pub-9363386660177184 Pensando as Escrituras: Quando Pecamos, o Espírito Santo Deixa de Habitar em Nós?

Quando Pecamos, o Espírito Santo Deixa de Habitar em Nós?


Quando pecamos, o Espírito Santo se retira de nós, deixando de habitar o nosso coração espiritualmente? A confissão e o arrependimento têm como objetivo trazer o Espírito Santo de volta? Se, após o pecado, demorarmos para consertar o erro, isso significa que, durante esse tempo, o Espírito Santo não estará em nós?

Há cristãos que responderão a cada uma dessas perguntas com um retumbante sim. Eis o texto citado como prova de que o Espírito Santo deixa de habitar em nós depois de um pecado cometido: “Não me lances fora da tua presença, e não retires de mim o teu Espírito Santo” (Sl 51.11). A propósito, o salmo 51 (o “miserere”) foi composto por Davi depois de adulterar com Bate-Seba. Assim, o próprio contexto do salmo prova que o Espírito Santo pode deixar de habitar espiritualmente um servo do Senhor.

Isso, porém, não é verdade. Precisamos entender como funcionava a obra do Espírito Santo no período do Antigo Testamento. Naquela época, o Espírito Santo capacitava pessoas para o exercício de funções especiais. Por exemplo, Josué foi capacitado com habilidades de liderança e sabedoria (Nm 27.18; Dt 34.9). Os juízes também receberam capacidades especiais para libertar o povo de Israel (Jz 3.10; 6.34; 11.29; 13.25; 14.6; 15.14).

Podemos mencionar também as habilidades artísticas que Bezalel recebeu do Espírito de Deus para a construção do tabernáculo: “Eis que chamei pelo nome Bezalel, filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá, e o enchi do Espírito de Deus, de habilidade, de inteligência e de conhecimento, em todo artifício, para elaborar desenhos e trabalhar em ouro, prata e bronze, para lapidação de pedras de engaste, para entalho de madeira, para todo tipo de trabalho artesanal” (Êx 31.2-5).

Com Davi não foi diferente. Antes de se tornar rei de Israel, Davi foi “auxiliar” do rei Saul. Davi acompanhou de perto a ascensão e a queda de Saul do trono da nação. Davi sabia muito bem que o Espírito Santo havia se retirado de Saul (1Sm 16.14) e que havia se apossado dele quando Samuel o ungiu rei da nação (1Sm 16.13).

Assim, quando Davi orou dizendo “não retires de mim o teu Espírito Santo”, ele estava pedindo para o Senhor não retirar a unção e o poder que o capacitava a governar a nação de Israel. Ele não queria terminar igual Saul havia terminado. É claro que essa não era a única preocupação de Davi. Ele também não podia imaginar a sua vida sem a doce comunhão com o Senhor. Afinal, o pecado é capaz de interromper a nossa comunhão com Deus, o que não significa perda de salvação.

A Bíblia revela que os eleitos de Deus estão eternamente seguros de sua salvação. Jesus disse: “E eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Consolador, a fim de que esteja com vocês para sempre” (Jo 14.16). O Espírito Santo é o penhor da nossa herança (Ef 1.14; 2Co 1.22). Ele confirma internamente que somos filhos de Deus (Rm 8.16). Além disso, a promessa divina é que nada nos separará do amor de Deus (Rm 8.39).

Apesar dessas benditas verdades, não podemos nos entregar ao pecado. O mesmo Espírito que habita em nós se entristece por causa do nosso pecado (Ef 4.30). Podemos perder a alegria cristã. A vontade de Deus não é essa. Ele quer a nossa santificação (1Ts 4.3), pois existe alegria em uma vida de pureza e santidade.

Portanto, se você pecar — e, acredite, isso vai acontecer —, corra para o trono da graça a fim de receber misericórdia e graça (Hb 4.16). Afinal, “[...] temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo” (1Jo 2.1).



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