pub-9363386660177184 Pensando as Escrituras: ESTUDO 11: Protegidos por Deus

ESTUDO 11: Protegidos por Deus

 

Introdução

Como seria sua vida se ela estivesse debaixo da proteção de Deus? Você acredita que a proteção de Deus é realmente segura? Você sabia que é possível se colocar debaixo da proteção divina? Como isso é possível? É sobre isso que vamos falar no estudo de hoje.

 

TEXTO: Salmos 91 (A21)

1 Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo e descansa à sombra do Todo-poderoso

2 diz ao SENHOR: Meu refúgio e minha fortaleza, meu Deus, em quem confio.

3 Pois ele te livra do laço que prende o passarinho e da peste mortal.

4 Ele te cobre com suas penas; tu encontras refúgio debaixo das suas asas; sua verdade é escudo e proteção.

5 Não temerás os terrores da noite, nem a flecha lançada de dia,

6 nem a peste que se alastra na escuridão, nem a mortandade que arrasa ao meio-dia.

7 Poderão cair mil ao teu lado, e dez mil à tua direita; mas tu não serás atingido.

8 Somente contemplarás com teus olhos e verás a recompensa dos ímpios.

9 Porque fizeste do SENHOR o teu refúgio, e do Altíssimo, tua habitação,

10 nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua tenda.

11 Porque ele dará ordem a seus anjos a teu respeito, para que te protejam em todos os teus caminhos.

12 Eles te sustentarão nas mãos, para que não tropeces em alguma pedra.

13 Pisarás o leão e a cobra; pisotearás o leão novo e a serpente.

14 Porque tanto me amou, eu o livrarei; eu o colocarei a salvo, pois conhece o meu nome.

15 Quando ele me invocar, eu lhe responderei; na sua angústia estarei com ele; eu o livrarei e o honrarei.

16 Darei a ele longevidade e lhe mostrarei a minha salvação.

 

Autoria

O salmo 91 é de autoria anônima. No entanto, vários estudiosos atribuem sua autoria a Moisés. A razão disso é que, segundo a tradição judaica, quando um salmo é anônimo, toma-se emprestado a autoria do salmo anterior e atribui ao salmo sem identificação [1]. Assim, visto que o salmo 90 foi escrito por Moisés, deduz-se que o salmo 91 também foi.

Outros estudiosos acreditam que Davi foi o autor do salmo 91. A razão disso é que o salmista menciona uma peste mortal nos versos 4 e 6. E, conforme a história do Antigo Testamento, Deus enviou uma praga sobre Israel depois que Davi realizou o censo (cf. 2Samuel 24).

De qualquer forma, seja Moisés ou Davi, o salmo foi inspirado pelo Espírito Santo e as lições que aprendemos nele são verdades imutáveis. Assim, podemos dividir o salmo 91 em três partes.

 

I. O Senhor é um refúgio seguro (vv. 1-8)

O salmista começa o salmo mencionando duas características do Senhor. Ele chama Deus de “Altíssimo” e “Todo-Poderoso” (heb. Shaddai). Tais títulos são peculiares a Deus. Os patriarcas Abraão, Isaque e Jacó tinham essa mesma compreensão acerca do Senhor (cf. Gênesis 17.1; 28.3; 35.11).

Em seguida, no verso 2, o salmista afirma que Deus é o melhor lugar de proteção. O Senhor é “refúgio” e “fortaleza”. Mas, afinal, quais são os perigos que ameaçam o salmista? Para responder, primeiro o salmista usa a linguagem de um caçador de aves. Ele diz que Deus “livra do laço que prende o passarinho”. Isso se refere a enredos e armadilhas preparadas por inimigos. Na sequência, ele afirma que Deus também livra da “peste mortal”. Provavelmente ele faz referência às palavras de difamação dos inimigos. Palavras caluniosas são carregadas de veneno mortífero:

 

“Ó Senhor, livra-me dos perversos; protege-me dos violentos, dos que tramam o mal em seu coração e provocam tumultos o tempo todo. Sua língua fere como uma serpente; veneno de víbora goteja de seus lábios.” (Salmos 140.1-3)

 

No entanto, a proteção do Senhor também se estende ao cuidado físico. Deus também nos guarda literalmente de pestes mortais. Isso nos faz lembrar das palavras de oração do rei Salomão:

 

“Quando houver fome na terra ou peste [...] toda oração e súplica que qualquer homem ou todo o teu povo de Israel fizer [...] ouve tu nos céus, lugar da tua habitação, perdoa, age e dá a cada um segundo todos os seus caminhos [...]” (1Reis 8.37-39)

 

Diante de ameaças desse tipo, o salmista só poderia encontrar proteção em Deus. Ele afirma que Deus protege o Seu povo debaixo de Suas asas. A expressão “debaixo de suas asas” é uma linguagem metafórica utilizada com frequência na Palavra de Deus, indicando o cuidado e a proteção do Senhor. Lembre-se, por exemplo, das palavras de Jesus dirigidas à cidade de Jerusalém:

 

“[...] Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes!” (Mateus 23.37b)

 

Os versos 5 e 6 tomam a mesma ideia dos versos anteriores e faz uma ampliação. O salmista está dizendo que aqueles que buscam proteção no Senhor não temem “os terrores da noite, nem a flecha lançada de dia, nem a peste que se alastra na escuridão, nem a mortandade que arrasa ao meio-dia”.

Por que o salmista não deve temer essas coisas? Porque Deus garante a sua proteção, de modo que mil podem cair ao seu lado, e dez mil à sua direita, mas ele não será atingido. A expressão “mil”, aqui, não tem a ver com cálculos matemáticos. É uma expressão metafórica, própria da poesia hebraica (cf. Juízes 20.10; 1Samuel 18.7; Salmos 144.13).

Infelizmente, esse verso é usado como espécie de “amuleto” contra as adversidades da vida. As pessoas pensam que o texto é uma promessa de isenção de todos os problemas. No entanto, o texto não diz que nenhuma adversidade pode nos tocar. A mensagem do texto é que nada pode tocar o servo de Deus sem a autorização do Senhor. Um paralelo apropriado desse texto é Romanos 8.28:

 

“E sabemos que Deus faz todas as coisas cooperarem para o bem daqueles que o amam e que são chamados de acordo com seu propósito.”

 

Lembre-se do servo Jó. O Diabo arrasou com sua vida, mas isso só aconteceu depois que Deus concedeu Sua autorização. Caso contrário, o Diabo não poderia tocar sequer em um fio de cabelo de Jó. Nada acontece fora da vontade de Deus.

Agora, se por um lado Deus protege aqueles que são Seus, Ele não garante nenhuma proteção para os ímpios. O salmista diz no verso 8: “Somente contemplarás com teus olhos e verás a recompensa dos ímpios”. Em outras palavras, o salmista está dizendo que os crentes serão protegidos por Deus e, ao mesmo tempo, eles verão o juízo de Deus cair sobre os ímpios.

 

II. O cuidado do Senhor é gracioso (vv. 9-13)

Os versos 9 e 10 fazem um paralelo com os versos 1 e 2. O salmista diz que aquele que faz do Senhor o seu refúgio, então já encontrou o lugar mais seguro para se proteger. Deus é segurança e proteção. Nenhum outro lugar na terra pode nos guardar dos males da vida.

Os versos 11 e 12 são bem conhecidos. Você vai se lembrar que Satanás utilizou esses versos para tentar Jesus no deserto. Diz o texto: “Porque ele dará ordem a seus anjos a teu respeito, para que te protejam em todos os teus caminhos. Eles te sustentarão nas mãos, para que não tropeces em alguma pedra”. O registro dessa citação por parte do Diabo está em Mateus 4.6. Jesus vence a tentação citando outra passagem do Antigo Testamento. Jesus cita Deuteronômio 6.16, que diz: “Não ponham à prova o Senhor, seu Deus”.

Apesar da distorção feita pelo Diabo, o ensino do salmo 91 é claro: quem faz do Senhor o seu refúgio encontra segurança e proteção. Note ainda que o salmista fala de uma proteção proporcionada por Deus através dos anjos: “ele dará ordem a seus anjos a teu respeito”. É provável que o autor tenha extraído essa ideia de Êxodo 23.20: “Eis que eu envio um Anjo adiante de vocês, para que os guarde pelo caminho e os leve ao lugar que tenho preparado”. Deus protegeu o povo de Israel durante a fuga do Egito e Ele continua protegendo o Seu povo de todos os perigos. Jesus afirmou essa mesma promessa de proteção quando enviou os Seus discípulos em missões: “Eis que eu dei a vocês autoridade para pisarem cobras e escorpiões e sobre todo o poder do inimigo, e nada, absolutamente, lhes causará dano.” (Lucas 10.19).

 

III. A promessa da Palavra do Senhor é confiável (vv. 14-16)

Os últimos versos do salmo 91 são apresentados na forma de um oráculo profético. É como se o próprio Deus, através do salmista, estivesse declarando que Ele vai guardar o Seu povo em segurança. Veja o verso 14: “Porque tanto me amou, eu o livrarei; eu o colocarei a salvo, pois conhece o meu nome”. O verbo hebraico “amar” que aparece aqui é חָשַׁק (āshaq). Não é o verbo mais comum utilizado para falar de amor. É um verbo específico que denota profunda afeição. É o verbo usado, por exemplo, para falar da atitude favorável e graciosa de Deus em relação à Israel: “O Senhor os amou e os escolheu, não porque vocês eram mais numerosos do que outros povos, pois vocês eram o menor de todos os povos.” (Deuteronômio 7.7). Dessa forma, o salmista está dizendo que aquele que ama ao Senhor com profunda afeição, tem garantia de Sua proteção.

Os versos 15 e 16 são bem parecidos com o Salmo 50.15, 23. Veja a semelhança:

 

“Quando ele me invocar, eu lhe responderei; na sua angústia estarei com ele; eu o livrarei e o honrarei. Darei a ele longevidade e lhe mostrarei a minha salvação.” (Salmos 91.15-16)

 

“Invoque-me no dia da angústia; eu o livrarei, e você me glorificará. [...] Aquele que me oferece sacrifício de ações de graças, esse me glorificará; e ao que prepara o seu caminho, farei com que veja a salvação de Deus.” (Salmos 50.15,23)

 

Essa porção bíblica é a garantia de que Deus virá em nosso socorro quando invocarmos o Seu nome no dia da angústia. Ele prometeu que vai nos livrar. Diferente dos inimigos do Senhor que são destruídos, aqueles que invocam o Seu nome são protegidos do perigo e ainda recebem longevidade. Assim, concluímos essa exposição com algumas aplicações práticas.

 

Aplicações práticas

(1) A sua vida é constantemente protegida pelo poder de Deus. O Senhor concedeu inúmeros livramentos para você. Vários deles, inclusive, você nem sempre percebe. As pessoas do mundo podem dizer que isso é sorte. No entanto, não cremos em sorte ou acaso. Cremos que Deus controla cada acontecimento da nossa vida.

(2) Deus não promete nos livrar de todas as adversidades, mas Ele promete estar conosco em cada uma delas. Seria muito mais difícil se enfrentássemos as adversidades sozinhos. Contudo, a boa notícia é que não estamos sozinhos. Deus prometeu nos dar a Sua proteção e também a Sua presença consoladora em cada problema. Você pode se sentir só, mas você não está só. Pela fé, confie nessa verdade.

(3) Invoque o nome do Senhor durante a sua angústia. Ele virá em teu socorro. Você não precisa barganhar, fazer rituais ou boas obras para Deus ouvir você. O único requisito é o clamor. Clame ao Senhor. Ele vai aliviar a sua angústia e te ajudar na sua tribulação.

 


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Notas:

[1] PEARLMAN, Myer. Salmos: Orando com os Filhos de Israel. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 1996. p. 127.

 

 

Fabrício A. de Marque



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