pub-9363386660177184 Pensando as Escrituras: Os 144.000 e o Pensamento Cristão Primitivo: Francis X. Gumerlock

Os 144.000 e o Pensamento Cristão Primitivo: Francis X. Gumerlock


Quando falamos sobre o livro de Apocalipse, logo a curiosidade das pessoas é despertada. Como interpretar os simbolismos apocalípticos? Como entender o significado dos números que Deus revelou a João? Bem, não é uma tarefa fácil que pode ser resolvida em poucos minutos. E, mesmo após chegarmos a um posicionamento, é sempre bom reavaliarmos o nosso conceito à luz da Palavra de Deus.

O autor do presente livro é Francis X. Gumerlock, teólogo de grande influência, formado em Teologia Histórica (PhD) pela Universidade de Saint Louis, Colorado. Em julho de 2012, Francis apresentou uma palestra no Providence Theological Seminary Doctrinal Conference, sobre os 144.000 selados de Apocalipse 7. Este livro é o resultado dessa palestra. Inicialmente publicada em inglês, a obra foi traduzida para o português em 2017, por César Francisco Raymundo.

O livro possui duas partes. Na primeira parte, o autor apresenta o conceito dos 144.000 dentro do contexto bíblico. Na segunda parte, o autor apresenta a exegese que os cristãos primitivos fizeram dos 144.000.

A tese defendida pelo autor na primeira parte, é que o número 144.000 é um símbolo da Igreja militante na terra (Ap 7.1-8). Os argumentos apresentados são, realmente, bastante sólidos. Segundo ele, a primeira metade de Apocalipse 7 responde à seguinte pergunta: “Quem é capaz de suportar o dia da ira de Deus?”. O próprio João responde: os 144.000, ou seja, a Igreja militante que foi selada com o Espírito Santo, e que tem o Senhor Jesus como o seu Comandante na batalha.

O autor destaca que não faz sentido compreender os 144.000 literalmente. Por que interpretar esse número literalmente, visto que ele está inserido em um livro altamente simbólico junto com outros números igualmente simbólicos? Não apenas o contexto imediato de Apocalipse nos ajuda a entender a simbologia dos 144.000. O contexto do livro inteiro de Apocalipse, bem como o contexto do Novo Testamento, corroboram em favor dessa posição.

Na segunda parte do livro, o autor faz um breve passeio pela história da igreja. Três visões são apresentadas: Eclesiástica, Preterista e Futurista. Na visão Eclesiástica, os intérpretes primitivos defenderam a tese de que os 144.000 são a Igreja (Pastor de Hermas, Tyconius, César de Arles, Primasius de Hadrumetum, etc.). Dentro dessa visão, há subgrupos que afirmam que os 144.000 são Mártires ou Virgens dentro da Igreja.

Na visão Preterista, os teólogos situam os 144.000 no século 1º. Todavia, não há unanimidade entre eles. Um subgrupo diz que os 144.000 são os meninos assassinados por Herodes; outro diz que são as primícias dos judeus que creram em Cristo; e ainda outro diz que são cristãos judeus que escaparam à destruição de Jerusalém logo antes do ano 70 d.C.

Na visão Futurista, os teólogos afirmam que os 144.000 são judeus literais que serão convertidos nos últimos anos da história do mundo. Esses judeus serão convertidos através da pregação de Enoque e Elias (as Duas Testemunhas de Apocalipse 11), que voltarão à terra durante o domínio do Anticristo. Assim, Enoque e Elias pregarão aos judeus dizendo que o Anticristo não é o Messias verdadeiro. Dessa forma, os judeus se renderão ao verdadeiro Cristo. Evidentemente, essa proposta é refutada biblicamente pelo autor.

Finalmente, o autor encerra a obra reiterando a tese defendida no início, ou seja, os 144.000 é um símbolo da Igreja militante na terra. Nesse sentido, a proposta do Pastor de Hermas e de outros é aquela que melhor captura a essência do que o apóstolo João escreveu. Portanto, se você deseja estudar esse assunto com maiores detalhes, recomendo a obra de Francis X. Gumerlock.



Fabrício A. de Marque



Nenhum comentário:

Se você foi edificado, deixe-nos um comentário!
Obrigado pela visita!