pub-9363386660177184 Pensando as Escrituras: ESTUDO 03: Obediência Afetuosa

ESTUDO 03: Obediência Afetuosa


INTRODUÇÃO
O presente texto, abrangerá, no mesmo estudo, dois capítulos do livro: “Afeições... não são uma opção!(cap. 03) e “Buscar o prazer em Deus mina o orgulho e a autocomiseração(cap. 04).
O apóstolo Pedro escreveu: [1]

“Mesmo sem tê-lo visto vocês o amam. Mesmo não o vendo agora, mas crendo nele, exultam com uma alegria indescritível e cheia de glória.”

O que é mais importante: as decisões ou as afeições de uma pessoa? É possível tomar uma decisão certa em relação a Deus e, mesmo assim, manter o coração longe dEle? Por exemplo, contribuir é uma atitude correta perante Deus. Mas eu posso contribuir sem alegria? Orar é um mandamento do Senhor. Mas é possível orar sem fervor, com o coração frio? A resposta para essas perguntas é sim. A Bíblia não apenas ordena que pratiquemos determinadas ações. A Bíblia também ordena que sintamos determinados sentimentos e cultivemos determinadas afeições.

I. OS MANDAMENTOS PARA SENTIR

Você sabia que há mandamentos na Bíblia exigindo de nós certos sentimentos? John Piper disse:

“Deus requer que experimentemos dezenas de emoções e não somente realizemos atos que requerem força de vontade.” [2]

Vejamos alguns exemplos bíblicos:

A. Cobiça vs Contentamento

Não cobice a casa do seu próximo. Não cobice a mulher do seu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma que pertença ao seu próximo” (Êxodo 20.17)

A Bíblia proíbe, claramente, o sentimento de cobiça. No lugar da cobiça, qual sentimento devemos ter no coração? Vejamos:

“Que a vida de vocês seja isenta de avareza. Contentem-se com as coisas que vocês têm, porque Deus disse: ‘De maneira alguma deixarei você, nunca jamais o abandonarei’.” (Hebreus 13.5)

No lugar da cobiça, o nosso coração deve estar repleto de contentamento. Os dois sentimentos não podem ocupar o mesmo coração. A presença de um, expulsa a presença do outro.

B. Rancor vs Perdão

“Não procure vingança, nem guarde ira contra os filhos do seu povo. [...]” (Levítico 19.18a)

A proibição é clara: não se vingue nem guarde ira no coração. No lugar desses sentimentos, qual afeição devemos ter no coração? Vejamos:

“[...] mas ame o seu próximo como você ama a si mesmo. Eu sou o Senhor.” (Levítico 19.18b)

O amor é o antídoto para a vingança. Se você amar, certamente não se vingará. Os dois sentimentos não podem ocupar o mesmo coração. Não estou rebaixando o amor a mero sentimento. O amor é uma atitude, mas também é um sentimento que brota no coração de quem decidiu amar. Junto com o amor que põe fim à vingança e à ira, a Bíblia também apresenta o perdão: 

“Suportem-se uns aos outros e perdoem-se mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outra pessoa. Assim como o Senhor perdoou vocês, perdoem também uns aos outros.” (Colossenses 3.13)

Tudo isso não exige mera decisão e força de vontade, mas uma transformação no coração. O problema é que a nossa obediência nem sempre é motivada pela alegria em Deus. Observe como Deus valoriza as boas emoções:

“Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade, porque Deus ama quem dá com alegria.” (2Coríntios 9.7)

“O que exorta faça-o com dedicação; o que contribui, com generosidade; o que preside, com zelo; quem exerce misericórdia, com alegria.” (Romanos 12.8)

Mas, o que fazer se não estamos experimentando alegria na obediência? Seguem alguns conselhos que podem ajudar você:

(1) Confesse o pecado da falta de alegria.
Reconheça a frieza do seu coração. Não diga que a falta de alegria não tem importância. Sem alegria, a vida cristã se torna pesada.

(2) Ore para que Deus restaure a alegria da obediência.
O salmista, repleto de gozo em sua alma, compôs essa canção: “Agrada-me fazer a tua vontade, ó Deus meu; a tua lei está dentro do meu coração” (Salmos 40.8).

(3) Continue obedecendo a Deus, mas com a esperança de que Ele pode reascender a alegria no seu coração.
Há dois ingredientes indispensáveis em nossa vida: dever e prazer. Precisamos dos dois, e não de um ou de outro. Para obtê-los, devemos depender da graça de Deus. Só Deus pode agir no coração e gerar prazer na obediência. Portanto, oremos como Agostinho (354—430 d.C.):

“Concede-me o que me ordenas, e ordenas o que quiseres.”

II. BUSCAR O PRAZER EM DEUS MINA O ORGULHO E A AUTOCOMISERAÇÃO

O que Deus sente a respeito do orgulho? Veja:

“[...] Eu odeio a soberba, a arrogância, o mau caminho e a boca que fala coisas perversas” (Provérbios 8.13b)

Buscar o prazer em Deus elimina o orgulho. Por quê? Porque precisamos depender de Deus para termos prazer nEle. Dependência e orgulho não podem andar juntos. O prazer em Deus elimina não só o orgulho, mas também elimina a autocomiseração. Por exemplo, pense num homem arrogante. De que maneira ele responde ao sucesso? Ele responde ao sucesso com orgulho. Agora, pense na maneira com que esse mesmo homem arrogante responde ao sofrimento. De que maneira? Ele responde ao sofrimento com autocomiseração [3]. John Piper, de maneira profunda, escreveu:

A vanglória diz: “Eu mereço admiração porque eu alcancei tanto”. A autocomiseração diz: “Eu mereço admiração porque eu sofri tanto”. A vanglória é a voz do orgulho no coração do forte. A autocomiseração é a voz do orgulho no coração do fraco. A vanglória soa autossuficiente. A autocomiseração soa sacrifical. O motivo pelo qual a autocomiseração não parece orgulho é que ela parece tão carente. Mas esta carência vem de um ego ferido. Ela não vem de um senso de falta de valor, mas de um senso de valor que não foi reconhecido. É a resposta do orgulho não aplaudido. [4]

Como podemos eliminar a autocomiseração do coração? Ela é eliminada quando apresentamos uma resposta adequada diante do sofrimento. Que resposta? Descansando no fato de que existe uma alegria futura que está além do sofrimento.

“Bem-aventurados são vocês quando, por minha causa, os insultarem e os perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vocês. Alegrem-se e exultem, porque é grande a sua recompensa nos céus; pois assim perseguiram os profetas que viveram antes de vocês.” (Mateus 5.11-12)

De que forma você responde às conquistas da vida? De que maneira você lida com um novo emprego, uma graduação na faculdade, uma casa própria, um carro novo, uma viagem, um ministério abençoado, um reconhecimento? De que forma você responde ao sofrimento? Como age quando as coisas vão mal? O que faz quando os seus planos são frustrados? Pedro nos oferece motivação para enfrentarmos as adversidades:

“Mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis.” (1 Pedro 4.13)

OBS: Assista esta aula, clicando no link abaixo:



Fabrício A. de Marque

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Notas:
[1] Nova Almeida Atualizada (NAA).
[2] John Piper. Plena Satisfação em Deus: Deus glorificado e a alma satisfeita. São José dos Campos, SP: Fiel, 2009, p. 34.
[3] “Sentimento de autopiedade, de pena de si mesmo; que sente dó de si próprio; autopiedade, coitadismo”. FONTE: https://www.dicio.com.br/autocomiseracao/
[4] John Piper. Plena Satisfação em Deus: Deus glorificado e a alma satisfeita. São José dos Campos, SP: Fiel, 2009, p. 39.



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