A palavra universidade tem sua origem no latim (“universitas”) e significa universalidade, totalidade, companhia e colégio. De acordo com alguns estudiosos, a mais antiga escola foi fundada em 3500 a.C. Trata-se de uma escola de escribas sumérios chamada Eduba. Outros acreditam que a mais antiga escola tenha sido a famosa Academia de Platão, fundada em 387 a.C.

Dentro do conceito moderno de universidade, provavelmente Nalanda, fundada na Índia no século V, seja a mais antiga de todas, embora não funcione mais. A mais antiga e ainda em funcionamento nos dias de hoje, é a Universidade de Bolonha, na Itália, fundada em 1088. No Brasil, temos a Universidade Federal de Amazonas (UFAM), a primeira universidade brasileira, fundada em 1909, ainda em funcionamento também.

Afinal, universidade é lugar para cristãos? Embora não seja errado estudar para obter formação acadêmica, em alguns círculos cristãos não se obtém o devido apoio. Algumas lideranças evangélicas preferem que os seus membros fiquem fora das universidades, visto que o ambiente é hostil e a grade curricular possui conteúdo que milita contra a revelação bíblica. Para provar o argumento, citam pesquisas apontando que somente 40% dos jovens continuam frequentando a igreja depois que vão para a faculdade.

Além disso, 1 em cada 4 professores universitários são ateus ou agnósticos. Isso significa, portanto, que o jovem terá que mergulhar no pensamento de autores ateus ou agnósticos, como Voltaire (1694—1778), Nietzsche (1844—1900), Bertrand Russel (1872—1970), David Hume (1711—1776), Michel Foucault (1926—1984) e outros. Para piorar, a maioria do corpo docente declara que a Bíblia é um livro de fábulas e lendas, além de nutrir sentimentos desfavoráveis em relação aos evangélicos.

Diante dessa realidade, é aconselhável ficar longe da universidade? A resposta é não, pois o problema não é o ambiente nem o conteúdo ensinado na faculdade, mas a falta de preparo de muitos jovens que ingressam no curso superior. Cerca de 43% dos jovens, entre 20 e 29 anos, carregam dúvidas quanto às histórias bíblicas, e infelizmente eles vão para a faculdade sem buscar respostas para tais dúvidas.

Na igreja, os jovens não são ensinados sobre fé, vocação e cultura. A maioria não consegue conectar a Bíblia com a escola e com o trabalho. Além disso, muitos carecem de mentores mais velhos e mais experientes. Dessa forma, a faculdade acaba expondo a superficialidade da fé deles. A verdade é que o cristão é atacado em todo lugar, não só no ambiente universitário. A faculdade é só mais uma arena de luta que acontece no campo das ideias. O caminho é se preparar para a batalha, e não evitar a batalha: “[...] Estai sempre preparados para responder a todo o que vos pedir a razão da esperança que há em vós” (1Pedro 3.15b).

Antes de apresentar alguns conselhos quanto ao preparo, considere que, no passado, várias universidades foram fundadas por cristãos. É o caso de Princeton, Harvard, Yale e Cambridge. Aliás, o destacado Jonathan Edwards foi, por breve período, presidente de Princeton. O mais interessante é que na grade curricular dessas faculdades estudava-se até teologia. De fato, o Cristianismo contribuiu para o surgimento das universidades, mas infelizmente nos esquecemos dessa herança intelectual.

Posto isso, seguem alguns conselhos práticos para você que está na faculdade ou que planeja se matricular. Em primeiro lugar, busque sanar todas as suas dúvidas quanto ao Cristianismo. Peça ajuda para irmãos e líderes maduros e competentes. Eles indicarão bons livros para enriquecer sua pesquisa. Não se esqueça, porém, que o Cristianismo também é uma vida de fé. Quando se deparar com questões insolúveis, seja humilde e descanse na certeza da fé.

Em segundo lugar, cultive o que é básico, porém, essencial para a vida cristã. Refiro-me à prática da oração, da confissão de pecados e da leitura bíblica. Na universidade você terá muitas atividades para executar. Contudo, não permita que elas roubem a sua devoção. Por fim, compartilhe sua fé com seus colegas de turma. Isso te dará habilidade para defender o Cristianismo e aumentará sua convicção pessoal na Palavra de Deus.

 

Fabrício A. de Marque