pub-9363386660177184 Pensando as Escrituras: O Romanismo de Ontem e de Hoje

O Romanismo de Ontem e de Hoje


É comum ouvir evangélicos chamarem os católicos de “irmãos”. Porém, não é possível chamar de irmão alguém que não adora a Jesus com exclusividade. Os católicos não adoram Jesus Cristo com exclusividade. Onde Jesus não é adorado com exclusividade aí se estabelece uma seita. Quais são as principais doutrinas da Igreja Romana que faz dela uma seita herética e como devemos responder a esses ensinos?

I. O PAPOLATRISMO DO VATICANO II.
O que foi o Vaticano II? Foi um Concílio Ecumênico convocado pelo Papa João XXIII em 25 de dezembro de 1961. O objetivo do Concílio foi discutir e regulamentar vários assuntos da igreja católica. Neste Concílio, a infalibilidade papal foi reafirmada. Segundo o Catolicismo, o Papa é o Vigário de Cristo, representante de Jesus na terra, sucessor de Pedro. Tudo o que é ensinado pelo Papa em matéria de fé e moral, é infalível. Observe o que disse o professor Felipe Aquino: O Espírito Santo assiste o Papa na hora que ele ensina, para que ele não ensine com erro [1]. O próprio Catecismo da Igreja Católica asseverou: O Papa está revestido, por instituição divina, do poder supremo, plenário, imediato e universal para o governo das almas[2].

O QUE DIZ A BÍBLIA SOBRE ISSO?

1. A Bíblia diz que todos os cristãos são representantes de Cristo na terra, e não uma pessoa exclusiva e infalível.
O apóstolo Paulo escreveu: “Portanto, somos embaixadores de Cristo, como se Deus estivesse fazendo o seu apelo por nosso intermédio. Por amor a Cristo lhes suplicamos: Reconciliem-se com Deus” (2 Coríntios 5:20) [3]. A infalibilidade não reside numa pessoa, mas na mensagem de salvação que os salvos carregam. Quando pregamos, falamos em nome de Deus, mas não possuímos infalibilidade. Todos aqueles que foram alcançados pela graça de Deus são instrumentos das boas-novas. A infalibilidade repousa sobre Cristo e Sua Palavra.

2. A Bíblia diz que Deus tem o poder supremo e o governo sobre a alma dos homens, e não o Papa.
O Papa não tem autoridade para condenar ou justificar uma pessoa. O Senhor Todo-Poderoso, sim: “Mas eu lhes mostrarei a quem vocês devem temer: temam aquele que, depois de matar o corpo, tem poder para lançar no inferno. Sim, eu lhes digo, esse vocês devem temer” (Lucas 12:5). Portanto, rejeitamos a reivindicação católica de infalibilidade papal.

3. A Bíblia diz que a Palavra de Deus é a autoridade infalível sobre nós, e não o ensino papal.
A Bíblia Sagrada é suficiente para o bom preparo do povo de Deus: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra” (2 Timóteo 3:16-17). O reformador do século XVI, João Calvino, disse: “A Bíblia é o cetro pelo qual o Rei Celestial governa Sua igreja” [4]. Diante disso, precisamos refletir: será que não estamos elegendo os nossos “papas evangélicos”? A opinião de um líder tem mais relevância para nossa vida do que as Escrituras Sagradas?

II. “SEMINA VERBI”.
Essa expressão significa “sementes do verbo”. O Catolicismo ensina que Deus colocou as sementes do verbo no coração das pessoas. As sementes do verbo são os princípios espirituais e morais, isto é, a noção universal do certo e errado, comum a todos as pessoas. O Espírito Santo de Deus opera a partir dessas sementes para que as pessoas reconheçam o Papa como representante de Cristo e a Igreja Católica como a única Igreja verdadeira. Afirmam isso, pois a Igreja Romana é a única agência redentora. Em outras palavras, não há salvação fora da Igreja Católica.
Agora observe duas citações que declaram esse ensinamento. A primeira declaração foi peita pelo padre Paulo Ricardo: As pessoas que forem salvas, serão salvas através da Igreja Católica. De que modo? Ou através da explícita e clara incorporação através do batismo, da profissão de fé e da submissão ao Romano Pontífice ou por outros meios que só Deus conhece. O que é claro é que a Igreja Católica será sempre o meio de salvação do homem” [5]. A segunda afirmação, citada pelo mesmo padre, declara: “Por isso, ninguém será salvo se, sabendo que a Igreja foi divinamente instituída por Cristo, todavia não aceita submeter-se à Igreja ou recusa obediência ao Romano Pontífice, vigário de Cristo na terra” [6].

O QUE DIZ A BÍBLIA SOBRE ISSO?

1. A Bíblia diz que não existe salvação fora de Cristo, e não fora da igreja.
O texto de Atos 4:12 declara: “Não há salvação em nenhum outro, pois, debaixo do céu não há nenhum outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos". O fato da igreja não salvar não significa que devemos ignorar a prática de congregar. Congregamos porque somos salvos e não para sermos salvos. A adoração comunitária é uma ordem de Deus e também um meio de graça. Todavia, Jesus é o Salvador.

2. A Bíblia diz que o Corpo de Cristo é a Igreja Invisível, e não a Igreja Instituição.
Dentro do estudo eclesiológico, os teólogos fazem distinção entre Igreja Visível e Igreja Invisível. Colocando em poucas palavras, a igreja visível é composta por pessoas de diversas denominações: Batista, Presbiteriana, Assembleia de Deus, etc. Há um rol de membros. Crentes e incrédulos estão misturados dentro de tais denominações. Por outro lado, a igreja invisível é composta pelos eleitos de todos os tempos e de todos os cantos do mundo. Não enxergamos cada membro da igreja invisível, pois somente Deus os conhece. Eles são verdadeiramente filhos de Deus. A igreja invisível é o Corpo de Cristo. Paulo disse: “Há um só corpo e um só Espírito, assim como a esperança para a qual vocês foram chamados é uma só; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo” (Efésios 4:4-5). Sendo assim, a instituição não tem poder para salvar, porque ela não passa de uma instituição religiosa.
Por que congregamos? Por que praticamos os meios de graça? A nossa confiança descansa em Cristo ou estamos tentando alcançar a salvação através de práticas religiosas semanais?

III. MARIOLATRIA.

1. Mariolatria Papal.
A Teologia Mariana, chamada Mariologia, é o estudo sobre Maria, mãe de Jesus. O primeiro princípio fundamental é a maternidade divina de Maria. Os católicos ensinam que Maria está acima de todos os demais seres humanos. O mariólogo italiano, Gabriel Roschini (1900-1977), afirmou: Acima dEla não há mais nada além de Cristo. E abaixo dEla estão todas as outras coisas, visíveis e invisíveis, materiais, espirituais e mistas” [7]. Os padres conciliares disseram: Maria não foi utilizada por Deus como instrumento meramente passivo, mas cooperou livremente, pela sua fé e obediência, na salvação dos homens. Como diz S. Ireneu, ‘obedecendo, ela tornou-se causa de salvação, para si e para todo o gênero humano’.” [8]. O Concílio Vaticano II asseverou: Esta maternidade de Maria na economia da graça perdura sem interrupção, desde o consentimento, que fielmente deu na anunciação e que manteve inabalável junto à cruz, até à consumação eterna de todos os eleitos. De fato, depois de elevada ao Céu, não abandonou esta missão salvadora, mas, com a sua multiforme intercessão, continua a alcançar-nos os dons da salvação eterna. Cuida, com amor materno, dos irmãos de seu Filho que, entre perigos e angústias, caminham ainda na terra, até chegarem à pátria bem-aventurada. Por isso, a Virgem é invocada na Igreja com os títulos de advogada, auxiliadora, socorro, medianeira. Mas isto se entende de maneira que nada tire nem acrescente à dignidade e eficácia do único mediador, que é Cristo” [9].

2. Divinização de Maria.
Segundo o Catolicismo, Maria não participou do pecado da raça humana. Isso é afirmado em dois dogmas: o dogma da Imaculada Conceição e o dogma da “Assunção de Maria”. Ensinam que, além de não ter participado do pecado original, Maria permaneceu imaculada durante toda a sua vida. Diz o Catecismo da Igreja Católica: “Finalmente, a Virgem Imaculada, preservada imune de toda a mancha da culpa original, terminado o curso da vida terrena, foi elevada ao céu em corpo e alma e exaltada pelo Senhor como rainha, para assim se conformar mais plenamente com o seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte. A Assunção da santíssima Virgem é uma singular participação na ressurreição do seu Filho e uma antecipação da ressurreição dos outros cristãos” [10].


O QUE DIZ A BÍBLIA SOBRE ISSO?

1. A Bíblia diz que somente Jesus é o nosso Mediador e Intercessor junto ao Pai.
Observe a afirmação bíblica quanto à singularidade do Mediador Jesus: “Pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus” (1 Timóteo 2:5). Agora note que só existe Jesus como Intercessor junto ao Pai: “Meus filhinhos, escrevo-lhes estas coisas para que vocês não pequem. Se, porém, alguém pecar, temos um intercessor junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo” (1 João 2:1).

2. A Bíblia diz que o pecado atingiu toda a raça humana sem exceção.
O texto de Romanos 3:23 mostra a universalidade do pecado: “Pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus”. Maria faz parte dessa lista de Romanos. Além disso, Maria afirmou que Deus era o seu Salvador: “Minha alma engrandece ao Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador” (Lucas 1:46-47). Maria precisava de um Salvador e reconheceu isso no Magnificat. Portanto, as Pessoas da Trindade são as únicas isentas de pecado e mácula.
Como é o seu relacionamento com Jesus? Jesus é suficiente para você? Você confia apenas nEle para ser purificado de seus pecados?

Apesar de tudo o que foi exposto aqui, quero afirmar que Maria não deve ser odiada nem desprezada por ninguém. Ela foi uma mulher piedosa, escolhida por Deus para carregar no ventre o Salvador. O apologista do século IV, chamado Epifânio, disse: “Honre-se Maria, mas adore-se o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Ninguém adore a Virgem Maria” [11].  A Bíblia coloca Jesus no centro da vida e da adoração cristã. Precisamos amar, honrar, obedecer e pregar o Filho, porque só o Filho Jesus pode levar os homens até o Pai.


Fabrício A. de Marque

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Nota:
[1] Afirmação feita em um vídeo no Youtube. Acesse o link a seguir e coloque em 2:45 para confirmar a citação: https://www.youtube.com/watch?v=XEZspqnJdNE.
[3] Nova Versão Internacional (NVI).
[6] ibid.
[7] “La madre de Dios según la fe y la teologia” – Madrid, 1955, vol. I, p. 119.
[9] Concílio Vaticano II, Constituição Dogmática Lumen Gentium (21 de novembro de 1964), n. 65.
[10] http://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/p1s2cap3_683-1065_po.html (Segunda Secção, Capítulo Terceiro, §966).
[11] Citado por Raimundo de Oliveira em seu livro: “Seitas e Heresias – Um sinal do fim dos tempos”, 23ª edição/2002, editora CPAD.



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