pub-9363386660177184 Pensando as Escrituras: Os Deficientes Mentais Serão Salvos?

Os Deficientes Mentais Serão Salvos?

Esta não é uma pergunta simples de ser respondida, especialmente pelo fato de existirem opiniões diferentes quanto ao assunto. Todavia, creio que a Bíblia concede alguns caminhos através dos quais podemos raciocinar sadiamente. Uma resposta para esta questão encontra-se no capítulo 1 de Romanos.
Se você fizer uma análise contextual deste capítulo, logo perceberá que o apóstolo Paulo trata de alguns assuntos fundamentais da fé cristã como: A Divindade e Ressurreição de Jesus; a reivindicação de seu apostolado; o chamado dos crentes; a suficiência do Evangelho para a salvação, etc. Mais adiante, Paulo começa a falar acerca da depravação humana e da idolatria, tomando a natureza criada como argumento irrefutável contra os impenitentes (v. 18-20).
Em outras palavras, Paulo está dizendo que a criação dos céus e da terra é um robusto argumento que comprova a existência de Deus e que, apesar desse conhecimento, algumas pessoas furtaram a glória de Deus com atitude de orgulho e desprezo (v. 21,22). O resultado óbvio desta rejeição foi um “afrouxar de rédeas” da parte de Deus, ou seja, “Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si.” (v. 24).
Mas, afinal, o que isso tem a ver com os deficientes mentais? Bem, note que o texto diz que as pessoas que não glorificaram o Senhor como Deus foram exatamente aquelas que o conheceram: “Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus [...]” (v. 21). O verbo “conhecer” empregado aqui não se trata do relacionamento de intimidade que marca a paz com Deus, através de Cristo, que nós desfrutamos. Antes, o sentido é meramente cognitivo, posto que crer na existência de Deus revelada na criação não é suficiente para experimentar o novo nascimento.
Se os deficientes mentais (aqueles de gravidade maior) não podem nem experimentar o conhecimento cognitivo de Deus através da criação (um mosaico visual sem palavras), como poderão crer na pregação do Evangelho e receberem a fé que vem pelo ouvir? (Rm 10.17). Perceba que Deus está responsabilizando apenas os indivíduos impenitentes que rejeitaram tal conhecimento que receberam.
Além disso, um pouco antes, especificamente no versículo 20, a Bíblia diz que a revelação natural de Deus é “[...] para que eles fiquem inescusáveis”, ou conforme a NVI: “[...] de forma que tais homens são indesculpáveis”. Quem são os “tais homens”? São aqueles que o apóstolo Paulo descreve de maneira sombria até o encerramento do capítulo (v. 21-32). Se os “tais homens” são aqueles que obtiveram conhecimento de Deus, logo os deficientes mentais não podem ser incluídos nesta mesma categoria.
Portanto, embora a deficiência mental seja um triste efeito do pecado de nosso representante Adão, e visto que não existe qualquer ser humano que esteja sem pecado diante de Deus (Rm 3.23; 5.12), a graça de Jesus é suficientemente poderosa para perdoar e salvar os deficientes mentais, apesar da incapacidade deles de rejeitar conscientemente a Deus.
Depois que as cortinas da história se fecharem e formos tirados do palco da vida, os deficientes mentais receberão novos corpos, assim como nós. Então, desfrutaremos da bendita promessa que diz:

“Quando, porém, o que é corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal, de imortalidade, então se cumprirá a palavra que está escrita: "A morte foi destruída pela vitória".” (I Cor 15.54)


Fabrício A. de Marque.


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