pub-9363386660177184 Pensando as Escrituras: A Ordo Salutis (4/10): Conversão

A Ordo Salutis (4/10): Conversão

A palavra conversão transmite a ideia de mudança de direção. O pecador convertido volta-se do pecado em direção a Cristo. A atitude de voltar-se do pecado é chamada arrependimento. E o ato de voltar-se em direção à Pessoa de Cristo é chamado . Assim, o arrependimento e a fé são os dois componentes da conversão e ambos sempre operam juntos. Para fins didáticos, primeiro falarei sobre a fé, e depois sobre o arrependimento.

A fé salvadora inclui conhecimento, aprovação e confiança pessoal em Cristo. Os três elementos precisam existir juntos. O conhecimento isolado não é suficiente. É claro que precisamos saber quem Cristo é, e o que Ele fez por nós. No entanto, conhecer os fatos a respeito de Jesus não basta. Uma pessoa pode conhecer os fatos sobre Cristo e, mesmo assim, rejeitá-lo: “Você crê que Deus é um só? Faz muito bem! Até os demônios creem e tremem” (Tg 2.19).

A aprovação é o segundo elemento necessário, mas igualmente insuficiente. A aprovação diz respeito à aceitação dos fatos sobre Jesus. Uma pessoa pode conhecer o conteúdo bíblico, concordar com o que está escrito e, mesmo assim, não ser salva. O rei Agripa é um exemplo disto: “Por isso, pergunto: Rei Agripa, o senhor acredita nos profetas? Eu sei que o senhor acredita. Então Agripa se dirigiu a Paulo e disse: Por pouco você me convence a me tornar cristão” (At 26.27-28).

O terceiro elemento é a confiança pessoal. A confiança pessoal deve existir junto com os outros elementos (conhecimento e aprovação). A salvação só é real quando os três elementos da fé salvadora estão presentes em alguém. Só assim uma pessoa receberá Jesus de maneira genuína: “Mas, a todos quantos o receberam [confiança pessoal], deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome” (Jo 1.12).

Agora consideremos o verdadeiro arrependimento. Assim como a fé possui três elementos, o arrependimento também. São eles: (1) entendimento correto sobre o que é o pecado; (2) tristeza e aversão ao pecado e (3) decisão de abandonar o pecado. Essas características nascem no pecador por obra do Espírito Santo. O homem natural (sem Cristo) não possui essas marcas espirituais em seu coração (1Co 2.14).

Vale destacar que nem toda tristeza indica arrependimento verdadeiro. A Bíblia fala de dois tipos de tristezas: 1) a tristeza segundo Deus, que produz vida e 2) a tristeza segundo o mundo, que produz morte (também conhecida como remorso): “Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza do mundo produz morte” (2Co 7.10).

A tristeza segundo Deus (verdadeiro arrependimento) chora por causa do pecado cometido contra Deus. Reconhece a gravidade da ofensa e a grandiosidade do Ofendido. Por outro lado, a tristeza segundo o mundo (remorso) chora por causa das consequências colhidas. Sente angústia porque se deu mal, e não porque praticou o mal. Uma pessoa flagrada em seu pecado habitual pode chorar e até dizer que nunca mais fará aquilo de novo. Contudo, ela não diria isso se nunca fosse flagrada.

Por fim, é importante dizer que a fé e o arrependimento ocorrem no início da vida cristã, mas devem continuar por toda a vida cristã. Paulo disse: “[...] já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. E esse viver que agora tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus [...]” (Gl 2.20). Jesus disse aos crentes de Laodiceia: “[...] seja zeloso e arrependa-se” (Ap 3.19).

Quando cometermos algum pecado, devemos nos arrepender e, pela fé, confessarmos ao Senhor (1Jo 1.9). Quando passarmos por dificuldades no cotidiano, precisamos confiar no cuidado e na provisão do Senhor. De fato, a fé e o arrependimento são evidências irrefutáveis da verdadeira conversão a Cristo.

 

 

Fabrício A. de Marque




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