Pensando as Escrituras: ESTUDO 02: Glorifique a Deus Alegrando-se nEle Para Sempre

ESTUDO 02: Glorifique a Deus Alegrando-se nEle Para Sempre

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INTRODUÇÃO

Por qual razão Deus nos criou? Deus nos criou para a Sua glória ou para o nosso prazer? A resposta pode parecer óbvia, mas peço cautela. Vejamos, primeiramente, que tudo que Deus faz, Ele o faz visando a Sua própria glória.

I. A GLÓRIA DE DEUS E O PRAZER DO HOMEM

A Palavra de Deus revela que o universo foi criado para expressar a glória de Deus:

“Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos.” (Salmos 19.1)

Não só isso. A Bíblia também revela que Deus nos criou para a Sua glória:

“Direi ao Norte: ‘Entregue!’ E ao Sul: ‘Não os impeça de sair!’ Tragam os meus filhos de longe e as minhas filhas dos confins da terra, todos os que são chamados pelo meu nome, e os que criei para minha glória, sim, aqueles que formei e fiz.” (Isaías 43.6-7)

Além disso, Deus nos salvou para a Sua glória:

“Antes da fundação do mundo, Deus nos escolheu, nele, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele. Em amor nos predestinou para ele, para sermos adotados como seus filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o propósito de sua vontade, para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado.” (Efésios 1.4-6)

Além dos exemplos citados, você pode abrir a sua Bíblia e conferir outros eventos na história, cujo objetivo é glorificar a Deus. Cristo encarnou para que Deus fosse glorificado pelos gentios (Romanos 15.8-9). O Juízo Final tem o propósito de glorificar a Deus (2 Tessalonicenses 1.9-10). Os exemplos são muitos.

Assim, eu retorno à pergunta inicial: Deus nos criou para a Sua glória ou para o nosso prazer? Não responda ainda, pois a pergunta pressupõe uma coisa ou outra. Considere que há evidências bíblicas indicando que Deus também nos criou para o prazer. Obviamente, Ele não nos criou para o prazer pecaminoso. Deus nos criou para o prazer nEle. Isso significa que Deus é mais glorificado em nós quando estamos mais satisfeitos nEle. Portanto, a resposta é: Deus me criou para a glória dEle e para o meu prazer nisso. Apesar disso, precisamos admitir que uma coisa é contemplar a glória de Deus, e outra coisa é se regozijar nessa contemplação. Uma pessoa pode, por exemplo, contemplar a natureza e não se alegrar em Deus por causa disso. Jonathan Edwards (1703—1758) escreveu:

“Deus é glorificado não somente por Sua glória ser contemplada, mas pelo regozijar-se nela. Quando os que a veem regozijam-se, Deus é mais glorificado do que se ela for somente contemplada. Sua glória é então completamente recebida pela alma, e também pelo entendimento e pelo coração. Deus criou o mundo para que Ele pudesse comunicar a Sua glória à criatura; e para que esta possa [ser] recebida pela mente e pelo coração. Aquele que afirma a sua ideia da glória de Deus [não] glorifica tanto a Deus quanto aquele que, além disto, também declara o seu... prazer nela.” [1]

II. NOSSO MAIOR CHAMADO

Qual é o nosso maior chamado? Missões? Não. Nosso maior chamado é adoração. Só existe missões porque não há adoração. E a adoração acontece quando “aumentamos” a glória de Deus à medida que temos prazer nEle. Esse fato quebra o mito de que “todo tipo de prazer é pecaminoso”. Os filósofos são culpados por associarem o prazer ao sofrimento. Esse conceito não é bíblico. Deus não ensinou isso. Muito pelo contrário: a Bíblia nos chama à alegria infinita! Mas como provar dessa alegria infinita que Deus disponibiliza? A resposta é simples: glorificando-o. O problema do homem é se contentar com alegrias pequenas e insuficientes: sexo, dinheiro, fama, etc. Há uma alegria infinita em Deus, que pode ser desfrutada em Cristo Jesus.

III. CRISTO: O OBJETO DO NOSSO PRAZER

3.1. No trabalho.

Quando o Senhor se torna o alvo da busca diligente de nossa alma, isso se reflete em todas as áreas, incluindo no trabalho. Aqui, me refiro ao trabalho dentro e fora da igreja. Vamos pensar em várias profissões: pacoteiro, empresário, mecânico, pintor, professor, frentista, etc. As profissões existem para que Deus seja glorificado pela excelência. Portanto, um cristão deve trabalhar com qual propósito? Deixemos que a Bíblia responda:

“Portanto, se vocês comem, ou bebem ou fazem qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus.” (1 Coríntios 10.31)

“Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor e não para as pessoas, sabendo que receberão do Senhor a recompensa da herança. É a Cristo, o Senhor, que vocês estão servindo.” (Colossenses 3.23-24)

A verdade é que, quando Deus é o nosso prazer, tudo é feito com zelo, excelência e sem murmuração.

3.3. Na morte.

De que maneira você enxerga a vida? De que maneira você enxerga a morte? Você considera a morte um benefício? Cristo é glorificado em nossa morte, se, para nós, a morte for lucro.

“Minha ardente expectativa e esperança é que em nada serei envergonhado, mas que, com toda a ousadia, como sempre, também agora, Cristo será engrandecido no meu corpo, quer pela vida, quer pela morte. Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro.” (Filipenses 1.20-21)

Para Paulo, a morte era lucro. Paulo almejava a vida eterna, sim, mas não só isso. Ele considerava a morte lucro, porque, através da morte, Ele estaria junto de seu Senhor. Isso significa que a nossa recompensa é o próprio Senhor Jesus.

“Cristo é louvado ao ser desejado. Ele é magnificado como um tesouro glorioso quando Ele se torna nosso prazer sem par. Portanto, se vamos louvá-Lo e magnificá-Lo, não ousemos ser indiferentes quanto a se o valorizamos e encontramos prazer nEle. Se a honra de Cristo é a nossa paixão, a busca por prazer nEle é o nosso dever.” [2]

OBS: Assista esta aula em vídeo, clicando no link abaixo:

https://youtu.be/2HcoHd8JZzc

Fabrício A. de Marque

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Notas:

[1] Citado por John Piper. Plena Satisfação em Deus: Deus glorificado e a alma satisfeita. São José dos Campos, SP: Fiel, 2009, p. 24.

[2] Ibid., p. 32.