pub-9363386660177184 Pensando as Escrituras: Podemos orar várias vezes pelo mesmo pedido?

Podemos orar várias vezes pelo mesmo pedido?

 


Podemos pedir a mesma coisa ao Senhor várias vezes? Orar pelo mesmo pedido não seria uma atitude muito ousada diante de Deus? Se Deus ouviu a primeira oração que fizemos, por que repetir o pedido, tendo em vista que Ele já nos ouviu? Se Jesus reprovou as vãs repetições na oração (Mt 6.7), como entender a ordem bíblica de ser perseverante na oração (Cl 4.2) e de orar incessantemente (1Ts 5.17)? 

Não há contradição entre os versículos bíblicos. Precisamos entender qual é o ponto de reprovação apontado por Jesus. No contexto da passagem, Jesus menciona os gentios, afirmando que eles têm por hábito fazer longas e vazias repetições enquanto oram. Eles pensam que serão atendidos pelo excesso de palavras. Isso nos faz lembrar dos profetas de Baal em 1 Reis 18.25-39. 

Além de infindáveis repetições, os gentios possuíam uma lista contendo o nome de vários deuses. Assim, através de muitas repetições, a chance de mencionar o nome correto era maior e, como resultado, poderiam, então, receber o que estivessem pedindo. As orações dos gentios eram totalmente vazias de piedade genuína. Os seus deuses poderiam ser manipulados e persuadidos. 

Quando Jesus fala de “vãs repetições”, Ele está reprovando esse tipo de oração, isto é, a oração que honra Deus com os lábios e não com o coração (Mt 15.8). A expressão, no grego, é βαττολογσητε (battologēsēte) e transmite a ideia de tagarelice, conversa tola, palavreado oco. Aos olhos dos homens, as orações podem aparentar piedade, mas Deus sabe que isso não é verdade. 

Diante disso, fica evidente que Jesus não reprova as orações repetidas ou demoradas, mas sim, as vãs repetições. Prova disso, é que Jesus, certa vez, passou a noite toda em oração (Lc 6.12). Durante a história da igreja, muitos homens de Deus passaram horas e mais horas orando ao Senhor. O famoso livro Poder Pela Oração, escrito pelo piedoso metodista E. M. Bounds (1835—1913), relata histórias inspiradoras de homens de oração. 

Como aplicação prática, quero pontuar algumas coisas importantes. Em primeiro lugar, quando buscar ao Senhor em oração, sonde suas motivações. Nossas motivações podem estar erradas seja orando em público ou em privado. Por vezes, oramos para cumprir um dever religioso, uma obrigação espiritual. Temos pressa durante a oração. Queremos orar rápido e receber o pedido o mais rápido possível. Isso é lamentável. 

Em segundo lugar, se você está orando por algo há muito tempo, continue orando por isso. Contudo, certifique-se de que a oração perseverante não está se tornando em uma vã repetição. A oração perseverante glorifica a Deus e desenvolve a virtude da perseverança em nosso coração. Deus não concede de imediato determinados pedidos, porque Ele quer primeiro trabalhar em nosso crescimento. A demora em nos responder nem sempre indica uma negação ao que foi pedido. 

E em terceiro lugar, ore biblicamente. O que isso significa? Significa que a Palavra de Deus e a oração são inseparáveis. O conteúdo de nossas orações é moldado pela Bíblia. Meditar na Bíblia nos levará a orar conforme a vontade de Deus, e a promessa é que os nossos pedidos serão atendidos quando orarmos de acordo com a Sua vontade (1Jo 5.14-15). Leia, especialmente, o Livro de Salmos. Precisamos aprender a orar como os salmistas. Lembre-se de que o Livro de Salmos é formado por orações inspiradas pelo Espírito Santo. 

Oremos ao Senhor! Busquemos a Sua face com sinceridade de coração. Façamos orações verdadeiras, derramando todo o nosso coração diante dEle. Sem receio, falemos de nossos planos. Sem subestimar o Seu cuidado, falemos de nossos medos. Sem hipocrisia, confessemos os nossos pecados. Sem medo, roguemos o Seu perdão através de Cristo. E sem nenhuma condenação, levantemos confiantes para cumprir a Sua vontade. 


Fabrício A. de Marque




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