pub-9363386660177184 Pensando as Escrituras: A Verdade da Cruz: R. C. Sproul

A Verdade da Cruz: R. C. Sproul

 

Publicado pela editora Fiel, o livro A Verdade da Cruz, do falecido teólogo R. C. Sproul, possui somente 152 páginas distribuídas em 10 capítulos. Em 2018 li a obra pela primeira vez. Visto que os livros bons devem ser revisitados, li novamente em 2021. A experiência, mais uma vez, foi marcante.

Sproul é um de meus escritores preferidos. Sua didática é cativante, e singular a sua habilidade em simplificar conceitos teológicos complexos. Nesta obra, ele explora o significado da cruz de Cristo. Por que a cruz é o símbolo do Cristianismo? A cruz é central em todo o Novo Testamento, pois ela aponta para a redenção de Jesus no Calvário.

Sproul utiliza vários fatos de sua vida como pontos de ilustração para clarear alguns conceitos cristológicos. À medida que você reflete com atenção, esses conceitos vão se tornando cristalinos em sua mente.

Muitos cristãos têm dificuldade em compreender alguns termos que estão presentes na Bíblia, como expiação, propiciação, etc. A razão dessa dificuldade é porque essas palavras não fazem parte de nossa conversa cotidiana. Sproul, então, fornece explicações muito claras sobre tais terminologias.

No decorrer da obra, algumas teorias equivocadas sobre a expiação são mencionadas e refutadas. Exemplo disso é a teoria do resgate pago a Satanás. Essa teoria diz que Satanás mantinha os homens presos em total servidão. Por isso, Cristo pagou o resgate a Satanás, por meio de Sua morte, a fim de libertar os homens do cativeiro. Sproul mostra que isso é loucura, pois, se o resgate foi pago a Satanás, então Satanás foi o verdadeiro vitorioso. Ele exigiu um pagamento e Cristo pagou por isso.

Em oposição à teoria do resgate pago a Satanás, Sproul se coloca em defesa da teoria do Christus Victor. Jesus esmagou a cabeça de Satanás na cruz (Cl 2.15), cumprindo assim, a profecia de Gênesis 3.15. Nesse sentido, o resgate foi pago não a Satanás, mas a Deus, porque Deus é quem deveria ser satisfeito.

Perto do fim, Sproul faz uma brilhante defesa da expiação particular, mostrando que Jesus morreu na cruz visando salvar um povo em particular, isto é, os eleitos de Deus. Jamais foi intenção de Deus salvar todos os homens. Se assim fosse, todos certamente seriam salvos.

Combatendo os argumentos arminianos, o autor mostra que crer na expiação particular faz todo sentido, e que isso é uma consequência lógica dos demais pontos do Calvinismo. Nas palavras de Lutero, é uma “lógica irresistível”. Sproul diz ainda que um “calvinista de quatro pontos” é inconsistente. Quem afirma crer nos outros quatro pontos, mas nega a expiação particular, não entendeu adequadamente os outros pontos.

Por fim, o último capítulo é dedicado a responder alguns questionamentos interessantes: Deus morreu na cruz? Existe conflito entre a eleição e a salvação por decisão? Quando uma pessoa é redimida? Como sempre, o autor responde com muita clareza e habilidade. Portanto, recomendo veementemente a leitura desse precioso livro. Você terá um entendimento muito melhor do significado e do propósito da cruz de Cristo.


 

Fabrício A. de Marque




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