pub-9363386660177184 Pensando as Escrituras: As Guerras Mundiais São Provas de Que o Mundo Piorou?

As Guerras Mundiais São Provas de Que o Mundo Piorou?


Infelizmente, o pessimismo histórico está arraigado na maioria das pessoas, incluindo a maioria cristã. Como consequência, elas não conseguem vislumbrar um futuro glorioso na terra e nem reconhecer a melhoria que o mundo já experimentou no passado. Neste breve texto, darei atenção apenas à questão das mortes provocadas pelas guerras. Deixarei de fora outras áreas, como a educação, a saúde, a economia, etc.

A Primeira Guerra (1914—1918) e a Segunda Guerra (1939—1945) Mundiais são citadas por vários teólogos como “prova histórica” de que o mundo não melhorou. Como argumento extra, eles também citam o avanço tecnológico que, infelizmente, foi usado para o extermínio de milhares de pessoas. Exemplo disso foram os bombardeamentos atômicos contra Hiroshima e Nagasaki, nos períodos finais da Segunda Guerra Mundial. Com base nisso, muitos teólogos creem que o mundo ficará pior a cada dia.

Eu quero mostrar que, embora o século XX tenha sido um século bastante sangrento, ele não foi o século mais violento da história. É óbvio que mais pessoas morreram no século XX em comparação aos séculos passados. A razão disto não é porque o mal havia aumentado, mas porque a população do século XX era muito maior que as anteriores. Em 1950, o planeta tinha uma população de 2,5 bilhões de pessoas. Isso é quase duas vezes e meia a população de 1800, quatro vezes e meia a de 1600, sete vezes a de 1300 e quinze vezes a população do século 1º da Era Cristã.

Antes da Primeira Guerra Mundial, outras guerras ceifaram um número ainda maior de pessoas. Considere, por exemplo, a Rebelião chinesa de An Lushuan, ocorrida no século 8 (756—763). Foi a pior atrocidade de todos os tempos, levando à morte um sexto da população mundial da época. Outros exemplos incluem: a Guerra Civil Americana (1861—1865) que matou 650 mil pessoas; o reinado do cruel Shaka kaSenzangakhona — o Hitler zulu — que matou entre 1 milhão e 2 milhões de pessoas no século 19; e vários outros.

Por que esses massacres não são mencionados? Penso que as Guerras Mundiais do século XX foram muito mais enfatizadas e documentadas na literatura do que os massacres que ocorreram anteriormente. O avanço tecnológico contribuiu para isso, com certeza. No entanto, não podemos ignorar os fatos. As guerras do século passado não foram as piores da história humana e, por isso, não devem ser usadas como argumento de que o mundo ficará pior até o Retorno de Cristo.

A promessa bíblica é de paz mundial como resultado do avanço do Evangelho em toda a terra. Essa paz não tem qualquer relação com o engano do suposto Anticristo que muitos creem que surgirá no futuro. E também não tem qualquer relação com a obra da carne, ou seja, a paz mundial não será fruto meramente humano. O Evangelho penetrará todas as nações, enchendo a terra do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar (Is 11.9; Hc 2.14).

Quero deixar algo esclarecido: o otimismo histórico não significa progresso ininterrupto. A história sempre passará por altos e baixos. Por exemplo, ainda ocorre milhares de assassinatos por ano em nosso país, ainda existe doutrinação marxista nas escolas, os radicais islâmicos ainda matam cristãos, e assim por diante. Contudo, o Evangelho sempre retomará o seu progresso, ainda que lentamente.

Não podemos esquecer que Deus olha diferente para o tempo: “[...] mil anos, aos teus olhos, são como o dia de ontem que se foi e como a vigília da noite” (Sl 90.4). Portanto, apesar do presente mal no mundo, o Evangelho continua se espalhando e revertendo gradativamente os efeitos do pecado na história.

Conforme profetizou Isaías, o Rei Jesus reinará para sempre: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu. O governo está sobre os seus ombros, e o seu nome será: ‘Maravilhoso Conselheiro’, ‘Deus Forte’, ‘Pai da Eternidade’, ‘Príncipe da Paz’. Ele estenderá o seu governo, e haverá paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para o estabelecer e para o firmar com juízo e com justiça, desde agora e para sempre. O zelo do Senhor dos Exércitos fará isto” (Is 9.6-7).



Fabrício A. de Marque



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