pub-9363386660177184 Pensando as Escrituras: Carregando a Nossa Cruz

Carregando a Nossa Cruz

A crucificação foi o método de execução pública aplicado aos criminosos de uma sociedade. O método não só era cruel, mas também humilhante. A história registra que os romanos crucificaram milhares de pessoas. Em 1968, em um bairro de Jerusalém chamado Givat HaMivtar (גִּבְעַת הַמִּבְתָּר), foi encontrado um corpo com sinais de crucificação, datado da época de Jesus. Mais tarde, os restos mortais desse crucificado foram colocados dentro de um ossuário. Um especialista estudou os ossos e concluiu que aquela pessoa havia, de fato, sido crucificada. O seu nome era Jehohanan Ben Hagkol.

O nosso Senhor Jesus Cristo também foi crucificado. No entanto, diferentemente dos outros crucificados, os ossos de Jesus não foram quebrados: “Mas, vindo a Jesus, e vendo-o já morto, não lhe quebraram as pernas. [...] Porque isto aconteceu para que se cumprisse a Escritura, que diz: Nenhum dos seus ossos será quebrado” (João 19.33, 36). Tudo ocorreu desse modo para que se cumprisse uma profecia do Antigo Testamento: “Ele lhe guarda todos os seus ossos; nem sequer um deles se quebra” (Salmos 34.20).

Outro fator fundamental em relação ao Senhor Jesus é que Ele ressuscitou dos mortos. Todos os crucificados que já pisaram nessa Terra estão mortos e enterrados. Todavia, Jesus está vivo, pois a morte foi incapaz de detê-lo no túmulo: “Mas o anjo, respondendo, disse às mulheres: Não tenhais medo; pois eu sei que buscais a Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui, porque já ressuscitou, como havia dito. Vinde, vede o lugar onde o Senhor jazia” (Mateus 28.5-6).

O ensino a respeito da cruz foi bastante enfatizado por Jesus durante o Seu ministério terreno. Ele sempre deixou claro que segui-lo implicaria perdas e dificuldades. A cruz não é símbolo apenas do Cristianismo e da morte de Jesus. A cruz também simboliza a maneira como devemos viver. A cruz indica que haverá custo para seguirmos a Jesus. É evidente que não carregamos a cruz para sermos salvos. Carregamos a cruz porque a graça já nos alcançou. Dessa forma, aquele que foi salvo precisa colocar Cristo na posição de maior importância em sua vida pessoal e seguir os passos do Mestre: “Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. E qualquer que não levar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo” (Lucas 14.26-27).

Cristianismo sem renúncia é qualquer outra coisa, menos Cristianismo bíblico. Jesus não deixou ninguém enganado: “Assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo” (Lucas 14.33). Esse versículo não está mandando abandonarmos a nossa família e o nosso emprego para virarmos pregadores de praça. Ao invés disso, a mensagem é: nada, absolutamente nada, deve tomar o lugar de Jesus em sua vida. Ora, se não podemos abandonar os meios ilícitos de ganhar dinheiro, então não podemos ser discípulos de Cristo. Se a aprovação humana é mais importante para nós do que a aprovação de Deus, então não podemos ser discípulos. Enfim, tudo deve ser considerado como perda por amor a Jesus: “E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo” (Filipenses 3.8).

Muitos pregadores, pastores e mestres são culpados por distorcerem a mensagem do evangelho. Eles pintam o Cristianismo com outra cor. Eles não falam, ou falam pouco, acerca da necessidade humana de arrependimento dos pecados. Eles oferecem uma graça barata, e não a graça salvadora que Deus oferece através de Cristo Jesus. Eles limitam o poder do evangelho quando enfatizam apenas os milagres e as soluções para os problemas pessoais. É evidente que Deus manifesta o Seu favor em cada área de nossa vida. Contudo, o evangelho não pode ser limitado a esses fatores. As bênçãos de Deus são adicionais. Elas nos alcançam à medida que buscamos o reino de Deus e Sua justiça em primeiro lugar. Os pregadores que distorcem a mensagem da cruz e limitam o poder do evangelho serão severamente cobrados e julgados.

A Igreja do Senhor precisa de arautos que proclamem o evangelho puro e simples. A igreja necessita de pregadores que anunciem todo o conselho de Deus (Atos 20.27). A Igreja precisa de vozes que digam a verdade no poder do Espírito Santo, sem receio de cara feia: “Porque, persuado eu agora a homens ou a Deus? Ou procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo” (Gálatas 1.10).

O evangelho de Jesus exigirá tudo de nossa vida. Pense nisso. Muitas pessoas são insípidas, porque não colocaram na balança o custo de seguir a Jesus. Uma pessoa insípida é uma pessoa sem sal, ou seja, alguém que não influencia ninguém à sua volta. É alguém indiferente com a situação do mundo. É alguém que pensa mais nas coisas da terra do que nas coisas do céu. Enfim, não é alguém muito diferente do incrédulo.

Antes de edificar uma casa, fazemos o orçamento financeiro e planejamos a obra com engenheiros e construtores. Antes de lutar contra o exército inimigo, estudamos a capacidade militar do próprio exército e do adversário (Lucas 14.28-32). Assim, semelhantemente, antes de seguir a Jesus, carregamos a nossa cruz e renunciamos a tudo quanto possuímos. É necessário considerar o quanto isso nos custará.

Jesus se importa com os nossos problemas pessoais, mas segui-lo fielmente trará outros problemas. Analisemos o custo. Queremos, de fato, segui-lo? Estamos dispostos a sofrer e a perder coisas por causa dEle? O caminho mais fácil nem sempre é o caminho certo. E o caminho certo nem sempre será o mais fácil. Apesar disso, seguiremos a Jesus, pois sabemos que somente Ele tem palavras de vida eterna.

 

“Não há futebol sem bola, assim como não há evangelho sem cruz” 

(Sérgio R.G. Dusilek)

 

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