pub-9363386660177184 Pensando as Escrituras: Igrejas pretas?

Igrejas pretas?

 

Não faz muito tempo que várias igrejas evangélicas têm mudado a sua “roupa”, por assim dizer. As paredes foram pintadas de preto, o púlpito tradicional foi substituído por galões de óleo velho, etc. Esteticamente falando, várias igrejas locais estão muito parecidas com casas de show. O que podemos pensar a respeito disso?

Há pessoas que nutrem certo preconceito em relação à cor preta. Afirmam que a cor preta está ligada às trevas e ao pecado. Por isso, pintar a igreja de preto é ceder à influência do mundo. Quanto a isso, é preciso dizer que a Bíblia utiliza a expressão “trevas”, “escuridão” e outras expressões para se referir a coisas más e negativas (Is 5.20; Jo 1.5; Cl 1.13; 1Jo 2.11).

Em contraste, a Bíblia utiliza a cor branca para se referir à pureza e à santidade (Sl 51.7; Dn 7.9; Mt 28.3; Ap 20.11). No entanto, isso não significa que a Bíblia esteja ensinando que a cor preta é do Diabo e a cor branca é de Deus. Trata-se de metáforas. Todas as cores são de Deus. Ele é o Autor de todas as tonalidades que existem no universo. A cor preta não é do Diabo, assim como as cores do arco-íris não são do movimento LGBT.

Então, já que todas as cores são de Deus, as igrejas que pintam as paredes de preto devem ser imitadas? São igrejas sérias? Não necessariamente. Há igrejas sérias e igrejas falsas que pintaram as paredes de preto. Há igrejas teologicamente robustas e anãs teológicas que mudaram a aparência do prédio. A cor da parede não determina a saúde espiritual de uma igreja. Isso precisa ficar claro.

Apesar disso, é altamente provável que várias igrejas locais cederam ao modismo gospel. Querem parecer relevantes por meio da aparência “descolada”. Isso, talvez, atraia um público bem maior para suas reuniões. Outras igrejas, quem sabe, querem ser politicamente corretas. Enfim, a motivação do coração diz muito acerca das mudanças estéticas. Não conseguimos sondar as motivações. O máximo que conseguimos é analisar o ensino e os frutos produzidos por essas igrejas.

Por fim, se alguém me perguntasse se eu congregaria em uma igreja de paredes pretas e com púlpito feito de galão velho, eu diria que “depende”. Depende de vários fatores. Não me prendo a questões secundárias como paredes pretas e púlpitos descolados. Ao invés disso, preocupo-me com o ensino e com a prática da igreja. Se a igreja for doutrinariamente fiel ao evangelho, missionária, engajada e comprometida com os membros, transparente nas decisões e nas convicções teológicas, então tem todo o meu apoio e envolvimento.

Havendo essas qualidades, pode pintar a parede até de vermelho. Não vejo problema nenhum. Para encerrar, quero deixar algumas perguntas para o autoexame e reflexão: se você pertence a uma “igreja preta”, o que motivou essa mudança de cor? Você acredita que uma igreja é culturalmente mais relevante por causa das paredes pretas? Se você não gosta de paredes pretas, isso é motivo para mudar de igreja? Se a igreja é bíblica, não seria melhor você repensar sua decisão? Há motivos mais sérios para mudar de igreja local.

A mudança estética é mais relevante do que o evangelho? Se o evangelho não impactar os pecadores, nada mais impactará. Tudo será fogo de palha. A igreja está mudando a aparência devido à influência coaching? Fique atento a isso, pois, infelizmente, o foco de muitas pregações é a superação pessoal, a autoestima e a realização dos objetivos pessoais. Analise as pregações da sua igreja à luz da Palavra de Deus. Você está envolvido com o crescimento de sua igreja local? Faça isso orando, servindo e contribuindo financeiramente. Cuidado para não se tornar excessivamente crítico. Orar, servir e contribuir te ajudará a manter o equilíbrio.

 


Fabrício A. de Marque



Nenhum comentário:

Se você foi edificado, deixe-nos um comentário!
Obrigado pela visita!