pub-9363386660177184 Pensando as Escrituras: Como os cristãos futuristas entendem a Segunda Vinda de Cristo?

Como os cristãos futuristas entendem a Segunda Vinda de Cristo?

 

Tanto os futuristas quanto os preteristas parciais acreditam no arrebatamento e na Segunda Vinda de Jesus, mas eles têm diferentes perspectivas sobre como e quando esses eventos ocorrerão. Neste breve texto, explicarei apenas o entendimento futurista desses acontecimentos. Primeiramente, é importante dizer que a palavra “arrebatamento” não é encontrada na Bíblia. Ela é uma tradução do termo latino “rapio” e do termo grego “harpazō(ρπζω), que significa “ser tomado”, “arrebatado”, “recolhido” ou “ser levado à força”. Essa última palavra transmite melhor o sentido pretendido pelos escritores bíblicos.

A visão futurista ensina o arrebatamento da seguinte maneira: Jesus voltará em breve e aparecerá secretamente no céu, visível apenas aos crentes. Nesse momento, todos os crentes desaparecerão da Terra, ou seja, eles serão “arrebatados” para encontrar o Senhor nos ares. Como resultado do arrebatamento, carros colidirão nas ruas quando os motoristas cristãos sumirem e pilhas de roupas serão deixadas para trás. Da mesma forma, os corpos dos crentes mortos desaparecerão dos túmulos e serão levados para o céu.

Os crentes serão levados para o céu por sete anos, durante os quais eles participarão do banquete das bodas do Cordeiro, que simboliza a união entre Cristo e Sua Noiva. Enquanto isso acontece no céu, o Anticristo governará a Terra e a maioria das pessoas o seguirá. Durante esse período, ocorrerá a Grande Tribulação, conforme descrito nos capítulos 4 a 18 do Livro do Apocalipse. Ali é dito que Deus derramará a Sua ira e destruirá grande parte da Terra, incluindo um terço da humanidade.

De acordo com a visão futurista, o arrebatamento é considerado a “parte 1” da Segunda Vinda de Jesus. Porém, 7 anos depois, no final do banquete celestial e da Grande Tribulação na Terra, ocorrerá a “parte 2” da Segunda Vinda. Nessa ocasião, Jesus voltará novamente, mas dessa vez de forma visível para todos, não mais em segredo. Ele virá para julgar o mundo e derrotar os Seus inimigos na batalha do Armagedom. É importante observar que a visão futurista do arrebatamento como um evento separado da Segunda Vinda só se tornou amplamente conhecida no século XIX. Antes disso, havia poucas referências históricas a essa doutrina.

Foi somente quando o líder religioso britânico John Nelson Darby apresentou essa visão publicamente em uma Conferência na Irlanda, entre 1830 e 1833, que ela ganhou destaque. Darby afirmou ter recebido essa revelação por volta de 1827. Desde então, a visão futurista se desenvolveu e se tornou popular, especialmente após ser incorporada nas notas de rodapé da Bíblia de Referência Scofield, publicada pela primeira vez em 1909.

A visão de Darby e Scofield se tornou a perspectiva predominante entre os futuristas, influenciando a compreensão moderna desses eventos. Dentro do período de 7 anos, que os futuristas chamam de “Septuagésima Semana de Daniel”, os cristãos acreditam que estarão no céu. Durante esse tempo, Deus concederá um período de favor de 7 anos ao povo judeu, durante o qual eles terão uma posição proeminente nos eventos mundiais e no governo global.

No meio desses 7 anos, os futuristas afirmam que o anticristo quebrará sua aliança com os judeus, entrará no Templo reconstruído em Jerusalém e declarará ser o próprio Deus. Então, Deus começará a derramar a Sua ira sobre toda a terra. No fim dos 7 anos, ocorrerá a segunda parte da Segunda Vinda, quando Jesus retornará à Terra. Essas visões sobre o arrebatamento, a Segunda Vinda de Cristo e as 70 semanas de Daniel, são interpretações que podem variar entre as escolas de escatologia.

Embora a visão futurista seja amplamente aceita e, talvez, seja a mais conhecida e propagada, é importante reconhecer que outras interpretações, como a visão preterista parcial, também existem. O preterismo parcial, por exemplo, busca entender o significado das profecias dentro do contexto histórico do primeiro século, enriquecendo, assim, a nossa compreensão das Escrituras Sagradas. Encorajo você a estudar essa abordagem.

 

Fabrício A. de Marque



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