Há muitas lendas em torno da figura do Papai Noel. A "inspiração" por trás da figura do bom velhinho nos remete a Nicolau de Mira, um bispo que viveu no século IV.

Segundo dizem, Nicolau era muito generoso. Ele amava presentear as pessoas e, como forma de demonstrar sua generosidade, Nicolau jogava bolsas cheias de dinheiro nas casas. Às vezes, a bolsa era jogada através da chaminé. Além disso, tudo isso era feito na parte da noite, pois o bispo queria permanecer no anonimato.

De onde Nicolau conseguia o dinheiro para suas doações? Dizem que ele fora abençoado com uma grande herança. Certa vez, ele doou uma grande quantia em dinheiro para custear os dotes de casamento de três moças, pois o pai das jovens havia aconselhado a prostituição delas como forma de conseguir o dinheiro.

Vale dizer que o estereótipo de um velhinho gordo, barbudo e vestido de vermelho se tornou popular no século XIX, graças a um poema chamado “Uma Visita de São Nicolau” e ao cartunista Thomas Nast (1840—1902).

Um fato histórico interessante é que Nicolau de Mira participou do famoso Concílio de Niceia, convocado pelo imperador Constantino no ano 325 d.C. Neste Concílio, os mais de 300 participantes debateram sobre a Santíssima Trindade. O resultado final foi a belíssima profissão de fé presente no Credo Niceno.

No Concílio de Niceia, a heresia do Arianismo (que nega a divindade de Jesus) foi condenada. Alguns historiadores dizem que, no calor das discussões, aconteceu algo chocante. Já irritado com os injúrias que o herege Ário proferia contra a Pessoa de Cristo, o bispo Nicolau deu-lhe uma bofetada na boca.

Segundo Nicolau, a bofetada foi merecida, pois devemos "suportar com magnanimidade as ofensas dirigidas a nós, mas não tolerar, sequer ouvir, as injúrias feitas a Deus". A maioria ficou contra Nicolau, julgando sua atitude “excessivamente zelosa”.

Voltando à figura do Papai Noel, acredito que os pais não deveriam dizer aos filhos que o “bom velhinho” é o responsável pelos presentes de Natal. Os pais poderiam falar sobre o legado de Nicolau, mencionando as lendas em torno do Papai Noel e, sobretudo, ensinando a verdadeira razão do Natal: a encarnação do Filho de Deus.

Fabrício A. de Marque