pub-9363386660177184 Pensando as Escrituras: O que um funeral pode nos ensinar?

O que um funeral pode nos ensinar?

Durante a minha vida, preguei em alguns cultos fúnebres. Não é um lugar prazeroso e agradável para estar. O ambiente de choro e tristeza, mesclado, às vezes, com esperança, faz do lugar um ambiente pouco desejável. Todavia, a Bíblia oferece uma mensagem sobre esse tipo de ambiente. E, como sempre, a concepção bíblica é diferente daquilo que a maioria está acostumada a pensar: “É melhor ir a funerais que ir a festas; afinal, todos morrem, e é bom que os vivos se lembrem disso” (Eclesiastes 7.2) [1].

Um funeral é melhor do que uma festa? A Bíblia diz que é. Mas em que sentido um funeral é melhor? Bem, a morte de uma pessoa nos leva a pensar na brevidade da nossa vida. E assim oramos: “Ajuda-nos a entender como a vida é breve, para que vivamos com sabedoria” (Salmos 90.12). Uma reflexão assim surgirá no ambiente de luto, e não no ambiente de festa. Infelizmente, o insensato só pensa em festejar e não consegue ver nenhum benefício em funerais. Ele é cego espiritualmente (Ec 2.14; 1Co 2.14).

Um funeral, especialmente de alguém que foi exemplar, produz efeitos incomparáveis em nosso coração. A verdade universal é que todos morrem, de modo que “cada funeral alheio antecipa nosso próprio funeral”, como disse Eaton e Carr [2]. A realidade universal da morte é resultado da realidade universal do pecado. Todos morrem porque todos pecaram (Rm 5.12).

Sendo Poderoso e Bondoso, Deus produz o bem também a partir do mal que nos atinge. A morte entrou no mundo, mas o jogou virou e a vida triunfou: “[...] como o pecado reinou pela morte, assim também a graça reinou pela justiça que conduz à vida eterna, por meio de Jesus Cristo, nosso Senhor” (Romanos 5.21). Por meio de Jesus Cristo, pela fé, recebemos a vida eterna, a despeito da morte física ainda ser uma realidade.

Não há dúvidas de que, no velório, você refletirá sobre a sua vida. Não entenda mal. A Bíblia não está condenando as festas e celebrações regadas com alegria. O próprio Deus instituiu festas fixas para Israel no Antigo Testamento (Êx 34.18-23). Além disso, a alegria é um mandamento divino (Fp 4.4). Devemos servir a Deus com alegria (Sl 100.2). Até mesmo a contribuição financeira deve ser realizada com alegria (2Co 9.7).

Dessa forma, ao afirmar que “é melhor ir a funerais”, a Bíblia está ensinando que há lições que são aprendidas em ambientes muito específicos. Você pode ler sobre funerais. Você pode conversar e se compadecer de pessoas enlutadas. Todavia, a sua presença em um ambiente assim terá um impacto profundo em seu coração. Com isso, não estou repreendendo aquelas pessoas que não conseguem ir a qualquer velório, devido a uma experiência dolorosa de luto em sua família. Não tenho dúvidas de que elas estão refletindo profundamente sobre a brevidade da vida humana também, mesmo dentro de suas casas.

Deus é o Senhor da vida, mas também é o Senhor do tempo. Cada vida possui uma quantidade de tempo de existência, sejam dias, meses ou anos. Cada acontecimento tem o seu tempo de concretização (Ec 3.1). A morte é o tempo parar chorar e prantear (Ec 3.4). Isso também foi preparado por Deus. Assim como “há tempo para todo propósito debaixo do céu” (Eclesiastes 3.1b), sem dúvida há também propósito para cada tempo debaixo do céu. Em outras palavras, todo propósito tem um tempo e todo tempo tem um propósito.

Enquanto estamos do lado de cá da eternidade, reflitamos com seriedade sobre a nossa pequenez (Tg 4.14). Sobretudo, consideremos o estado de nossa alma e o nosso relacionamento com o Criador de todas as coisas. Estamos reconciliados com Deus através de Cristo Jesus? Temos fé genuína no Filho de Deus? Recebemos um coração regenerado que anela pelas coisas espirituais? Quando a vida terrena findar, desfrutaremos da vida eterna?

 

“[...] Todos morrem, e é bom que os vivos se lembrem disso” (Eclesiastes 7.2b)

 

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Notas:

[1] Nova Versão Transformadora (NVT).

[2] EATON, Michael A. & CARR, G. Lloyd. Eclesiastes e Cantares: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova e Mundo Cristão, 1989. p. 116.

 

 

 

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