sabemos que Ana era estéril, mas a outra esposa de Elcana, não. A Bíblia diz que Penina (a outra esposa de Elcana) irritava Ana “sempre que Ana subia à casa do Senhor [...]” (1Samuel 1.7). Isso acontecia com frequência, de ano em ano. Angustiada por ser estéril, Ana orou ao Senhor pedindo-lhe um filho. Diz a Bíblia que “passado algum tempo” (v. 20) Ana engravidou de Samuel. Ana só voltou a Siló para adorar a Deus depois que Samuel desmamou: “[...] Quando o menino for desmamado, então o levarei, para que apareça perante o Senhor, e lá fique para sempre” (1Samuel 1.22). Tudo isso aconteceu enquanto Hofni e Finéias oficiavam como sacerdotes.

Depois que Samuel desmamou, Ana cumpriu sua promessa e dedicou o menino para sempre ao serviço do Senhor. Samuel cresceu e “[...] ficou servindo ao Senhor, perante o sacerdote Eli” (1Samuel 2.11). Também de ano em ano, Ana subia a Siló para levar uma túnica pequena para Samuel (v. 19). Enquanto Samuel crescia e servia ao Senhor, Hofni e Finéias continuavam pecando deliberadamente diante do Senhor. Não sabemos, ao certo, quantos anos se passaram, mas com certeza Deus tolerou esses dois rapazes durante vários anos. Antes de Ana engravidar, eles já eram sacerdotes. O juízo de Deus caiu sobre eles depois que Samuel atingiu determinada idade. Eles tiveram bastante tempo para se arrepender, mas não quiseram se arrepender. Logo, não era possível que dessem ouvidos ao conselho de Eli. Esse registro está na Bíblia para enfatizar a teimosia do coração de Hofni e Finéias, e não para mostrar a possibilidade de serem absolvidos, caso ouvissem o conselho de seu pai.

Assim, quero concluir esse texto com algumas reflexões práticas. Em primeiro lugar, qual o valor que damos às coisas de Deus? Há reverência, paixão e santidade no que fazemos para o Senhor? Não é preciso ser ministro do evangelho para fazer as coisas com reverência, paixão e santidade. Cada atividade cotidiana deve glorificar o nome do Senhor (1Co 10.31).

E em segundo lugar, quanto tempo esperamos para confessar o nosso pecado a Deus? Somos rápidos ou tardios em reconhecer que estamos errados? Será que lá no fundo acreditamos que as consequências nunca virão? Será que Deus nos ama mais do que Sua própria glória para nos deixar impunes? Pense sobre isso. Sirvamos ao Senhor com o coração reto. Ele está interessado em nosso bem, mas também na glorificação de Seu nome.

 


Fabrício A. de Marque

 

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Notas:

[1] Nova Versão Internacional (NVI).

[2] Fica claro, mais adiante, que essa conversa de Eli com seus filhos não aconteceu no tom que deveria acontecer. Eli conversou com seus filhos, mas não os repreendeu. Deus disse para Samuel a respeito de Eli: "Pois eu lhe disse que julgaria sua família para sempre, por causa do pecado dos seus filhos, do qual ele tinha consciência; seus filhos se fizeram desprezíveis, e ele não os repreendeu" (1Samuel 3.13).




8 comentários:

  1. Varão Deus te abençoe poderosamente meu irmão que estudo foi esse maravilha de Deus,fica na paz

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    1. Obrigado pela leitura, meu irmão! Saudações em Cristo!

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  2. Glorificado seja o nome santo do senhor,Deus é misericordiso e tardio em irar-se mais uma hora o juiso de Deus chega pois ele tambem é fogo consumidor

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  3. oooooh gloria! que DEUS seja glorificado nas nossas vidas. DEUS e amor, mais ele não e tolo,ele é um Deus justo.

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  4. Maravilha de palavra
    Deus abençoe sempre sua vida

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