pub-9363386660177184 Pensando as Escrituras: Existe “anjo da guarda”? Cada pessoa possui um anjo “particular” para protegê-la?

Existe “anjo da guarda”? Cada pessoa possui um anjo “particular” para protegê-la?


A resposta é não, não existe “anjo da guarda”. Essa crença equivocada é defendida por muitas pessoas, infelizmente. O problema, porém, é que tal crença não é ensinada nas Escrituras, embora alguns versículos sejam usados (de maneira indevida) para fundamentar esse posicionamento popular.
Gostaria de deixar claro, primeiramente, que a função dos anjos é proteger o povo de Deus, seja de maneira particular ou coletiva. Observe: “Pois ele [o Senhor] ordenará a seus anjos que o protejam aonde quer que você vá. Eles o sustentarão com as mãos, para que não machuque o pé em alguma pedra” (Salmos 91.11-12).
Apesar desse ensino bíblico, algumas pessoas foram além das Escrituras, e passaram a ensinar que cada pessoa, ou cada cristão, possui um anjo “particular”. Disseram, inclusive, que o “anjo da guarda” intercede ao Senhor em favor daquele que é protegido. A partir daí, nasceu a ideia absurda de fazer orações ao “anjo da guarda”.
Para defender a crença em anjo da guarda, alguns citam Mateus 18.10: “Tomem cuidado para não desprezar nenhum destes pequeninos. Pois eu lhes digo que, no céu, os anjos deles estão sempre na presença de meu Pai celestial”. Todavia, esse versículo apenas está dizendo que os anjos — cuja tarefa é proteger as pessoas — têm acesso direto à presença de Deus. Nada além disso é ensinado aqui.
Outro texto citado pelos defensores do “anjo da guarda” é Atos 12.13-15. Resumindo o contexto dessa passagem: Pedro foi miraculosamente solto da prisão e, imediatamente, se dirigiu à casa de Maria (a mãe de João Marcos), pois muitos irmãos estavam ali reunidos em oração. Ao bater na porta, a serva da casa, chamada Rode, foi atender. Quando ela ouviu a voz de Pedro, ficou tão empolgada, que voltou para contar aos irmãos sem, contudo, abrir a porta para Pedro.
Ao ouvi-la, os irmãos não puderam acreditar que fosse Pedro, pois pensavam que ele ainda estivesse na prisão. Mas Rode insistiu dizendo que era Pedro, sim. Dessa forma, concluíram dizendo: “Deve ser o anjo dele”. Com base nisso, alguns dizem que os irmãos pensaram que o “anjo da guarda” de Pedro estivesse batendo na porta.
É provável que alguns judeus acreditassem, erroneamente, em “anjo da guarda”. Acreditavam até na possibilidade de que o anjo assumisse a aparência física de seu protegido. Toda cultura popular está impregnada de misticismo. O autor bíblico simplesmente menciona tal crença, sem acrescentar qualquer comentário sobre isso.
No entanto, a Doutrina dos Anjos (Angeologia), revelada em ambos os Testamentos, nada ensina sobre “anjo da guarda”. Sendo assim, precisamos tomar cuidado em pressupor que as crenças populares estão corretas. Não podemos pensar que a Bíblia defende as crenças equivocadas de alguns personagens, só porque tais narrativas estão registradas no texto. O estudo das Escrituras nos mostra em que devemos crer, e em que NÃO devemos crer.



Fabrício A. de Marque



Nenhum comentário:

Se você foi edificado, deixe-nos um comentário!
Obrigado pela visita!