pub-9363386660177184 Pensando as Escrituras: ESTUDO 07: O Prazer em Deus e as Implicações Missionárias

ESTUDO 07: O Prazer em Deus e as Implicações Missionárias


INTRODUÇÃO
Chegamos em nosso último estudo. Espero que você tenha acompanhado desde o começo. O conteúdo da nossa última lição terá como base o capítulo 09 do livro, cujo tema é: “O que isso significa para as missões?”.
De acordo com o John Piper, o prazer em Deus tem um grito de guerra. E o grito de guerra é missões mundiais. De que maneira fazemos missões mundiais? Fazemos missões mundiais sacrificando o conforto e a segurança. Isso é feito para que o evangelho chegue aos povos não alcançados. Isso pode parecer penoso, mas, na verdade, é algo paradoxal. As alegrias são mais profundas onde os sacrifícios são maiores:

“Em verdade lhes digo que não há ninguém que tenha deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos ou campos por minha causa e por causa do evangelho, que não receba, já no presente, cem vezes mais casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições; e, no mundo por vir, receberá a vida eterna.” (Marcos 10.29-30) [1]

I. ABNEGAÇÃO

O texto nos ensina que Deus recompensa a abnegação feita por causa do Evangelho. Todo cristão, sem exceção, é chamado à renúncia. Todavia, alguns são chamados a uma renúncia maior. Esse é o caso do missionário. Muitos missionários abandonaram sua carreira, seus projetos pessoais, sua cidade, sua família. Nem todo chamado ministerial implica abandonar tudo isso. Mas a Bíblia nunca escondeu de nós a realidade da renúncia. Jesus disse:

“Se alguém quer vir após mim, negue a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida a perderá; e quem perder a vida por minha causa e por causa do evangelho, esse a salvará.” (Marcos 8.34-35)

A verdade é que, se o nosso coração estiver no Senhor, as renúncias não parecerão prejuízos. David Livingstone (1813—1873) foi um famoso missionário britânico. Durante um discurso aos alunos da Universidade de Cambridge, ele disse:

As pessoas falam do sacrifício que fiz em gastar tanto tempo da minha vida na África... Longe de mim esteja tal palavra, tal visão, tal pensamento! Não é, verdadeiramente, sacrifício algum. Eu digo que é um privilégio. A ansiedade, a doença, o sofrimento, ou o perigo, tanto agora quanto no futuro, de vez em quando, com a ausência das conveniências e carinhos comuns desta vida, podem fazer com que paremos, com que nosso espírito vacile e a alma afunde; mas que seja só por um momento. Tudo isso não é nada quando comparado com a glória que será revelada em nós e por nós. Eu jamais fiz sacrifício algum. [2]

O apostolo Paulo escreveu sobre isso:

“Mas o que para mim era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo. Na verdade, considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor. Por causa dele perdi todas as coisas e as considero como lixo, para ganhar a Cristo [...] O que eu quero é conhecer Cristo e o poder da sua ressurreição, tomar parte nos seus sofrimentos e me tornar como ele na sua morte.” (Filipenses 3.7-8, 10)

A renúncia é loucura para o mundo, mas não é loucura para o cristão. Muitos missionários já testemunharam da alegria que experimentaram após renunciar algo para levar pessoas a Jesus. Lottie Moon (1840—1912), missionária batista do Sul da China, disse algo extremamente verdadeiro:

“Não pode haver certamente alegria maior do que salvar almas.” [3]

II. LUCRO NA PERDA

Quem se sacrifica pelas missões, entendeu que missões é lucro. John Piper relata o sofrimento experimentado por Samuel Zwemer (1867—1952), um missionário que foi apelidado de “Apóstolo do Islã”:

Em 1897, Samuel Zwemer, sua esposa e duas filhas navegaram para o Golfo Pérsico para trabalhar entre os muçulmanos de Bahrain. Seu esforço evangelístico foi, em grande parte, infrutífero. Em julho de 1904, ambas as suas filhas, com quatro e sete anos, morreram; uma delas morreu oito dias depois da outra. Ainda assim, cinquenta anos depois, Zwemer olhou para trás, lembrando dessa época de sua vida e disse: “A alegria pura de tudo que aconteceu volta à memória. Eu repetiria tudo outra vez jubilosamente. [4]

Que exemplo de coragem e fé! Mas os exemplos não param por aí. Você já deve ter ouvido falar de Jim Elliot (1927—1956). Jim atuou como missionário, e foi assassinado no dia 08 de janeiro de 1956 por índios Aucas do Equador. Ele não morreu sozinho. Outros quatro companheiros de missão foram mortos também, deixando suas jovens esposas precocemente viúvas. O mundo olhou para o martírio desses jovens e chamou tal acontecimento de tragédia. Elisabeth Elliot (1926—2015), a esposa de Jim, disse que o mundo não havia entendido a frase dita por ele, que se tornou conhecida e citada por muitos:

“Não é tolo quem entrega o que não pode reter para ganhar o que não pode perder.”

De fato, Jim não guardou o Evangelho para si e, como consequência, foi martirizado. Mas não olhe para isso como algo trágico. Jim tinha prazer em Deus e, por isso, ele ofereceu esse mesmo prazer às pessoas por meio da pregação do Evangelho. Cristo é o prazer do Evangelho. Mas, por que será que Deus colocou esses missionários no mundo, e deixou que fossem martirizados? Não foi simplesmente para mostrar ao mundo a tribulação pela qual passaram. Deus fez isso para despertar, em nós, a paixão em imitá-los.

“[...] considerando atentamente o fim da vida deles, imitem a fé que tiveram.” (Hebreus 13.7)

“Desejamos que cada um de vocês continue mostrando, até o fim, o mesmo empenho para a plena certeza da esperança, para que não se tornem preguiçosos, mas imitadores daqueles que, pela fé e pela paciência, herdam as promessas.” (Hebreus 6.11-12)

“Portanto, se você sente em sua alma um anseio pelo tipo de satisfação em Deus que libertou esses santos para o sacrifício do amor, saboreie-o e coloque lenha no fogo através da oração antes que Satanás o apague. Esse pode ser um momento decisivo em sua vida.” [5]

Busquemos a plena satisfação em Deus através do sofrimento. Cristo é a luz que brilha no fim do túnel do nosso sofrimento. Lembre-se: Deus é mais glorificado em nós quando estamos mais satisfeitos nEle. Esse fato se torna ainda mais verdadeiro no sofrimento, do que em qualquer outra situação.

OBS: Assista esta aula, clicando no link abaixo:

PARA SE APROFUNDAR
Se você ainda não conhece a história de Jim Elliot, deixo, a seguir, alguns recursos que vão inserir você na breve história desse homem de Deus:

Livro: “Através dos Portais do Esplendor” (Elisabeth Elliot, 320 páginas) https://vidanova.com.br/590-atraves-portais-esplendor.html.

Filme: “Terra Selvagem” (1:51:21) https://www.youtube.com/watch?v=_HVYUF5OYUk.

Filme Infantil: “A história de Jim Elliot” (34:25) https://www.youtube.com/watch?v=90GZXN6Z178.

Documentário: “A História de Jim Elliot” (49:30) https://www.youtube.com/watch?v=9T3SSwwtmz8.



Fabrício A. de Marque

_____________________________

Notas:
[1] Nova Almeida Atualizada (NAA).
[2] Citado por John Piper. Plena Satisfação em Deus: Deus glorificado e a alma satisfeita. São José dos Campos, SP: Fiel, 2009, pp. 84-85.
[3] Citado por John Piper. Ibid., p. 86.
[4] Ibid.
[5] Ibid., p. 88.



Nenhum comentário:

Se o conteúdo te ajudou, deixe-nos um comentário!
Obrigado pela visita!