pub-9363386660177184 Pensando as Escrituras: A Ordo Salutis (9/10): A Morte Física

A Ordo Salutis (9/10): A Morte Física

 

Existe propósito na morte física? Por que a morte atinge aqueles que foram perdoados por Deus através de Cristo Jesus? Se Deus nos perdoou, por que a morte ainda pode nos atingir? Essas perguntas podem gerar um pouco de incômodo, mas precisamos fazê-las. A Escritura Sagrada nos oferece respostas consoladoras para lidarmos com todas as questões, inclusive com a morte. Vamos refletir um pouco mais sobre isso.

Em primeiro lugar, a morte não é um castigo para os cristãos. Não podemos pensar que os crentes ainda morrem porque Deus está irado com eles. Todos os nossos pecados foram perdoados por Deus e pagos por Cristo. Não há nenhuma condenação para quem está em Cristo Jesus (Rm 8.1). Contudo, apesar disso, é possível que Deus recolha um cristão em pecado: “É por isso que há entre vocês muitos fracos e doentes e não poucos que dormem” (1 Coríntios 11.30).

Quando Deus recolhe um cristão em pecado, não se trata de condenação, mas de disciplina divina. Deus não condena um filho que foi adotado, mas certamente Ele disciplina os Seus filhos: “Mas, quando julgados, somos disciplinados pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo” (1 Coríntios 11.32). Como Pai, Deus aplica a disciplina que Ele julgar necessária. Ele pode enviar tribulações, mas também a morte física.

Em segundo lugar, a morte é o desfecho da vida em um mundo caído e marcado pelo pecado. A nossa salvação já é uma realidade, mas ela ainda não está completa. Tudo o que Jesus conquistou na cruz ainda não é desfrutado por nós na sua plenitude. A imortalidade física, por exemplo, é uma bênção que ainda não desfrutamos. Mas só por enquanto, pois a morte é o último inimigo que Jesus derrotará: “É necessário que ele reine até que tenha posto todos os inimigos debaixo dos seus pés. O último inimigo a ser destruído é a morte” (1 Coríntios 15.25-26).

Assim, se alguém perguntar para você: “Por que os cristãos ainda morrem?”, você deve responder: “Porque os cristãos ainda vivem em um mundo caído”. Além da morte, também experimentamos outros efeitos negativos do pecado, como enfermidades, dores, envelhecimento, desastres naturais, etc. Por vezes, pedimos a Deus livramento dessas consequências, e Ele nos livra. Todavia, às vezes Ele decide não nos livrar. De qualquer maneira, sabemos que todos esses males serão completamente eliminados na eternidade.

Em terceiro lugar, Deus usa a experiência da morte para completar a nossa santificação. Todo sofrimento pelo qual passamos contribui para a nossa santificação. De fato, buscamos mais santificação quando o sofrimento chega. Mas não pense que todo sofrimento que nos acomete é fruto de algum pecado pessoal que supostamente praticamos. A maior prova de que o sofrimento nem sempre tem a ver com algum pecado praticado, é o fato de Jesus ter sofrido também. Ele sofreu, mas nunca pecou!

O mal nos atinge pelo fato de vivermos em um mundo corrompido pelo pecado. Apesar disso, sabemos que todas as coisas cooperam para o nosso bem. Quando a morte física chegar, a nossa santificação será, finalmente, completada. Dessa forma, glorificaremos a Deus por meio da nossa morte: “Minha ardente expectativa e esperança é que em nada serei envergonhado, mas que, com toda a ousadia, como sempre, também agora, Cristo será engrandecido no meu corpo, quer pela vida, quer pela morte” (Filipenses 1.20).

Em quarto lugar, a morte completará a nossa união com Cristo. A razão pela qual Deus não nos leva para o céu imediatamente depois do novo nascimento, é porque Ele quer que imitemos Jesus também na morte. Assim como Jesus passou pela experiência de morte, nós também devemos passar: “Porque para isto mesmo vocês foram chamados, pois também Cristo sofreu no lugar de vocês, deixando exemplo para que vocês sigam os seus passos” (1 Pedro 2.21; 4.13; Fp 3.10-11).

Por fim, a obediência a Deus é mais importante do que a preservação da nossa vida. Permanecer fiel a Cristo poderá custar alguns privilégios, alguns direitos ou a nossa própria vida. Mas isso não deve nos perturbar. Temos uma esperança que o mundo não tem. O próprio Deus garantiu que estaremos com Ele quando as luzes se apagarem do lado de cá.


Fabrício A. de Marque



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