Pensando as Escrituras: Lidando Com Palavras Injustas

Lidando Com Palavras Injustas

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Você já brincou de telefone sem fio? Se sim, você sabe como a brincadeira funciona. A primeira pessoa da roda diz uma palavra no ouvido da pessoa que está ao seu lado. A segunda pessoa diz para a terceira, e assim sucessivamente. Quando a palavra chega nos ouvidos da última pessoa, ela deve pronunciar o que ouviu em voz alta. O final da brincadeira é, muitas vezes, bastante engraçado. Nem sempre a palavra dita no início chega intacta no final. Às vezes a palavra “felicidade”, por exemplo, é tão mal compreendida durante a brincadeira, que no final ouve-se “fecundidade”. Recordo-me de uma ilustração em que um pastor foi convidado para almoçar na casa de uma família da igreja. Durante a refeição, a filhinha pequena do casal anfitrião disse ao pastor: “Pastor, papai disse que é preciso ter muita coragem para ir à igreja”. O pastor perguntou: “E, por que, minha pequena?”. A garotinha respondeu: “É que no outro dia, o papai disse que o pastor deu muitas pauladas nos crentes; que o coro assassinou o hino e que o órgão afogou o coro”.

Na vida cristã é mais ou menos assim. Se você der importância a tudo que as pessoas dizem, você pode ouvir coisas que não correspondem à verdade. Os fatos podem ser distorcidos a ponto de tomar proporções bombásticas. Em última instância, você pode se amargurar terrivelmente. Observe o que diz a Bíblia: “Não dê atenção a todas as palavras que o povo diz, caso contrário, poderá ouvir o seu próprio servo falando mal de você” (Eclesiastes 7:21) [1].

Ignorando o ignorante

Testemunho é fundamental para que o evangelho seja semeado. Um cristão não pode ignorar nem diminuir a importância de uma vida exemplar. No entanto, se você está procurando seguir a Jesus com fidelidade e integridade, não deve se importar demasiadamente com as palavras dos críticos. Quando damos importância exagerada às palavras dos críticos, o nosso orgulho é revelado. O orgulhoso não consegue lidar com a crítica. Não podemos permitir que as palavras maldosas nos definam ou controlem o nosso humor. Por exemplo, se alguém diz que você é preguiçoso, é necessário autoquestionar-se: “É verdade que sou preguiçoso?”. Se você e todos à sua volta sabem que isso não é verdade, por que dar crédito? Ignore as palavras insensatas e continue caminhando.

Palavras que amargam

Uma crítica pode não corresponder à realidade, mas mesmo assim, ela pode amargurar o nosso coração, a menos que a ignoremos. A Bíblia tem uma mensagem quanto a isso: “Tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem” (Hebreus 12:15) [2]. O que é necessário para evitarmos a amargura? A Bíblia diz: “Cuidado”! De acordo com o Dicionário, essa palavra significa “cautela” e “precaução” [3]. Para não amargurar, precisamos olhar com cautela para o nosso coração e apertar os parafusos que estiverem soltos. O nosso coração é apressado em desviar-se da justiça. Ele é enganoso: “O coração é enganoso e incurável, mais que todas as coisas; quem pode conhecê-lo?” (Jeremias 17:9) [4].

O cuidado não é a única maneira de se evitar a amargura. O perdão também é. Perdoar o ofensor é bíblico e Deus se agrada disso. Não fique meditando e remoendo as palavras duras e injustas que você ouviu. Coloque o que aconteceu diante do Senhor e viva sua vida.

Doce silêncio

Quando somos ofendidos ou criticados, imediatamente abrimos a boca para fazer o mesmo. Isso não compensa. Observe a atitude de Jesus profetizada pelo profeta Isaías: “Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca” (Isaías 53:7 ACF). Não aja do mesmo jeito, tentando provar para os críticos que eles estão enganados. O tempo deixará tudo claro. Deus está observando o que cada pessoa faz: “Os olhos do Senhor estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons” (Provérbios 15:3 ACF). Retribuir com a mesma moeda é uma atitude que demonstra falta de temor: “Não sejas sábio a teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal” (Provérbios 3:7 ACF). Por fim, lembre-se que, às vezes, escolher o silêncio é mais sábio do que apresentar uma resposta bem elaborada: “Quando se cala, até o tolo passa por sábio, e o que fecha os lábios, é visto como homem de entendimento” (Provérbios 17:28 A21).

“O silêncio diz muita coisa, basta prestar atenção” (Anônimo)

Fabrício A. de Marque

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Nota:

[1] Nova Versão Internacional (NVI).

[2] Almeida Corrigida Fiel (ACF).

[3] Dicionário Priberam da língua Portuguesa (DPLP).

[4] Almeida Século 21 (A21).