pub-9363386660177184 Pensando as Escrituras: Deus decretou a nossa salvação?

Deus decretou a nossa salvação?

 

A Bíblia nos ensina que, desde toda a eternidade, Deus mesmo determinou todas as coisas que deveriam acontecer no tempo e na história. Isso foi feito em conformidade com o Seu plano e com a Sua vontade soberana e sábia. A determinação divina, porém, não significa que Deus foi o Criador do pecado. A responsabilidade pelo pecado pesa sobre o homem desobediente. Além disso, o fato de Deus ter determinado tudo, também não significa que Adão foi coagido a pecar. 

A Palavra de Deus é clara em afirmar que Deus não conduz ninguém ao pecado: “E, quando vocês forem tentados, não digam: ‘Esta tentação vem de Deus’, pois Deus nunca é tentado a fazer o mal, e ele mesmo nunca tenta alguém” (Tiago 1.13). [1] Apesar disso, é óbvio que Deus sabia que Adão pecaria. Deus não apenas sabia, mas Ele poderia impedir que isso acontecesse, caso quisesse. Afinal, todo o poder está em Suas mãos. Todavia, mesmo sabendo e mesmo sendo poderoso para impedir a Queda de Adão, o Senhor não impediu. A razão disso é que esse acontecimento estava dentro dos planos soberanos de Deus que fogem do nosso entendimento limitado.

O fato da Queda de Adão fazer parte dos planos de Deus não macula a Sua pureza e santidade. A Bíblia declara que “Deus é luz, e nele não há escuridão alguma” (1João 1.5). [2] Perceba que até mesmo a morte de Jesus na cruz estava nos planos de Deus: “De fato, isso aconteceu aqui, nesta cidade, pois Herodes Antipas, o governador Pôncio Pilatos, os gentios e o povo de Israel se uniram contra Jesus, teu santo Servo, a quem ungiste. Tudo que fizeram, porém, havia sido decidido de antemão pela tua vontade” (Atos 4.27-28). [3]

Outro ponto importante a ser considerado é que, por causa de Seu decreto eterno, Deus escolheu algumas pessoas e alguns anjos para a vida eterna: “Ordeno solenemente, na presença de Deus, de Cristo Jesus e dos anjos eleitos que você obedeça a estas instruções sem tomar partido nem demonstrar favoritismo” (1Timóteo 5.21). [4] Deus não escolheu todas as pessoas nem todos os anjos. Ele agiu dessa forma porque Ele é Deus e, portanto, pode fazer o que quiser. Todas as coisas foram feitas para a Sua glória: “Da mesma forma, Deus tem o direito de mostrar sua ira e seu poder, suportando com muita paciência aqueles que são objeto de sua ira, preparados para a destruição. Ele age desse modo para que as riquezas de sua glória brilhem com esplendor ainda maior sobre aqueles dos quais ele tem misericórdia, aqueles que ele preparou previamente para a glória” (Romanos 9.22-23). [5]

Diante isso, uma dúvida se levanta: por qual motivo Deus escolheu algumas pessoas e outras não? Os escolhidos eram melhores do que os não escolhidos? Eram, talvez, pessoas mais doadoras e de coração puro? Nada disso! Deus as escolheu porque Ele é cheio de graça, misericórdia e soberania. Sendo Deus Soberano, a Sua graça é concedida a quem Ele quiser, e não a quem merecer, pois não há merecedores: “Pois Deus nos salvou e nos chamou para uma vida santa, não porque merecêssemos, mas porque este era seu plano desde os tempos eternos: mostrar sua graça por meio de Cristo Jesus” (2Timóteo 1.9). [6]

É importante esclarecer que os eleitos de Deus precisam crer em Jesus para serem salvos. Deus escolheu um grupo imenso de eleitos e determinou o modo de concretizar a salvação deles. Ninguém será salvo sem receber a Cristo pela fé. A boa notícia é que todo eleito de Deus crerá em Jesus no tempo estabelecido pelo Senhor. Por isso, é preciso pregar o evangelho que é o gerador da fé salvadora (cf. Rm 10.17; 1Co 1.21).

A doutrina do decreto eterno de Deus deve ser pensada com muita cautela. Ela deve gerar humildade, reverência e admiração em nosso coração, e não qualquer sentimento de injustiça e revolta. Além do mais, a nossa responsabilidade é olhar para esse ensino com temor, buscando, em nossa vida pessoal, obediência à Palavra de Deus, apesar de nossas quedas. Não podemos pensar pretensiosamente: “Ah, já que Deus terminou tudo que acontece, eu não tenho a responsabilidade de fazer nada”. Que Deus nos livre desse pensamento ímpio!

Assim, se Deus nos escolheu para a vida eterna, devemos ser infinitamente gratos por isso. Não havia nada de bom em nós que despertasse a compaixão e a misericórdia de Deus. Nós fazemos escolhas a partir da utilidade e dos benefícios daquilo que foi escolhido. Mas diferente de nós, Deus escolheu homens rebeldes e depravados a fim de revelar-lhes a Sua glória e o Seu amor. Diante disso, só podemos exclamar: “Ah, se não fosse a graça de Deus!”.

 

Estudo em vídeo sobre o Decreto de Deus

https://youtu.be/dlc__1F0EAU

 

 

Fabrício A. de Marque

 

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Notas:

[1] Nova Versão Transformadora (NVT).

[2] Ibid.

[3] Ibid.

[4] Ibid.

[5] Ibid.

[6] Ibid.



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