pub-9363386660177184 Pensando as Escrituras: Entendemos mesmo a parábola do joio e do trigo?

Entendemos mesmo a parábola do joio e do trigo?

https://youtu.be/YyXQEBttuXA

 

Certa vez, Jesus contou aos discípulos a conhecida parábola do joio do campo. Jesus começa comparando o reino dos céus com um agricultor que planta uma boa semente no seu campo (a semente de trigo).  Enquanto todos dormem, o inimigo do agricultor aparece e planta uma semente ruim no meio do trigo (a semente de joio).

Depois de certo tempo, o trigo cresce e produz o seu fruto. No entanto, o joio também cresce a aparece ali, misturado no meio do trigo. Então, os empregados do agricultor vão até ele e perguntam: “Ora, se o senhor plantou o trigo no campo, de onde surgiu esse joio?”. O agricultor, então, afirma: “Com certeza foi um inimigo que fez isso”. Os empregados dizem: “O senhor quer que arranquemos o joio da plantação?”.

Diante disso, o agricultor responde com as seguintes palavras: “Não! Porque, ao separar o joio, vocês poderão arrancar também com ele o trigo. Deixem que cresçam juntos até a colheita. E, no tempo da colheita, direi aos ceifeiros: ‘Ajuntem primeiro o joio e amarrem-no em feixes para ser queimado; mas recolham o trigo no meu celeiro.’ ” (Mateus 13.29-30) [1].

Depois que os discípulos ouviram essa parábola, eles ficaram confusos, sem conseguir entender a mensagem do Senhor. Por isso, em particular, eles pediram que Jesus lhes explicasse o significado da parábola. Então, o Senhor Jesus explicou, dizendo: “O que semeia a boa semente é o Filho do Homem. O campo é o mundo. A boa semente são os filhos do Reino; o joio são os filhos do Maligno. O inimigo que o semeou é o diabo. A colheita é o fim dos tempos, e os ceifeiros são os anjos.” (Mateus 13.37-39) [2].

Com base nessa parábola, algumas pessoas afirmam que o reino de Satanás vai crescer até o Retorno de Jesus. Tal crescimento das trevas fará com que o número de ímpios (o joio) seja maior do que o número de cristãos (o trigo). Concluem, portanto, que a minoria da população mundial será salva. Dessa forma, é equivocado pensar que o reino de Deus dominará toda a terra, a ponto de converter a maioria das pessoas a Cristo. Afinal, o futuro da história humana será terrível, indo de mal a pior a cada dia. Não devemos esperar que o evangelho de Cristo triunfe nesse mundo pecaminoso.

Esse é um pensamento muito estranho, mas foi isso que afirmou o teólogo dispensacionalista John Walvoord (1910-2002): “A parábola [do joio no campo] não dá apoio ao conceito pós-milenarista [otimista] de que o evangelho triunfará e trará uma era dourada[3]. Todavia, a crença de que o evangelho não vai triunfar neste mundo, decorre de uma interpretação errada da parábola do joio no campo.

Depois de contar a parábola do joio no campo, Jesus contou outras duas parábolas: a parábola do grão de mostarda e do fermento. Observe: “O Reino dos Céus é semelhante a um grão de mostarda, que um homem pegou e plantou no seu campo. Esse grão é, na verdade, a menor de todas as sementes, mas, quando cresce, é maior do que as hortaliças, e chega a ser uma árvore, de modo que as aves do céu vêm se aninhar nos seus ramos. Jesus lhes contou ainda outra parábola: — O Reino dos Céus é semelhante ao fermento que uma mulher pegou e misturou em três medidas de farinha, até ficar tudo levedado.” (Mateus 13.31-33) [4]

Perceba que essas duas parábolas falam do crescimento e do triunfo do evangelho. Por que Jesus contaria uma parábola sobre o prevalecimento do mal e, na sequência, contaria duas parábolas sobre o prevalecimento do reino de Deus? Isso é, no mínimo, contraditório. Assim, a parábola do joio no campo não está ensinando que os ímpios se multiplicarão e que somente a minoria da população mundial será salva. A mensagem da parábola é nos mostrar que o mal sempre estará presente durante o progresso do reino de Deus na terra. É preciso distinguir a presença do mal do crescimento do mal. A presença do mal é uma realidade, porque os homens são pecadores e Satanás sempre terá os seus filhos.

Além disso, na parábola, o joio é o intruso que invade o campo do trigo. Semelhantemente, o ímpio é o intruso que se mistura entre os cristãos. O ímpio se infiltra no reino de Deus e se camufla entre os cristãos genuínos. Todavia, o ímpio não será capaz de prevalecer no dia da colheita final. Deus conhece os Seus eleitos. Deus conhece aqueles que lhe pertencem. Deus sabe quem é joio e quem é trigo.

A verdade, portanto, é que o reino de Deus foi inaugurado na terra ainda no século 1º. O reino começou pequeno, semelhante à pequenez de um grão de mostarda. Contudo, durante o desenrolar da história, o reino de Deus cresceu e continuará crescendo até o Retorno de Cristo. Sendo assim, será que apenas alguns “gatos pingados” serão salvos? Será que a população de condenados será maior do que a população de remidos? Biblicamente, isso não é possível. João, na visão em Patmos, não conseguiu contar a multidão de pessoas em pé perante o Cordeiro, todas trajando vestes brancas (cf. Ap 7.9). Sim, a maioria será salva. O número de filhos do reino será muito maior do que o número de filhos do maligno. Essa é a promessa da Palavra de Deus que não pode mentir e nem falhar.


Confira o estudo em vídeo:

 https://youtu.be/YyXQEBttuXA

Fabrício A. de Marque

 

________________________

Notas:

[1] Nova Almeida Atualizada (NAA).

[2] Ibid.

[3] Citado por Kenneth L. Gentry. Pós-Milenarismo para Leigos. Brasília, DF: Editora Monergismo, 2015. p. 196.

[4] Nova Almeida Atualizada (NAA).



Nenhum comentário:

Se você foi edificado, deixe-nos um comentário!
Obrigado pela visita!