pub-9363386660177184 Pensando as Escrituras: Inferno Presente e Passageiro ou Inferno Futuro e Eterno?

Inferno Presente e Passageiro ou Inferno Futuro e Eterno?

Durante minha adolescência, tive um modo de pensar errôneo quanto ao inferno. A "boca do povo" foi a grande modeladora dessa concepção. Quando a conversa era sobre a o fim do mundo, Apocalipse ou sobre o Juízo Final, as pessoas me diziam: "O inferno é aqui mesmo na terra. Que lugar poderia ser pior que esse? Olha quanto egoísmo, assassinato e desafeto!". A partir dessas constantes afirmações, tornei-me um firme seguidor do conceito "inferno presente". A paz estava na morte, afinal, quando ela chegasse, o sofrimento me deixaria de uma vez por todas.
Olhando para o mundo, podemos concluir que a ideia de sofrimento eterno não pode fazer sentido; não para eles. Além do sofrimento na terra, é angustiante pensar que o sofrimento futuro se estenderá por toda eternidade. Será que os humanos merecem tal crueldade como destino? Alguns até sugeriram uma espécie de "inferno temporário" a fim de livrarem-se da ideia de eternidade do inferno.
Antes de chegarmos à conclusão bíblica sobre o tempo e a durabilidade do inferno, é importante pensarmos em dois atributos de Deus. Não será preciso discorrer acerca de todos os atributos de Deus, pois somente dois atributos serão suficientes para chegarmos à conclusão necessária.
De capa à capa, a Bíblia deixa explicitamente claro que Deus é Santo (cf. Lv 21.8; Is 6.3; 43.15; Sl 47.8; 99.5; I Pe 1.16; etc.). Sendo assim, temos aqui o atributo da Santidade de Deus. O profeta Habacuque declarou que Deus é Santo a ponto de não poder contemplar o mal (Hc 1.13). A partir dessas informações básicas entendemos que Deus e o pecado são frontalmente opostos, assim como o dia e a noite se contrastam mutuamente.
Além do atributo da Santidade, a Bíblia também revela que Deus é Eterno (cf. Sl 10.16; 90.2; 93.2; Cl 1.17; Hb 5.6; etc.). Temos, então, o atributo da Eternidade de Deus. Antes que o mundo viesse à existência, Deus existia. Ele chamou à existência toda a criação (Gn 1.1). A criação não é eterna, mas sim, obra do Deus Eterno.
Como que a Santidade e a Eternidade de Deus se relacionam com a eternidade do inferno? Conforme dito anteriormente, Deus não pode contemplar o mal. Todo pecado é digno de morte. O salário do pecado é a morte (Rm 6.23). Adão, o nosso representante humano, pecou e todos os homens receberam a morte como pagamento. Por outro lado, o pecado é uma violação e transgressão das ordens de Deus. Ou, nas palavras de Stephen Charnock: "Todo o pecado é uma espécie de amaldiçoar a Deus no coração. O homem tenta destruir e banir Deus do coração, não realmente, mas virtualmente; não na intenção consciente de cada pecador, mas na natureza de cada pecado" [1]. Todavia, não se trata apenas de ofender o Deus Santo, mas também de ofender o Deus Eterno!
E aqui chegamos à conclusão: Deus é Santo e, por isso, o pecado humano deve ser punido. Mas Deus também é Eterno e, portanto, o sofrimento deve ser eterno.
Algumas pessoas podem se perguntar: "Mas, e agora? Já que Adão corrompeu toda a raça humana, ninguém mais pode ficar livre do inferno eterno?" Graças a Deus, Jesus tomou a decisão de se entregar à morte a fim de pagar o preço impagável. As Suas ovelhas estão sendo redimidas à medida que a história vira suas páginas. As ovelhas certamente crerão, mas a questão é: você é uma das ovelhas que crê no Bom Pastor? Ouça a Sua voz e siga-O. Ele tem as palavras de vida eterna!

"Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida." (Jo 5.24) [2].

                                                                                                          Fabrício A. de Marque

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Notas:
[1] Stephen Charnock, The Existence and the Attributes of God (Grand Rapids, Baker Books, 2000), vol. 1, p. 93.
[2] Almeida Corrigida e Revisada Fiel (ACRF).


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