O Preterismo e o Pós-milenismo são conceitos diferentes dentro do estudo escatológico. Permita-me explicar em poucas palavras. O Preterismo é uma ferramenta hermenêutica que busca entender e interpretar as profecias bíblicas, especialmente as relacionadas ao fim dos tempos, à luz do contexto histórico em que foram escritas. Por outro lado, o Pós-Milenismo é um sistema escatológico que lida com a visão sobre o futuro do reino de Deus na terra.

Embora o preterismo e o pós-milenismo andem perfeitamente de mãos dadas, o preterismo não é uma condição necessária para uma pessoa ser pós-milenista. Historicamente falando, muitos pós-milenistas não adotaram o preterismo como parte de sua abordagem interpretativa. Além disso, é importante observar que existem preteristas que não são pós-milenistas. Exemplo disso são os teólogos Jay Adams e Cornelis Vanderwaal.

Ora, até mesmo alguns teólogos que se identificam como "dispensacionalistas progressivos" estão incorporando elementos preteristas em seus sistemas teológicos. Isso significa que eles estão reconhecendo a importância do contexto histórico na interpretação das profecias bíblicas e considerando que algumas delas já se cumpriram. Esses teólogos, como C. Marvin Pate e David Turner, estão abrindo espaço para uma perspectiva preterista em suas abordagens.

É válido mencionar que o famoso teólogo puritano John Gill (1697-1771), que foi um pré-milenista, ensinou uma abordagem preterista de Mateus 24. Tudo isso nos mostra como diferentes teólogos podem ter interpretações diversas, mesmo dentro de uma mesma tradição teológica.

Portanto, o Preterismo e o Pós-Milenismo são conceitos distintos, mas totalmente compatíveis. O preterismo é uma abordagem interpretativa que considera o contexto histórico para compreender as profecias bíblicas, enquanto o pós-milenismo é um sistema teológico-escatológico que trata do futuro do reino de Deus na terra e também de outras questões. Particularmente falando, eu sigo ambos e vejo mais coerência nessa forma de compreender a Palavra de Deus.

 

Fabrício A. de Marque