Pensando as Escrituras: Língua ou Serpente: Quem é a Mais Venenosa?

Língua ou Serpente: Quem é a Mais Venenosa?

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Quem já tomou uma picada de cobra sabe como é dolorido. Dependendo da serpente, é possível até morrer sob o efeito do veneno. O lado bom disso é que as pessoas que já tomaram picada de cobra, não são compostas pela maioria. Conhecemos a realidade da dor de uma picada através das notícias e dos relatos, e não por experiência própria.

Entretanto, será que algo poderia superar o veneno de uma serpente? Será que algo pode ser tão danoso quanto à astúcia de uma víbora? Eu diria que sim. Um “animalzinho” menor que uma serpente pode provocar um desastre ainda maior!

Tiago, o irmão de Jesus, apresenta em sua carta esse “animalzinho” chamado “língua”. Veja a descrição que ele faz: “Assim também, a língua é um fogo; é um mundo de iniquidade. Colocada entre os membros do nosso corpo, contamina a pessoa por inteiro, incendeia todo o curso de sua vida, sendo ela mesma incendiada pelo inferno.” (Tg 3.6). Ele continua: “A língua [...] ninguém consegue domar. É um mal incontrolável, cheio de veneno mortífero.” (Tg 3.8). Que descrição!

Conheço pessoas absolutamente arruinadas, vítimas do veneno da língua. Pessoas cujas motivações e aspirações se desintegraram diante das flechas mortais do falar irrefletido. Não é à toa que Tiago diz que a língua é “incendiada pelo inferno”, ou seja, o inferno é o lugar que dá início à perversidade em nosso modo de falar. Benjamim Franklin costumava dizer que o animal mais terrível do mundo tem sua toca atrás dos dentes. E ele estava coberto de razão.

Costumamos pensar que uma palavrinha não faz mal a ninguém. Aliás, gostamos da ideia de assassinar as pessoas através da língua. É um homicídio divertido e prazeroso. Precisamos nos arrepender urgentemente!

Alguns, distorcendo o significado do texto, podem afirmar que controlar a língua não é possível, afinal, Tiago mesmo disse que a “língua ninguém consegue domar” (Tg 3.8). Contudo, Tiago está dizendo que esse trabalho não pode ser feito sozinho, sem a ação transformadora do Espírito Santo. Por que será que os homens conseguem domar os animais, carros e navios, mas não conseguem domar a própria língua (Tg 3.7,8)? A resposta é simples: para domarmos a língua, o Espírito Santo precisa atuar dentro nós, caso contrário, isso não será possível.

Se Deus não agir em nós, continuaremos dizendo e vivendo as antigas afirmações que fizeram contra nós: “Você não presta, não tem jeito, nunca vai mudar, vai morrer assim mesmo. Você é incompetente, todos te passam pra trás.” A vida não pode continuar assim.

Tomemos cuidado com o nosso próprio coração. Spurgeon disse que ele (o nosso coração) é o nosso maior inimigo. Perdoe se você foi ofendido, e pare de ofender se você foi perdoado.

A língua é o órgão mais importante do corpo a ser dominado. Construa relacionamentos a partir de palavras verdadeiras que tragam edificação e que aproxime as pessoas de Deus. Em vez de atingir as pessoas com o veneno da língua, prefira servi-las com deliciosos banquetes preparados com palavras de amor.

“Com a língua bendizemos ao Senhor e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. Da mesma boca procedem bênção e maldição. Meus irmãos, não pode ser assim! Acaso pode sair água doce e água amarga da mesma fonte? Meus irmãos, pode uma figueira produzir azeitonas ou uma videira, figos? Da mesma forma, uma fonte de água salgada não pode produzir água doce.” (Tg 3.9-12)

Fabrício A. de Marque.