pub-9363386660177184 Pensando as Escrituras: O que significa a frase: “Deixe que os mortos sepultem os seus próprios mortos”?

O que significa a frase: “Deixe que os mortos sepultem os seus próprios mortos”?


Essa frase, dita por Jesus, é parte de uma breve conversa entre Jesus e um discípulo. O registro se encontra em Mateus 8.22 e Lucas 9.60. Após ordenar que a multidão atravessasse para o outro lado do mar, um discípulo se aproximou de Jesus e disse: “Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar meu pai”. Jesus, então, responde com a frase: “Deixe que os mortos sepultem os seus próprios mortos”.

Lucas ainda acrescenta: “Você, porém, vá e proclame o Reino de Deus”. O que Jesus quis dizer com essa frase? Há várias possibilidades de interpretação. Cada uma pode conter algum elemento de verdade. Todavia, para ser objetivo, vamos considerar apenas uma; aquela que, a meu ver, parece ser a mais “completa”, por assim dizer.

Ao fazer esse tipo de pedido, é provável que o discípulo não estivesse se submetendo, sem reservas, ao senhorio de Cristo. Ele estava colocando a proclamação do evangelho — uma prioridade no discipulado — em segundo lugar. O evangelho deveria ser prioridade. Ao invés disso, o discípulo estava colocando a assistência familiar num patamar indevido.

Será que o pai do discípulo havia morrido naquele mesmo dia? Não sabemos. Talvez o discípulo pediu para sepultar o pai já falecido, ou ainda, pediu para cuidar do pai até os últimos dias de sua vida. Seja como for, a resposta de Jesus indica uma submissão condicional da parte do discípulo.

Por isso, Jesus disse: “Deixe que os mortos (espiritualmente) sepultem seus próprios mortos (fisicamente)”. Isso é um trocadilho. Em outras palavras, as pessoas mortas espiritualmente devem cuidar de todo preparo fúnebre daquelas que morreram fisicamente. O discípulo, porém, que está vivo física e espiritualmente, tem prioridades maiores, a saber: seguir a Cristo e proclamar o evangelho do Reino de Deus.

É evidente que Jesus não está desprezando a família. Ora, quem negligencia a própria família é pior que um descrente (1Tm 5.8). Ao invés disso, Jesus discerniu uma dedicação parcial naquele discípulo. Jesus não quer uma submissão tímida e incompleta. Ele exige tudo de Seus discípulos.

Portanto, precisamos, assim como aquele discípulo, analisar o preço do discipulado. Colocar o Reino de Deus como prioridade, é uma das exigências impostas pelo Senhor. Isso não deve nos perturbar. Afinal, enquanto damos prioridade ao Reino de Deus, o próprio Deus se compromete em cuidar de nossas necessidades (Mt 6.33).

 


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